Só escrevo sobre desamor. No pequeno conjunto de atributos que - TopicsExpress



          

Só escrevo sobre desamor. No pequeno conjunto de atributos que disponho Para suscitar, e esparramar pela linha meus delírios Quero que não fique apenas o meu desprezo Não quero que a linha embriague-se em demasia Apenas com a amargura das minhas lágrimas Quero trazer de volta ao papel o riso louco Das minhas alegrias, que de tão pequenas Não poderiam ser menos desvairadas Vêm e vão estas pequenas, desvairando meu coração Mostrando-me tudo que há de doce e digno do amor Fazendo do meu sorriso um novo meio de ser Causam-me no peito a plenitude da tranquilidade Apaziguam esses demônios turbulentos e inquietos Que insistem em mostrar-se maiores que minhas forças E, em meio essa calmaria, deixam-me caladas, vão pra casa O que haveria de ser do gosto amargo Se as doçuras, em toda sua efemeridade, Não nos fossem apresentadas dessa forma sutil E no fim de cada dança afobada e delirante Descarrego sobre os ombros desta que vos fala O peso de saber que é feita da matéria Que monta a face dos grandes sofredores De tortuosa e incoerente inspiração Inspiração que só vêm dos delírios das noites insones Dos longos e infortunos cultos de solidão Que caiba ao desenhos desses símbolos À oralidade fonética de cada uma dessas letras Ao recitar destes versos que expõe minhas formas: Em meu peito a felicidade também tem morada Efêmera ou grandiosa, seu cheiro permanece em mim O saber que ela esteve em pequenos pedaços sobre meu eu Deixa-me inerte à uma alternada maneira de sofrer E a pobreza destes versos, quase abafados Dá-se por em mim nascer um pedaço de alegria Essa visitante mal acostumada ao ambiente hostil Que prefere em mim não fazer estadia prolongada E por sentir-se neste meio, tão incomodada Rouba da minha essência as palavras corretas Os caminhos cabíveis para a escrita ser meu reflexo E com a tristeza, meu demônio melhor aliado Concretizo minha assimetria insana, decrépita E a beleza assim se faz formada, letra por letra A cada palavra embebida nos desgostos Faz-se uma nova esquina em meus caminhos Nos perturbados momentos de dúvida Meu penar encontra-se sanado pelos vocábulos Que a alegria, por firula de sua existência Tão rara e fugaz em minha amargurada essência Se esvai no silêncio da calma, do pacato Por sua simplicidade eminente Efetiva em mim todos os risos do mundo E então foge, e me entrega novamente Às minhas prezadas dúvidas descontentes
Posted on: Fri, 13 Sep 2013 10:22:04 +0000

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