TRIBUTO AO MEU PAI Pai, hoje não é um dia em que lembre de você por contágio festivos de jornais, de mídias, destas coisas que se faz tanto por aqui. Deves estar pensando: Meu garoto continua o mesmo. E deves está rindo. Como gostaria, pai, de ver teu sorriso neste momento como em tantos outros. Sabe? Estava vindo para o trabalho e ouvi “Sonata Ao Luar Beethoven”. Quanta vez ao voltar do trabalho entrava na ruazinha onde moravas, pertinho de mim, colocávamos esta música e ficávamos ouvindo, conversando? Sabe pai, mãe também continua lúcida como você foi até o fim. É impressionante! Nunca te vi repetir uma conversa, como bom português, sem dizer: Isso já te foi comentado filho. Vê? Minha tendência é sempre escrever tu e não você! E por vezes nem corrijo porque me lembra você. Sabe pai, eu sinto muita falta de você, muita mesmo. Devo tudo do que tenho a muitas pessoas maravilhosas encontradas no cominho, todas elas, ou a absoluta a maioria, de certa forma, indicada por você na forma como se relacionava e como aceitava suas relações. Dizer que devo a você é apenas retórica. E dizer que você não fez nada mais que sua obrigação não é verdade. Tem certas coisas pai, que aprendi com seus acertos e certas coisas que aprendi com seus erros. Talvez você nem saiba, mas o fato de tentar esconder seus erros me ensinava a não os fazer. Agora eu quero te falar uma coisa, pai . Sabe as vezes que fui o mais duro dos teus filhos para contigo? Eu não me arrependo. Peço-te perdão, mas faria novamente. Sei que entendes esta aparente contradição. Era necessário, mãe precisava porque, pai, às vezes você pegava pesado. Pegava pesado e ninguém tinha coragem de ficar na frente. Eu sempre fui o “meu menino afoito” como você dizia. E continuo afoito meu pai. Sabe àquelas mentiras que às vezes dizias? Eu sabia e mãe dizia: “Demi, um dia você vai ver que a verdade nem sempre tem valor”. Hoje tem um tal de facebook aqui, o senhor deve saber. Eu repito isso é o pessoal fica uma fera. Implico! Continuo implicante, kkkkkkkk. Mas pai, o que eu queria mesmo era dizer que não me importa se chove; se faz sol; se é dia; se é noite; se é festa; nascimento ou velório; se é natal, ano novo ou carnaval. Eu lembro de você. Embora não creia que Deus esteja disponível a olhar para nós, ainda assim peço por ti, pelo meu irmão, pelos meus tios, pelos meus amigos. Por todos que se foram. Quem sabe, né pai? Quem sabe ele está mesmo olhando! Até logo, minha benção. Recife, 30/10/13 Ademir Ferraz
Posted on: Wed, 30 Oct 2013 18:40:38 +0000
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