Texto de Felipe Figueiredo - um médico brasileiro... Dos - TopicsExpress



          

Texto de Felipe Figueiredo - um médico brasileiro... Dos médicos cubanos, A sistemática campanha que antecedeu a vinda dos colegas cubanos foi um sucesso. Só resta à classe médica brasileira voltar a permanecer quieta, calada, seguindo o exemplo de seus Conselhos de classe. A associação do progressivo sucateamento da saúde pública à sistemática propaganda governista contra a classe médica – a qual se manteve quieta, calada, ao longo de mais de quatro anos – adubou o coração da população para que aí germinasse 1) o ódio contra esta classe trabalhista e 2) o mito do médico-monstro. A vinda dos médicos cubanos é menos importante do que o apoio que a grande massa deu a este fato. Na mente de cada indivíduo desta grande massa de manobra, se deu uma importante operação, consequente à qual, o “Mais Médicos” representa não uma simples medida governamental, mas um castigo merecido pela classe médica (que se tornou o objeto de sua indignação e, posteriormente, de seu ódio), a qual foi condenada e responsabilizada pela baixa qualidade dos serviços médicos prestados, enquanto foram omitidos os verdadeiros fatores constituintes da realidade onde estes mesmos médicos se encontraram obrigados a adaptar a medicina que aprenderam para exercer a medicina possível (incluo aqui a máfia das empresas de planos de saúde). O governo foi tão bem sucedido em sua campanha de propaganda que até mesmo os brasileiros de nível educacional superior, os graduados e pós-graduados, passaram a acreditar que o problema da saúde pública é de natureza quantitativa (observe o nome do programa: “Mais Médicos”) e não qualitativa. Odontologistas, advogados, engenheiros, professores, etc., (geralmente, clientes da máfia das empresas de planos de saúde) passaram a integrar a massa de manobra no exato momento em que começaram a formar suas opiniões pessoais a partir de informações escolhidas a dedo pelos grandes meios (manipuladores) de comunicação (principalmente a Rede Globo). O espírito do povo brasileiro mudou. Ontem, era manipulado através da esperança (lembre-se do slogan da campanha de Lula para presidente); hoje, através do ódio (os discursos e as ações de Dilma e de seus apoiadores dispensam comentários). Essa passagem da esperança para o ódio, como instrumento de manipulação de massas, é o fato mais alarmante do plano de propaganda governista, porque consiste na passagem de um sentimento construtivo para um destrutivo; o segundo fato mais importante é, sem dúvida, a operação mental de distorção da realidade, através do qual os indivíduos integrantes da massa de manobra passam a tomar como objeto de sua indignação uma parcela da sociedade civil (neste caso, a classe médica), quando, na verdade, é o próprio governo tanto o agente causador dos motivos reais desta indignação (o sucateamento da saúde pública nacional) quanto o criador do imagem do monstro (a palavra imaginação deriva da palavra imagem: imaginar é formar imagens) que catalisará a transformação do sentimento de indignação em ódio (daí a necessidade do mito do médico-monstro). Ilustrando tal operação mental: é como se eu te desse um soco na cara e te dissesse que quem te deu o soco foi um sujeito que está do outro lado da rua e que ele costuma fazer isso o tempo todo, e você acreditasse nisso, apanhasse uma pedra, atirasse no sujeito e, depois, me pagasse uma cerveja em sinal de gratidão não apenas por ter lhe mostrado quem te deu o soco, mas por ainda ter lhe dito que ele costumava fazer isso o tempo todo. Da questão dos médicos cubanos, observamos claramente todos os estágios do MODUS OPERANDI do governo e da propaganda governista, bem como os seus efeitos sobre a massa de manobra. São eles: 1) o governo fomentou o caos na saúde pública, sucateando-o, e na saúde privada, permitindo a ação indiscriminada das empresas de planos de saúde; 2) a classe médica se adaptou ao sucateamento da saúde e passou a exercer a medicina possível naquele cenário; 3) a insatisfação dos usuários dos serviços de saúde aumentou em função da queda da qualidade; 4) os usuários dos serviços de saúde indignaram-se (e com razão), mas esta indignação ainda não era voltada para a classe médica, mas para o governo e para as empresas de planos de saúde; 5) o governo iniciou uma campanha sistemática de propaganda para criar o mito do médico-monstro (acatado até pela oposição, um ótimo exemplo é o do governador Sérgio Cabral sobre as manifestações da classe médica por melhorias na saúde pública: “Eles são um bando de vagabundos!”); 6) o governo manteve esta campanha sistemática durante mais de quatro anos; 7) os Conselhos da classe médica mantiveram-se inertes, em silêncio, durante todo esse tempo; a indignação dos usuários dos serviços de saúde deixou de ser voltado para o governo e se voltou para a classe médica (nasce o mito do médico-monstro); 9) a indignação transforma-se em ódio; 10) o governo toma medidas para regulamentar a ação das empresas de planos de saúde, as quais, embora não tenham surtido nenhum efeito prático significativo, agradaram esta parte da massa de manobra; 11) é anunciado o programa “Mais Médicos”, a vinda de médicos cubanos; 12) a classe médica reage apaixonadamente; 13) toda a massa de manobra abraça apaixonadamente o programa “Mais Médicos”, tornando-se militantes desta causa; 14) inicia-se intensa polêmica entre os favoráveis e os contrários à vinda dos médicos cubanos; 15) é denunciado o esquema de transferência de verba pública brasileira para Cuba através do programa “Mais Médicos”, semelhante à realizada pela Venezuela Chavista; 16) a massa de manobra, entorpecida pelo ódio (meticulosamente incutido em seus corações pela propaganda governista) contra a classe médica brasileira, lisonjeada pelas medidas (inúteis) do governo contra a ação das empresas de planos de saúde (com as quais sempre foi condescendente), percebendo o programa “Mais Médicos” como a punição merecida pelo seu monstro imaginário (o médico-monstro), não dá a mínima atenção à estas denúncias, ignorando-as, tomando-as como falsos argumentos criados por médicos brasileiros ou pela oposição ao governo; 16) o governo atinge o seu objetivo e, mais uma vez, consegue manobrar a grande massa, fazendo-a de idiotas falantes, para implementar mais um item da agenda socialista claramente explicitada nas atas do Foro de São Paulo (729 páginas, que os brasileiros de nível educacional superior, os graduados e pós-graduados, preferem não ler, porque são preguiçosos, presunçosos e se julgam imunes a tais métodos de manipulação psicológica). Se você ignorava tudo que expus aqui e faz parte da massa de manobra, pode ter certeza de que você se tornou aquilo que Vladimir Lenin denominava idiota útil. Idiota porque acha que sabe o que está falando e fazendo, mas não sabe realmente o porquê. Útil porque, sem saber realmente por que está falando ou fazendo, ajuda a estabelecer o regime socialista. Porém, a partir de agora, continuar idiota é uma escolha sua. Felipe Figueiredo Almeida Médico
Posted on: Sat, 07 Sep 2013 23:11:04 +0000

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