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Texto enorme, mas vale a pena ler cada palavra. A maioria do que nos é exposto dia após dia, leva-nos a adormecer cada vez mais em relação às grandes questões humanas....despertar é preciso... ler Rubem Alves ajuda. "Certo dia o sujeito encontrou uma garrafa com um gênio. Prontamente, o gênio saiu da sua morada e deu-lhe a boa nova: - você acaba de encontrar a felicidade. Peça tudo que quiser, eu atenderei. O sujeito pensou, pensou. Depois de algum tempo, o gênio indagou: - você já sabe tudo que quer? - Sei. - Isso é realmente suficiente para você ser feliz? - Mais do que o suficiente. - Bem, só tem um detalhe que não te contei, pois não é importante, já que você disse que isso basta para ser feliz. - Qual é o detalhe? - O seu pior inimigo sempre terá o dobro do que você tem. - Então, me fure um olho." Rubem alves continua: "É a desgraça da inveja. O verme mais insidioso que existe. Lavra loucamente por todo canto, por toda atividade. A inveja é que move o indivíduo a ter uma vida cada vez mais estressante, cheia de correria, sem tempo para ficar sábio. A inveja é a grande inimiga da felicidade e da sabedoria. Como assim? as pessoas estão sempre comparando o que têm com o que os outros têm. Elas podem possuir uma coisa maravilhosa, mas na hora em que olham a do outro e voltam a observar a sua, empobrecem. Aquela coisa já não presta mais. É, insisto, a desgraça da inveja. É dela que se vale a propaganda. Você compra algo novo hoje com a ilusão de que vai encontrar a felicidade, a alegria. Não adianta. Rapidamente, aparece outra novidade, a sua fica velha, provocando-lhe inveja. Adeus, felicidade. Aliás, essa mania louca de hoje querer comprar tudo que se vê pela frente tem a ver com a inveja. No imaginário geral, os caras bem-sucedidos são aqueles que todo ano adquirem carro novo, geladeira nova, televisão nova...Eles são mais. Os que não fazem o mesmo são menos. Sentem-se diminuídos, castrados diante dos ditos bem-sucedidos. E, aí, o problema. A inveja não é contra o outro. É contra a própria pessoa. Destrói todas as coisas boas que você tem. Vale para tudo na vida: trabalho, relações familiares, sociais. Você compete, compete, compete, e não consegue ter prazer com o que obtém. Sem dúvida, tremenda falta de sapiência. Então, eu, Rubem Alves, pergunto: mais coisas pra quê? mais rápido pra onde? que doideira é essa? para nada. Gera mais inveja, menos sabedoria e menos felicidade. De modo que, se você me solicitasse um conselho, eu diria: mude a sua visão em relação às coisas e às pessoas. A gente perde muito do dia a dia por conta do olhar invejoso. Tente substituir pelo desprendimento. Pelo menos, esforce-se. Fará bem à sua saúde mental. Que mais eu aconselharia? receita mágica, não tenho. Nem há. Desconfie de quem diz ter e oferece. Pode ser charlatão. Com base nos meus mais de 76 anos de vida, apenas sugiro: - O tempo foge. A vida é breve. Não gaste o seu com picuinhas, implicâncias gratuitas. Aproveite-o para usufruir da companhia das pessoas queridas e fazer o que lhe dá prazer. - Colha o dia de hoje como se fosse um fruto que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente. O agora é o que temos. - Procure ter bom humor. Saber rir é importante. Cara feia não leva a lugar algum e assusta quem está ao redor. Afinal, seriedade demais torna o nosso rosto fisicamente feio. Fica cheio de vincos, começa a puxar tudo. - Simplifique a cabeça. As coisas simples são fantásticas. Valorize-as. - Deixe-se levar pela vida. Não reme contra a correnteza. Deixar-se levar é uma forma de não fazer nada. Na realidade, é uma forma de fazer muito. -Brinque pelo prazer de brincar. É vital à saúde mental. Brincar não é apenas folguedo infantil. Brincar é dançar, caminhar, dar boas risadas, contar e ouvir piadas, ler, assistir a um filme, olhar as estrelas, ver o mar, jogar conversa fora, viajar, visitar conhecidos. Enfim, o que lhe der na telha. Inclusive nada. Mas, sem se torturar ou se preocupar em produzir alguma coisa. É a vagabundagem pela vagabundagem, o prazer pelo prazer. Aprender a não fazer nada sem sentir culpa é uma arte. Tente aprender. Sempre é tempo. -Busque a vida interior. Hoje em dia estamos tão cercados por estímulos externos que não temos tempo para introspecção, meditação, "conversar" com nossos próprios pensamentos e sentimentos. Quem tem vida interior não está sozinho. -Você sabia que as formigas andam mais rápido que os carros de fórmula 1? pois é isso mesmo. De nada adianta chegar ao topo da montanha se você mantiver os olhos completamente cegos para o entorno. Atente a tudo que está à sua volta. Descobrirá encantos, perceberá belezas e terá alegrias que muita gente nem sonha. -A propósito. Foi-me contado por um amigo médico. Estava no seu consultório. Um paciente entrou e lhe disse: - Doutor, fiquei encantado com o arranjo de orquídeas da sua sala de espera. Meu amigo não tinha visto as orquídeas na sua sala de espera. Veio o segundo paciente, falou o mesmo. O terceiro, idem. Aí, ele não se conteve e foi lá fora olhar as flores que ele tinha visto mas não enxergara. Não fosse o alerta dos seus pacientes ele teria permanecido cego...O tempo foge, as alegrias também. Não faça isso com a sua vida. Goze-a já" Rubem Alves
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 17:55:05 +0000

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