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TÍTULO NÍVEL DE CONHECIMENTO ECOLÓGICO DE POPULARES E VESTIBULANDOS DE CALDAS NOVAS-GO E IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA DAS PLANTAS ARBÓREAS DA PRAÇA DO CERRADO DO SETOR BANDEIRANTES AUTORES Paulinho José dos Passos* Antonia Pereira da Silva* Marcela de Lima Lemos* Neiva Beatriz Antunes** Vinícius Bernardes Roberto** * Discente do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Caldas Novas ** Docente do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Caldas Novas RESUMO À identificar das arvores com nome vulgar, cientifico e família, tornou necessário em função da multiplicidade de nomes populares atribuídos a uma única espécie, com a identificação cientifica possibilita que nacionalmente ou internacionalmente quando se referir a uma determinada espécie não haja divergência da qual esta se falando, possibilitando assim a comercialização de madeira de forma legal. Esta pesquisa tem por finalidade agregar ao sistema educacional e ao ensino de populares formas de despertar interesses pela preservação de todo flora. Foram objetivos desta pesquisa identificar o nível de conhecimento entre vestibulandos e populares de Caldas Novas Goiás sobre a flora do Cerrado. Como metodologia de ensino foi realizado a identificação das espécies nativas do Cerrado existentes na Praça do Cerrado localizada no setor Bandeirantes em Caldas Novas Goiás. Como resultado dos propósitos: conhecimento das espécies do Cerrado os populares sobressaíram os vestibulandos como apresentação de metodologia de ensino foram identificadas 34 espécies num total de 179 plantas arbóreas estudadas na Praça do Cerrado distribuídas em 19 famílias botânicas. PALAVRAS-CHAVE: Identificação botânica. Praça do Cerrado. Caldas Novas. 1 INTRODUÇÃO A Botânica é a ciência que estuda as árvores (flora) tem como princípio fundamental possibilitar ao homem entender que uma arvore é um ser vivo e como tal constituído por células, tecidos e órgãos e que estes órgãos cada um possuem uma função específica, por assim ser possibilitou ao homem através da descoberta da célula vegetal estudar sua própria constituição biológica, é notório que a ciência subdivide na busca de estudar detalhadamente as diversas áreas de atuação. Em se tratando da imensidão de espécies de árvores a nível regional, estadual, nacional e mundial, levando em consideração que uma mesma árvore tem diferentes nomes populares nas diversas unidades das federações, nacionais e internacionais, tornou-se necessário que a botânica realizasse estudos no sentido de criar uma identificação com um único nome científico e a classificação por família. Essa nomenclatura foi proposta por Lineu (MARTINS-DA-SILVA, 2008) e segundo Durk (1949), não é possível um completo conhecimento da flora sem a utilização de uma nomenclatura que evite a confusão das espécies. Nos dias atuais a Botânica permite além do conhecimento científico das plantas, a conscientização da grande importância da reversão do crescente desmatamento, das queimadas, reduzindo por conseqüência as causas do efeito estufa. O estudo de espécies vegetais possibilita o reflorestamento de áreas degradadas evitando a desertificação, auxilia na preservação de espécies através da germinação de sementes, permite o comércio legal de produtos vegetais e orienta o desenvolvimento sustentável. MATERIAL E METODO Foram aplicados 100 questionários contendo nove questões sendo 50 para alunos do Colégio Estadual Caldas Novas e 50 para populares. Posteriormente, os dados foram tabulados e anotados em planilhas do Microsoft Excel. Foram feitas tabelas, cálculos de porcentagem e gráficos. A identificação das árvores foi realizada através de visitas à Praça do Cerrado. Para o processo de identificação, as plantas foram fotografadas, coletadas amostras e comparadas com as descrições em literatura especializada. Também foi realizado um levantamento do número de plantas por espécie. Os dados foram anotados em planilhas do Microsoft Excel e elaborados tabela e gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tanto populares quanto alunos disseram conhecer a Praça do Cerrado (de 80 a 100% dos entrevistados) (Figura 1). Essa Praça serve de referência na cidade por apresentar um número significativo de espécies do Cerrado, inclusive plantas frutíferas como gabiroba, ingá, jatobá, araticum, entre outras que a população aproveita ao passar pelo local. Figura 1. Conhecimento da população entrevistada sobre a Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) A porcentagem de alunos que disseram não conhecer as plantas da Praça do Cerrado (64%) foi bem maior do que a porcentagem de populares (38%) que deram essa mesma resposta (Figura 2). De certa forma é preocupante este desconhecimento, pois se esperava que por serem vestibulandos os alunos tivessem maiores informações a respeito de plantas e as conhecessem pelo menos pelos nomes vulgares. Provavelmente, os populares conhecem melhor essas plantas por terem aprendido informalmente sobre seus usos e as formas de aproveitamento como alimentícios ou medicinais. Ainda que em menor quantidade que os alunos, foi grande o número de populares que disseram não conhecer as plantas nem pelos nomes vulgares (38%) ou conhecer algumas delas (48%). Por ser de grande importância para o Município, essa Praça deveria ser mais utilizada em Programas de Educação Ambiental e mais incentivadas as visitações por turistas. Figura 2. Nível de conhecimento da população entrevistada sobre as plantas arbóreas da Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) Como se previa, a maioria dos entrevistados nos dois setores não sabe os nomes científicos das plantas da Praça do Cerrado (Figura 3). Acredita-se que a forma mais rápida da população obter esse aprendizado seja através de placas de identificação colocadas sob as plantas constando nome vulgar, nome científico, família botânica e sua utilização doméstica ou industrial. Assim, os transeuntes poderiam ter acesso a essas informações e se tornar um multiplicador das mesmas. Outro procedimento que pode ser adotado como foi mencionado anteriormente é os Programas de Educação Ambiental, principalmente com crianças do Ensino Fundamental. Figura 3. Nível de informação da população entrevistada a respeito dos nomes científicos das plantas da Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) Quando perguntado se havia obtido o conhecimento que tinha sobre os nomes das plantas foi através de literatura ou estudos, a grande maioria (Figura 4) disse não ter sido (88% dos alunos e 90% dos populares). O conhecimento empirírico foi a maneira mais usada pelos entrevistados. Isso demonstra a necessidade de inserir no contexto do Ensino fundamental e médio, ainda que de forma transversal, a Educação Ambiental que busque conhecer e preservar os recursos naturais da própria cidade. Figura 4. Forma de obtenção do conhecimento da população entrevistada sobre as plantas da Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) Como a porcentagem de pessoas que disseram não conhecer ou ter conhecimento apenas de algumas plantas da Praça do Cerrado foi alta, isso refletiu na porcentagem de entrevistados que não sabem sobre a sua utilização (74% dos alunos e 68% dos populares) (Figura 5). Se a população tivesse maiores informações sobre como usar essas plantas no seu dia-a-dia, provavelmente, teria mais interesse em conhecê-las melhor e auxiliasse na sua divulgação e preservação. Em algumas cidades brasileiras são oferecidos cursos, palestras e outras atividades que ensinam a população carente a utilizar frutos e sementes do Cerrado na culinária buscando suprir as necessidades de vitaminas, ferro e demais substâncias que melhorem a qualidade de vida. Também são oferecidas às pessoas informações sobre a utilização correta de plantas medicinais, incluindo as do Cerrado buscando reduzir os custos com medicamentos alopáticos. Sugere-se, então, que Caldas Novas através de suas Secretarias Municipais, escolas, associações de bairros e redes hospitalares desenvolvam um Programa de Saúde que incentive a utilização adequada de plantas frutíferas e medicinais. Figura 5. Informações da população entrevistada sobre a utilização das plantas da Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) Apesar do pouco conhecimento sobre os vegetais, foram altas as porcentagens de entrevistados nos dois setores (84% dos alunos e 98% dos populares) que acreditam que as plantas podem melhorar a qualidade de vida dos moradores de Caldas Novas (Figura 6). Talvez o fato do clima no Município ser quente e o período seco ser bastante longo durante o ano, tenha influenciado nas respostas dos entrevistados. Nessa situação, não é difícil compreender que as árvores amenizam o calor, auxiliam na retenção da umidade do solo e na reposição de água na atmosfera para as chuvas na região. Embora tenha sido apenas 16% dos alunos entrevistados é preocupante que ainda existam estudantes vestibulandos que acreditem que as plantas podem influenciar positivamente na melhoria da qualidade de vida em áreas urbanas. Novamente evidencia a importância da Educação Ambiental na formação de cidadãos conscientes do seu papel na preservação dos recursos naturais. Figura 6. Opinião da população entrevistada sobre a influência das plantas na qualidade de vida dos moradores. Fonte: Acervo pessoal (2008) Parece viável o uso de placas para a identificação das plantas, uma vez que a maioria dos entrevistados (78% dos alunos e 80% dos populares) disse que as mesmas auxiliariam na obtenção desse conhecimento das plantas ocorrentes na Praça do Cerrado (Figura 7). A empresária Rosely Brancaglione por iniciativa própria e apoio da Universidade de São Paulo e da Subprefeitura de Pinheiros/SP criou o Projeto Vila Viva com a finalidade de colocar placas informativas nas plantas do bairro Vila Madalena. O projeto foi aprovado pela população e considerado por pesquisadores e educadores como o professor Pirani do Instituto de Botânica da USP de grande importância “como base para estudos e interatividade de escolas da região bem como meio da extensão da universidade” (PIRANI, 2006). Figura 7. Opinião da população entrevistada sobre o uso de placas para a identificação das plantas na Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) Grande parte dos entrevistados não conhece, mas acham importante saber mais sobre as plantas da Praça do Cerrado (Figura 8). Isso demonstra que há interesse da população em conhecer melhor os recursos naturais do município, talvez ainda falte incentivo e oportunidade para que possam obter essas informações. Figura 8. Importância do conhecimento sobre as plantas da Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) Se tiver oportunidade uma alta porcentagem dos entrevistados (82% dos alunos e 98% dos populares) buscará se informar sobre as plantas e a importância da Praça do Cerrado (Figura 9). Figura 9. Interesse pelas informações sobre a Praça do Cerrado. Fonte: Acervo pessoal (2008) Foram identificadas 34 espécies num total de 179 plantas arbóreas estudadas na Praça do Cerrado (Tabela 1) distribuídas em 19 famílias botânicas (Tabela 2). As mais freqüentes são angico, mama cadela, ipê, araticum e jacarandá. A identificação botânica deve constar de placas colocadas sob essas plantas para melhor conhecimento da população, principalmente de alunos e populares transeuntes. Tabela 1. Plantas arbóreas identificadas na Praça do Cerrado em Caldas Novas/GO. Planta Qtd. Nome Popular Nome Científico 1 4 Aroeira Myracrodruon urundeuva 2 1 Sirigüela Spondias purpurea 3 9 Araticum Annona sp 4 1 Guatambu do Cerrado Aspidosperma macrocarpon 5 2 Lírio-do-campo Himatanthus obovatus 6 13 Ipê Tabebuia sp 7 2 Paineira Chorisia glaziovii 8 1 Embiriçú Pseudobombax simplicifolium 9 6 Pequi Caryocar brasiliense 10 2 Imbaúba Pourouma cecropiifolia 11 2 Lixeira Curatella americana 12 1 Farinha Seca Peltophorum dubium 13 6 Jatobá Hymenaea sp 14 6 Barbatimão Stryphnodendron adstringens 15 2 Ingá-Feijão Inga cylindrica 16 6 Ingá-branco Inga laurina 17 6 Vinhático Plathymenia reticulata 18 38 Angico SP Anadenanthera macrocarpa 19 2 Amendoin do Campo Platypodium elegans 20 1 Canzileiro SP Platypodium 21 5 Caviúna-do-Cerrado Dalbergia miscolobium 22 8 Jacarandá Machaerium opacum 23 6 Mata-Baratas Andira sp 24 2 Cedro Cedrela sp 25 14 Mama cadela Brosimum gaudichaudii 26 1 Marinheiro Guarea sp 27 5 Camboatá Cupania vernalis 28 2 Pitomba Talisia esculenta 29 2 Curiola Pouteria torta 30 2 Lobeira Solanum lycocarpum Continuação da Tabela 1. Planta Qtd. Nome Popular Nome Científico 31 6 Mutamba Guazuma crinita 32 6 Açoita-Cavalo Luehea grandiflora 33 1 Pau-Jangada Apeiba tibourbou 34 8 Pau terra (folha larga) Qualea grandiflora Total 179 Fonte: Acervo pessoal (2008) Tabela 2. Famílias botânicas das plantas da Praça do Cerrado. Planta Qtd. Família 1 5 Anacardiaceae 2 9 Annonaceae 3 3 Apocynaceae 4 13 Bignoniaceae 5 3 Bombacaceae 6 6 Caryocaraceae 7 2 Cecropiaceae 8 2 Dilleniaceae 9 7 Leguminosae-Caesalpinoideae 10 58 Leguminosae-Mimosoideae 11 22 Leguminosae-Papilionoideae 12 2 Meliaceae 13 14 Moraceae 14 6 Sapindaceae 15 4 Sapotaceae 16 2 Solanaceae 17 6 Sterculiaceae 18 7 Tiliaceae 19 8 Vochysiaceae TOTAL 179 Fonte: Acervo pessoal (2008) CONCLUSÃO A diversidade vegetal na Praça do Cerrado parece ser alta, pois foram identificadas 34 espécies num total de 179 plantas arbóreas estudadas distribuídas em 19 famílias botânicas. A população entrevistada conhece a Praça do Cerrado, porém a maioria não tem informações sobre suas plantas e usos. Grande parte acredita na influencia positiva da vegetação na melhoria da qualidade de vida dos moradores e gostariam de obter mais informações sobre as plantas da Praça. Diante deste quadro, torna-se evidente a necessidade de colocação das placas de identificação nas plantas dessa e de outras praças da cidade. O uso das praças como local de interatividade das escolas e meio para extensão universitária como sugeriu Pirani (2006) deve ser considerado no Município, além do incentivo à visitação da Praça do Cerrado por turistas. REFERÊNCIAS ÁRVORES BRASILEIRAS volume 1 e 2 Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Aboreas Nativas do Brasil HARRI LORENZE BINDO, Márcia.vida simples.2008. Disponível em:,vilamada.br/conteúdo/saladeiprensa.htm < acesso em:20/setembro/2008 MARTINS-DA-SILVA, R. C. V. Identificação de espécimes botânicos. 2008. Disponível em: Acesso em: 10/dez/2008. PIRANI. Identificação de árvores. Revista Ecologia, São Paulo, setembro/2006. Disponível em: Acesso em: 20/set/2008. MARTINS-DA-SILVA, R.C.V.¹ IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIMES BOTÂNICOS. Disponívelem: joinville.udesc.br/sbs/professores/arlindo/materiais/identifica__odeesp_cimesbot_nicos.pdf< Acesso em: 10/dezembro/2008.>
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 00:49:08 +0000

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