UM POUCO DE HISTORIA... O leitor se lembra ou mesmo ouviu falar - TopicsExpress



          

UM POUCO DE HISTORIA... O leitor se lembra ou mesmo ouviu falar da famosa Tecelagem Silva, Seabra $ Cia., ou Pereira Inácio & Cia. que outrora se encontrava instalada na Praça Adhemar de Barros. Não? Mas se eu perguntasse da Fábrica Ipiranguinha? Claro que o amigo iria se lembrar e bem rapidinho. Pois se trata da mesma fábrica. A tecelagem inaugurada em 1885, teve vários proprietários, entre eles, os Camargo, os Scarpa, e o Moinho Santista. Inicialmente produzia apenas brim de algodão. Naquele tempo havia poucas fabricas, mesmo assim, com muita competência a Ipiranguinha foi se desenvolvendo. A cada ano aumentava o seu quadro de funcionários. Na época, muitos trabalhadores foram atraídos pela oferta de trabalho, especialmente os imigrantes: italianos, português, espanhóis, libaneses e romenos. O crescimento e as oportunidades vieram acompanhados de longas jornadas, como também de baixos salários. Em fevereiro de 1906, um fato curioso marcou a historia da fabrica, foi quando seus quinhentos e dois operários resolveram entrar em greve. Sendo à primeira paralisação de grande porte ocorrido na região. Com o desenvolvimento industrial acelerado, a visionária direção, vislumbrou que chegara a hora de premiar seus colaboradores e para isso construiu a chamada “Vila Operária”, formada por casas entre as Travessas D. João VI, Lucinda, Marajó e nas Ruas Gertrudes de Lima, Estrela, Sol e Marquesa de Santos. As residências eram alugadas aos funcionários por um preço módico e o valor do aluguel descontando em folha. Mais tarde essas casas foram vendidas aos próprios ocupantes. Sorriso na face, coração pulsando forte, Mario Lunardi, (91 anos) externa sua alegria ao falar da tecelagem que o acolheu como empregado durante o período de 1937 a 1954. Disse-nos que até hoje ouve os três apitos que pela manhã anunciavam o início dos trabalhos. Eram dois breves e um longo. Mas ao falar dos colegas de trabalho - todos falecidos - seus olhos ficam marejados de lagrimas e com a voz embargada, lembra com saudade daqueles que exerceram cargos de chefia nas inúmeras seções da fabrica: Silvio Magardi (escritório), Orlando Viganó (escritório central), Eugenio Biasetti (tecelagem), João Corazza (carpintaria), Teodoro (mecânica), José Bosco (caldeira), Bernardo (fiação), Eduardo Florio (mestre) Mario Lunardi (contramestre), Abel Cunha (mecânica), Virgilio Piva (tinturaria). O quadro de operários era formado por moças bonitas, bem educadas e rapazes saudáveis. Que pena! A Tecelagem Ipiranguinha de tantas tradições e inúmeras conquistas encerrou suas atividades em 1969, deixando para trás a eterna saudade. VALDIR FRANCISCHETTI E-mail: [email protected]
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 17:51:16 +0000

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