UM TEXTO QUALQUER Espero longa e demoradamente por ti pelos - TopicsExpress



          

UM TEXTO QUALQUER Espero longa e demoradamente por ti pelos avessos do tempo, escondido por trás de ponteiros lisos do relógio. Esse estúpido relógio que faz barulho e impõe de tal um movimento fascista na cadência milimétrica da vida. Uma ideia parva da vida do tempo, da vida das coisas, da vida das pessoas e da vida de alguns outros ectceteras. Preferia ser órfão sem pátria, patrimónios e lides culturais, sem obrigações, ser livre de conveniências e conceitos, sem paterno e suas noções graves, sair desgovernado pelo ar a procura das horas que não existem, atrás de copos cheios de absinto, do meu esquecimento e emborcar esse carnívoro temporal, e da memória, e que se esquece de tudo, e de si e das merdas que o compõem. E se não fossem não seria eu quem sou. Com o pesar do tempo crio versos estúpidos, no seu avesso, perversos, cheios de estilos e de merdas tal a mão de um artista lírico em bailados confusos cujo movimento se confunde com a sua essência ao cagar, que ao papel hão de limpar sua alma acidentada com pedaços grossos e sebosos da merda que criou. Assim criarei a fábula, o pesar do cu e da alma . A propósito da alma, pela manhã acordo reflexo absinto, babas secas e palavras coladas ao céu da boca entre lábios e hálito nojento, elas, tal a imagem dissipada de um sonho, palavras desaparecem. Despejar e esbanjar, palavras desidratas cuspidas pelas babas secas matinais, e com com as palavras coladas aos lábios voltar a emborcar para idratar, para lembrar e dar vida às partes mortas do cérebro. E mesmo assim a morte bate a porta e ainda não chegastes !
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 07:56:30 +0000

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