Um poeminha que vai se formando numa conversa com os netos pode ir se transformando num texto mais erudito, com maiores sutilezas, amplitude. E talvez ainda não esteja fechado, pois escrever exige uma dinâmica de expansão e completude. Outras ideias ainda poderão vir a estas se juntar. E o poema talvez vá ter ressonância só no neto do futuro: Não desgasta os eixos de tuas pernas com o sorver do deserto inútil engastado numa tela Reserve-as para os momentos de ir onde ficam os freixos das frondes vívidas e recuperarás a ciência de conhecer a voz das árvores e o aninhar dos seixos num caudal de córrego A rua está vazia se te ausentas Repousa os nervos em sal e as alturas não vençam com o terror das dormências Deixa sãs as tuas pernas para a próxima montanha Já o bulício das águas Já canta um pássaro, eriça as penas nas frondes do vívido freixo A aridez já se desfaz quando os passos saem por uma porta
Posted on: Sun, 01 Sep 2013 02:54:49 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015