Uma Análise Psicológica Afinal, a - TopicsExpress



          

Uma Análise Psicológica Afinal, a consciência - a existência de prazer e dor, amor e ira - é uma fonte bastante central do significado da vida. Sempre é possível que a consciência não seja extra, que ela verdadeiramente possua algum tipo de interferência no mundo físico, como influenciar o comportamento. Na verdade, como uma intuição de bom senso, isto chega a muitas pessoas como óbvio. Mas como uma doutrina filosófica ela é radical, pois pode parecer levar-nos de volta para Descartes, para a idéia de que a "coisa alma" ajuda a governar o mundo físico. E tanto para a filosofia quanto para ciência Descartes é morto ou, no mínimo, em vida suspensa. O problema do extra na consciência é o que Chalmers chama de um dos difíceis problemas da consciência. O que Dennett faz, diz Chalmers, é omitir as perguntas difíceis e focalizar as perguntas fáceis - e então intitular seu livro como Consciência Explicada. Há uma outra pergunta difícil que Chalmers enfatiza. Ela - e a alegada tendência de Dennett de evitar tais perguntas - é ilustrada por algo chamado pandemônio, um modelo de IA que Dennett favorece. De acordo com esse modelo (pandemônio), nosso cérebro subconscientemente gera teorias competitivas sobre o mundo, e somente a teoria vencedora se torna parte da consciência. Isto é uma "mosca próxima" ou um "distante avião" nos limites da nossa vista? E o "choro de um bebê" ou o "miado de um gato"? Quando percebemos essas imagens e sons, esses debates são normalmente resolvidos por meio de uma batalha na qual o vencedor se apodera de tudo. A teoria vencedora - a de que melhor compete pelos dados - tem lutado pelo controle dos nossos neurônios e, assim, do campo de percepções. Como um modelo científico, o pandemônio tem virtudes. Em primeiro lugar, ele funciona; você pode levar o modelo com sucesso a um computador. Em segundo lugar, ele funciona melhor em computadores paralelos em massa, cuja estrutura lembra a estrutura do cérebro. Portanto é uma teoria plausível sobre o fluxo de dados, porém o cérebro admite alguns tipos de dados na memória, e outros, na consciência, o que não acontece a nível computacional. Assim, diz Chalmers, uma vez que saibamos que tipo de dado se torna parte da consciência, e como eles ganharam tal privilégio, a pergunta permanece, "Como o dado se tornou parte da consciência?" Suponha que a informação física que representa a hipótese do" choro do bebê" tenha varado o dia e destruído a informação que representava a hipótese do "miado do gato". Com exatidão - por que física ou metafísica alquimia - a informação física é transformada na experiência subjetiva de ouvir o choro de um bebê? Como McGinn coloca em questão: "Como o cérebro transforma água em vinho?" McGinn não quer dizer que a experiência é literalmente um milagre. Ele se considera um materialista. Presume-se que exista alguma explicação física para a experiência subjetiva, mesmo duvidando que o cérebro humano - ou mente, ou o que for - sempre pode apegar-se a ela. Entretanto, McGinn não se ri das pessoas que tomam a metáfora da água transformada literalmente. Penso que de certa forma é legítimo tomar o mistério da consciência e convertê-lo num sistema teórico. Eu mesmo não faço isto, mas penso num sentido que isto é mais racional que o materialismo estrito, porque respeita os dados, isto é, respeita a falta de dados, o suspiro e talvez o eterno fosso da compreensão científica. Estas duas perguntas difíceis sobre a consciência - a pergunta do extra e da água transformada em vinho - não dependem da inteligência artificial. Podem ocorrer (e têm ocorrido) a pessoas que simplesmente levam a idéia da mente-como-máquina a sério e ponderam sobre suas implicações. Tem-se então a atual construção de um robô Cog, ou da máquina pandemônio, tornando ainda mais vivas e difíceis tais questionamentos. O desdém dos materialistas sobre o problema corpo/mente pode ser posto forçosamente no papel, mas diz McGinn, "Você começa a ver os limites de um conceito assim que ele é estendido". Com a IA, os dogmas do materialismo estrito estão sendo entendido - e descobertos, ao menos por alguns - como incapazes de explicar certas partes da experiência humana. Dennett tem resposta para estas críticas. Como para o problema do extra, a pergunta de que função a consciência serve: se você é um materialista estrito e acredita que "a mente é o cérebro", então a consciência tem de ter uma função. A final, o cérebro tem a função, e a consciência é o cérebro. Similarmente, transformar a água em vinho parece um problema menos agudo se o vinho é água. Para as pessoas que não partilham das intuições filosóficas de Dennett, esses argumentos podem parecer ininteligíveis (é uma coisa dizer que os sentimentos são gerados pelo cérebro, como Chalmers e McGinn acreditam, mas o que faz isto significar que os sentimentos são o cérebro?). Entretanto, isto não quer dizer que Dennett esteja errado. Algumas pessoas compartilham de suas intuições e acham o pensamento dos seus críticos, opaco. A consciência é uma daquelas questões tão profundas que freqüentemente pessoas com diferentes pontos de vista até se comunicam em mesmo sentido. A ininteligibilidade é mútua. Chalmers não é tendenciado pela vertente do "misterianismo" de coração como McGinn. Ele pensa que uma solução para o quebra-cabeça da consciência é possível. Mas acha que isto exige o reconhecimento de que a consciência algo acima e além do físico, e isto exigiria construir uma teoria, e que até Chalmers a usa somente sob pressão. Ele prefere a palavra "filosófica". Em "The Conscious Mind", Chalmers, levanta uma teoria psicofilosófica. Pode ser, ele diz, que a consciência seja uma propriedade "não-física" do universo, vagamente comparável a propriedade físicas como massa ou espaço ou tempo, e pode ser que, por alguma lei do universo, que a consciência acompanhe certas configurações da informação, tal como os cérebros. Além disto a informação, supostamente composta de matéria comum, seja uma encarnação especial da matéria e tenha dois lados - o físico e o experimental. Neste ponto de vista Cog pode ser realmente ter consciência. Da mesma forma , a máquina do pandemônio. E também o termostato. Chalmers acha possível que a pesquisa da IA possa algum dia gerar - pode até estar gerando agora - novas esferas de consciência, não sentidas pelo resto de nós. Estranho que isto possa parecer, a perspectiva de que estamos criando uma nova espécie de vida sensível está agora sendo levada a sério na filosofia. Embora Turing geralmente estivesse longe dessas perguntas metafísicas, seu jornal de 1950 tocou brevemente neste assunto. Algumas pessoas, discorre ele, podem alegar que ao criarem verdadeiras máquinas pensantes, pode ser cria almas, e assim exercer poderes reservados a Deus. Turing discorda e argumenta: "Tentando construir essas máquinas, nós não estaremos irreverentemente usurpando seu poder de criar almas mais do fazemos quando procriamos crianças, pelo contrário, nós somos, em ambos os casos, instrumentos da sua vontade, provendo mansões para as almas que Ele cria." Hoje, no entanto, vê-se um confronto muito grande de visões aos quais convergiram para uma maior disparidade de conceitos no que tange aos princípios de direcionamento de estudo. Até a particularização e divisão em mega-grupos de vertentes estão ocorrendo, e após o clássico confronto de Garry Kasparov e Deep Blue, isto tem se agravado e exposto ao público não relacionado intrinsecamente da área, esta tenaz discussão. No dia em que Kasparov colocou-se frente a frente com Deep Blue - um supercomputador da IBM - na primeira série de jogos de xadrez, ele não estava atrás apenas de mais fama e dinheiro. No seu entendimento, o campeão mundial de xadrez estava jogando no lugar de toda a espécie humana. Estava tentando, como colocou pouco antes do início da série, "ajudar a defender a nossa dignidade". Muita bondade de sua parte. Porém se a dignidade humana tem algo a ver com a maestria no xadrez, a maioria de nós é tão indigno que nem Kasparov pode nos salvar. Se precisássemos investir-nos da honra da nossa espécie em alguma proeza essencialmente humana e desafiar uma máquina a repetir a mesma coisa, isto não precisaria ser algo que o humano médio pudesse fazer?; digamos, um simples jogo de perguntas e resposta no computador? (Ou perder para Kasparov no xadrez?). Aparentemente, não. Como Kasparov suspeitava, seu duelo com o computador Deep Blue realmente tornou-se um símbolo da meditação sobre o significado e a dignidade da vida humana. Enquanto o mundo acompanhava sua dificílima fuga de uma história - ao mesmo tempo celebrava-se o 50° aniversário do considerado primeiro computador, o ENIAC - Kasparov parecia personificar alguma espécie de crise de identidade que os computadores induziram em nossa espécie. Pode ser que tal crise esteja resolvida. Não se trata apenas de pensar que essas máquinas ficam cada vez mais poderosas, fazem mais trabalhos do que antes somente pessoas seriam capazes, desde a análise financeira e serviços de assessoria, até jogos de xadrez de categoria mundial. O problema é que, até então, elas pareciam enfatizar a geralmente desespiritualizada aridez da busca de científica. Primeiro, Copérnico disse que não somos o centro do universo. Depois, Darwin disse que somos apenas protozoários com um longa lista de acréscimos - gerar "máquinas de sobrevivência", como os modernos darwinista colocam. As máquinas não têm alma, certo? Certamente o Deep Blue não mencionou que tivesse uma. Quanto melhor aquelas máquinas aparentemente sem alma conseguem coisas que só as pessoas fazem, mais plausível parece que podemos ser máquinas sem alma também. Mas por muito lógico que este acabrunhante argumento possa soar, ele não aparece como coisa muito importante entre os estudiosos que refletem sobre esses assuntos em relação à vida. Isto não quer dizer que os filósofos estejam subitamente ressuscitando a idéia de uma distinta e imaterial alma que governa o corpo a vida inteira, e depois o deixa em busca da sua recompensa. São filósofos, não teólogos. Falam sobre alguma concebível qualidade não física dos seres humanos, não sobre almas, mas sobre consciência e mente. O ponto é simplesmente que, enquanto a era da informação avança e os computadores ficam mais cerebrais, os filósofos estão levando mais a sério a etérea existência da mente, da consciência. E um dos resultados é deixar aos inclinados para a teologia mais lugar para a especulação espiritual. "O mistério cresce agudamente" e "Quanto mais pensamos sobre computadores, mais entendemos o quanto a consciência é estranha", diz o filósofo David Chalmers. Embora o xadrez tenha sido ultimamente a mais badalada medida da humanidade da máquina, ele não é o medidor-padrão. O medidor talvez mais aceito foi inventado pelo grande cientista britânico de computadores Alan Turing em um ensaio de 1950 publicado no jornal "Mind". Turing levantou a pergunta "Podem as máquinas pensar ?" e propôs o que agora é chamado Teste de Turing: suponha que um interrogador esteja se comunicando por um keyboard com uma série de entidades fora da sua visão. Algumas entidades são pessoas, algumas são computadores, e o interrogador tem de adivinhar "quem é quem" e "o quê é o quê". Pela quantidade de vezes que o computador engana os interrogadores, seria possível dizer se ele pensa. Pelo menos é deste modo que o significado do Teste de Turing é normalmente colocado, entretanto, na metade do seu famoso ensaio, Turing escreveu a pergunta original: "Podem as máquinas pensar?". Seu teste não se propõe a responder a esta obscura pergunta, mas a substituí-la. E ele acrescenta: "... acredito que no fim do século o uso de palavras e a opinião geralmente educada terão se alterado tanto que alguém será capaz de falar de máquinas pensantes sem ser contradito." Com o fim do século já à vista, nenhuma máquina passou consistentemente pelo teste de Turing. Naquelas poucas ocasiões em que interrogadores foram enganados pelos computadores, as dúvidas foram pouco penetrantes. Daí uma inconsistência no Teste de Turing: ele está medindo o poder do pensamento das máquinas ou dos humanos? A lição aqui - agora um dogma entre os pesquisadores da inteligência artificial - é que a coisa mais difícil para os computadores é a coisa simples. Claro que podem jogar um grande xadrez, um jogo de regras mecânicas e opções finitas. Mas pequenas conversas ou mesmo fazer o trivial jogo de perguntas e respostas, é outra coisa. Mesmo assim, a julgar pelos comentários sobre a série de jogos de Kasparov, mesmo se os computadores pudessem passar no teste, o debate sobre se eles pensam continuará provocando iradas discussões. Ninguém duvidou das habilidades enxadrísticas do Deep Blue, mas muitos duvidaram se é uma máquina pensante. Ela usa força bruta - milhões de cálculos, em lugar de uns poucos ataques de grande pensamento estratégico. Mas há programas de xadrez que funcionam algumas vezes como os humanos. Eles avaliam a situação do jogo e raciocinam estrategicamente à partir daí. E, embora não sejam bons o suficiente para derrotar Kasparov, são fortes o bastante para colocar a média dos homo sapiens em consternadora humilhação. Além disso, muitos dos progressos feitos ultimamente nos problemas simples, como reconhecer faces, têm vindo através de computadores paralelos, que espelham a difusa arquitetura de processamento de dados do cérebro. Embora o progresso na IA não tenha alcançado altas esperanças dos seus fundadores, ela está fazendo os computadores mais parecidos conosco, não apenas no que fazem, mas como fazem - como nós interiormente. Então as máquinas podem pensar? Não tão depressa. Muitas pessoas ainda podem dizer não. Quando falam sobre o que é o interior de um ser humano, eles querem dizer a maneira interior - não apenas o fluxo neuronial de dados correspondente aos nossos pensamentos e sentimentos em si mesmos. Isto é, a graça interior ou a escura ansiedade da dúvida. Quando Kasparov perdeu o primeiro jogo, ele ficou triste. Poderia o Deep Blue sentir-se profundamente triste? Um programa de reconhecimento de faces experimenta o reconhecimento? Podem os computadores, mesmo computadores cujo fluxo de dados imita precisamente o fluxo humano, verdadeiramente ter experiências subjetivas? Esta é uma pergunta da consciência ou da mente? As luzes estão acesas, mas alguém está em casa? O livro de Chalmers está provocando agitação. Seu argumento foi chamado "um grande dispersador de atenção, um gerador de ilusões" pelo conhecido filósofo Daniel Dennett, da Tufts University. Dennett acredita que a consciência está muito longe de ser um mistério. Claro que há detalhes a trabalhar, mas o quebra-cabeça foi reduzido a "um conjunto de problemas administráveis". As raízes do debate entre Chalmers e Dennett - o debate sobre o quanto a mente é ou não misteriosa - está no trabalho do mentor de Dennett na Universidade de Oxford, Gilbert Ryle. Em 1949, Ryle publicou um livro marcante chamado "The Concept of Mind". Ele nega abruptamente a idéia de uma alma humana - um "fantasma na máquina", como sarcasticamente colocou - definindo-a como um espasmo do pensamento pré-científico. O intuito de Ryle era o tipo de alma imaginada no século XVII por René Descartes: uma imaterial, às vezes autônoma alma que governa o corpo durante a vida. Mas o livro demonstra entusiasmo por versões menos sobrenaturais de uma alma: mente, consciência, experiência subjetiva. Alguns adeptos da linha materialista que Ryle ajudou a difundir que nem isso existem. Outros disseram que existem, mas consistem simplesmente do cérebro. E com isto eles não querem dizer que a consciência é produzida pelo cérebro como a fumaça é produzida por uma máquina fumacenta. Querem dizer que a mente é o cérebro - a própria máquina, e ponto final. O livro de Ryle foi publicado três anos depois da construção do ENIAC e, à primeira vista, suas idéias poderiam parecer drenar forças da era do computador. Aquela, em certo grau, é a linha que Dennett nota que a IA está progredindo, criando máquinas inteligentes que processam dados algumas vezes do jeito que os humanos fazem. Colin McGinn, da Rutgers University, autor do livro "The Problem of Consciousness". Agindo como se a consciência não fosse um grande mistério, diz McGinn. "Dennett está lutando numa ação de retaguarda" e Chalmers estão entre os filósofos que têm sido chamados neomisterianos porque pensam que a consciência é, digamos, misteriosa. McGinn vai mais longe ao dizer que ela sempre continuará assim. Para os seres humanos tentarem saber como a experiência subjetiva nasce da matéria, ele diz, "é como se lesmas tentassem fazer psicanálise freudiana. Elas simplesmente não têm o equipamento conceitual". Na verdade, tem havido há muito tempo uns poucos adeptos ao misterianismo insistindo que a glória da experiência humana desafia a dissecação científica. Mas o atual debate é diferente. Os neomisterianos são fundamentalmente científicos em perspectiva. Eles não começam por duvidar das audaciosas premissas da IA. Bem, eles dizem que pode ser possível, em princípio pelo menos, construir uma máquina eletrônica que possa fazer tudo o que o cérebro humano possa fazer, porém pensam que as pessoas como Dennett compreendem mal a importância dessa perspectiva - em vez de enterrar os velhos quebra-cabeças sobre consciência, eles os ressuscitam de maneira mais clara do que nunca. Seja o que for que as máquinas humanas se tornem, ou a habilidade com que passem no teste de Turing, ou ainda quão precisamente seu fluxo de dados espelhar o fluxo de dados do cérebro, tudo o que elas fizerem será explicável em termos estritamente físicos, e isto, vai sugerir com força cada vez maior que a consciência humana é em si mesmo algo extra. Chalmers destaca: "Parece que Deus pode ter criado o mundo fisicamente, exatamente como este, átomo por átomo, mas sem nenhuma consciência como um todo. E isto pode ter funcionado muito bem. Mas nosso universo não é assim. Nosso universo tem consciência."
Posted on: Tue, 23 Jul 2013 23:12:40 +0000

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