Uma Obra Prima. LONGE DE MIM.. Hoje me bateu uma saudade infinda! Uma saudade doída... Persistente... Cáustica... Pungente e totalmente indefinida. Saudade de todos, de tudo e de nada... Saudade de idas e vindas, nesta tresloucada ciranda da vida... Saudade do passado e já antecipando a do presente também... Saudade de mim. De minha doce e peralta infância, da casta e inocente adolescência, da virginal juventude, da circunspecta e atribulada idade madura, seguida por uma velhice, menos infausta, mas que amarga os suportados e aziagos percalços, já vividos. Dentro de mim vasculho memória, afetividade, inteligência, tudo o que me auxilie a encontrar o agente deste meu padecer. Então, é que me deparo com o fato de que preciso historiar sobre isto. Usar a palavra escrita, para explicar o que muitas vezes é inexplicável, entender o ininteligível e crer no que é incrível, pois a minha verdade é que vai me enxugar desta saudade impalpável e perversa. E descubro então, a minha realidade, tão ali, pertinho de mim e que governa toda a minha existência já vivida e a presente também: o amor sincero, puro, incondicional e verdadeiro, que abrasa todo o meu ser. Amor pelas pessoas com quem já convivi e estão longe de mim. Amor aos espaços já desfrutados e que estão longe de mim. Amor aos objetos e artefatos já utilizados e trabalhados e que estão longe de mim. Amor às realizações já concretizadas e que estão longe de mim. Amor a tudo de bom que os meus sentidos já puderam captar e que estão longe de mim. Amor aos momentos de felicidade e êxtase, intensamente vividos e que estão longe de mim. Amor ao trabalho digno e bem executado e que está longe de mim. - E, quem entende um amor assim? - Só quem ouve o inaudível... Só quem diz o indizível... Só quem descreve o indescritível... Só quem acredita que um amor assim é crível! Martha dos Santos Franklin
Posted on: Mon, 26 Aug 2013 19:19:44 +0000
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