Uma boa noite a todos. Os dias vão passando, e o atleticano só - TopicsExpress



          

Uma boa noite a todos. Os dias vão passando, e o atleticano só pensa no Marrocos. Nossas mulheres planejam o Natal, o amigo oculto, a festa de fim de ano, e a gente apenas finge refletir sobre isso. No fundo, não tamo nem aí, porque sabemos exatamente o tamanho da nossa ressaca nos festejos natalinos. Já sugeri na minha casa que se recheie o chester com Engov e Neosaldina. Temo porém não voltar de Marrakesh, nem tampouco estar pra lá dele. O risco, informa um cabeleireiro marroquino que outro dia deu um tapa no meu telhado, é os atleticanos pegarem prisão perpétua em sua terra natal. Ou por lá ficarem mofando alguns meses, como os corintianos de Oruro. Vamos virar “os atleticanos de Marrakesh” – pelo menos terá sido um duplo upgrade, de torcida e de cidade. O barbeiro marroquino, recém mudado para Belo Horizonte, informa que seus compatriotas não gostam de bêbados, mesmo nas versões bêbado feliz ou bêbado deprimido. Bêbado folgado, então, tratam na ponta da botina e na facada. Tem essa vantagem: a briga por lá é vintage – não tem arma de fogo, ele diz, e o negócio se resolve mesmo é na peixeira. Outra questão importante, aponta o barbeiro em seu serviço de utilidade pública, é a relação com as mulheres. Não se pode nem olhar, quanto mais cumprimentar com beijo. Nessa profusão belorizontina, então, com três beijinhos no rosto, cafungada no pescoço e as duas mãos no fecho do sutiã, aí o sujeito é eliminado igual um Monterrey, um Raja Casablanca ou um Auckland City. Na fila dos eventos de lançamento de “O Atleticano Vai ao Paraíso”, meu livro de crônicas do Galo com o fotógrafo Gabriel Castro, fiz o próprio DataFred: de cada dez torcedores, nove estavam com tudo pronto para a viagem ao Marrocos – uma coisa realmente impressionante. Um deles, o Cacau, vai levar o pai, que está doente. Aos 80 anos, o dr. Ascânio precisa tratar-se com hemodiálise. Já acertaram tudo com um hospital de Marrakesh. Êh, Galo... Enquanto transcorrem esses dias pré-Marrocos, a coisa vai entrando no eixo. Bem que eu falei, desde que o Richarlysson se contundiu: prenderam a bruxa. Agora já se vê Ronaldinho e Réver correndo na Cidade do Galo, o Guilherme, talismã do apagão, quase pronto pra voltar. Aliás, tenho esse estranho sentimento: o Guilherme é o nosso Gabiru, aquele lá que deu o Mundial ao Inter em 2006. Claro que o Guilherme é melhor que o Gabiru – mas num time que tem Leonardo Silva como zagueiro (ele poderia ser atacante em qualquer time do Brasil), a comparação é pertinente. Nesse adorável clima de tranquilidade, o Galo enfrenta hoje o Botafogo. Sinceramente? Entrega. Porque há coisas que só acontecem com o Botafogo, e essa coisa pode ser o título. Improvável, é verdade, porque o alvinegro carioca só sabe ser pedra no sapato da gente. Mas em todo caso, treina os 80 minutos, entrega no final. E então, enquanto Marrocos não chega, vamos nos divertindo com o “Dale 1,2,3”, com as Minas Arenas (há minas e manos) usando foto da Massa em substituição ao Tibete Azul, com a Argentina na Cidade do Galo, com o Pato perdendo a vaga pro Tardelli na próxima convocação da CBF. Assim vamos enrolando a vida, na esperança de que, em dois meses, alguém finalmente honre o nome de Minas no cenário esportivo mundial. Espero apenas voltar para o réveillon, ou pelo menos para a Copa de 2014.
Posted on: Mon, 28 Oct 2013 00:21:11 +0000

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