Valorizamos cada vitória quando conhecemos quanto amarga pode ser a derrota Por Lucas Henrique Palioza Alimentar expectativas, é prever o futuro ideal para uma determinada ocasião, é contaminar-se na ilusão das condições do ambiente simulado mentalmente. Em uma perspectiva positivista: ter expectativa é tornar significativa a batalha travada diariamente afim de vencer a guerra futura, ou seja, é adquirir habilidades e volume de conhecimentos úteis, na doutrina de que à medida que meu fracasso se aproxima de zero, o meu sucesso se aproxima do infinito. As concepções que relaciono no parágrafo anterior tem perfeita conformidade com as concepções que possuo quanto a minha futura profissão, a de agente do ensino, a de professor: as expectativas a respeito da atuação como docente podem ser muitas, entretanto a minha única possibilidade no momento, é a de contaminar-me na ilusão de ideal a conquistar, trabalhando minhas habilidades e adquirindo volume de conhecimento. Entretanto, como já dizia a admirável frase do sábio Sêneca, “serás menos dependente do amanhã, se te lançares ao presente”. Tal frase conflita o nosso dedicar ao amanhã, pois o amanhã pode não existir, e se existir, se tem por certo que será diferente, poderá ser decepcionante, talvez não. Todavia, vivemos o presente, sofremos a influência do presente. Esse fato justifica o dever de agir no presente, pois o futuro é um desconhecido, e a grande maioria de nós – seres humanos – tememos aquilo que desconhecemos, aguardamos sermos apresentados, e neste momento nossa ação deverá ser imediata, vamos ter que nos valer de nossa habilidade e conhecimento, caso contrário, seremos pegos e eliminados pela decepção do fracasso. Posso parecer um tanto quanto inseguro com relação a minha futura profissão, quando em um relato que deveria transpassar minhas expectativas quanto a ela, optei por filosofar a respeito das incertezas do amanhã. De fato estou inseguro e minha insegurança é motivada pelos argumentos anteriormente relatados. Entretanto, creio que você – caro leitor – concorda comigo de certa forma. Posso te dizer que a honra de ser chamado de mestre (sinônimo de professor), presenciar a evolução intelectual e pessoal que o outro pode obter através de você, presenciar que a sua ação no mundo motiva a gratidão, que detenho o poder de motivar um mundo melhor através do trabalho para conquistar habitantes melhores e mais dignos, certamente será o presente perfeito sobre o qual espero estar a me lançar. E se me decepcionar? Não devo me lamentar, afinal, que graça teria o jogo da vida se eu ganhasse sempre, pois só passamos a valorizar cada vitória quando conhecemos quanto amarga pode ser a derrota.
Posted on: Thu, 03 Oct 2013 02:52:43 +0000
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