Vamos tentar um resumo da ópera pra começar a semana: O MPL - TopicsExpress



          

Vamos tentar um resumo da ópera pra começar a semana: O MPL convoca um movimento contra o aumento da passagem em São Paulo. A repressão desmedida da PM paulista provoca um movimento espontâneo de solidariedade, disseminado pela rede, em todo o país. Este movimento, a princípio, não possuía vínculo com correntes políticas tradicionais e trouxe para as ruas uma extensa e relativamente antiga pauta de reivindicações surdas da população. Com o crescimento dos protestos, duas coisas ficam claras: o inevitável aparecimento de atos de vandalismo incontroláveis, apesar de isolados, e a coaptação do movimento por grupos da direita tradicional (inclusive a própria mídia), que passa a usar as reivindicações para atacar o governo federal. Assim, o "apartidarismo" inicial e compreensível (dado o caráter espontâneo da mobilização) se transforma em reação agressiva a qualquer manifestação partidária, notadamente as de esquerda, ligadas ao governo federal. Os partidos da esquerda tradicional, notadamente o PT, passam a se mobilizar numa segunda reação, em defesa do governo e de suas ações. O MPL se retira do movimento. Em seguida retorna, e fica evidente sua vinculação com as organizações tradicionais de esquerda. Bom... consigo ver, a partir destas considerações, um desenho da situação com quatro grandes grupos de manifestantes: 1) Uma minoria de vândalos cabeças de minhoca ou delinquentes que se aproveitam da situação para cometer crimes ou simplesmente tocar o terror. 2) Pessoas infiltradas (e provavelmente organizadas) ligadas a um pensamento de direita tradicional (partidário ou não), que conduzem o movimento a esta reação anti-partidária agressiva e a reivindicações que visam simplesmente criar constrangimentos aos governos do PT e desestabiliza-lo. 3) Um possível grupo ligado a partidos de esquerda e movimentos sociais que já começam a se mobilizar e que talvez venham nos próximos dias a se juntar ao movimento nas ruas, com o intuito de defender o governo 4) Uma maioria de jovens, muito jovens (e de simpatizantes a eles, de todas as idades), que foram os primeiros a se mobilizarem espontaneamente em solidariedade ao movimento de São Paulo. Neste último grupo, a meu ver, está a grande força do movimento. É um fenômeno novo (pelo ineditismo de seu caráter), jovem (pela idade dos manifestantes e pelo vigor de suas posturas), apaixonado, pacífico, não conservador, consciente, apartidário, mas não apolítico (e este último ponto é crucial !). Precisamos identificar claramente este grupo e apoiá-lo. Ele próprio precisa também se reconhecer, afirmar suas posturas e se diferenciar dos oportunistas de todos os outros matizes: da direita, da esquerda ou do mero caos.
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 00:58:15 +0000

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