Verrdades para Refletir. Nas últimas semanas, o secretário de - TopicsExpress



          

Verrdades para Refletir. Nas últimas semanas, o secretário de Cultura do Pará, o arquiteto Paulo Chaves Fernandes, foi guindado à condição de “inimigo público número 1”, por um grupo que se intitula “representante da classe artística paraense”. Ressentimentos, mentiras e boa dose de tibieza de caráter vêm sendo disseminados pelas redes sociais, conversas de boteco e rodas de “fumacê”, e esbravejados em passeatas e barulhaço por ruas de Belém. Claramente a serviço dos interesses escusos de uma “raposa política” – no momento, apeada do poder estadual e sendo posta na alça de mira da Justiça nacional -, o grupo dito politizado impõe ao governo do Estado a sentença dita pela mãe à jovem Salomé: Dai-nos a cabeça dele! Paulo Chaves não é João Batista, e nem o governador do Estado é o Herodes de tempos idos. Tampouco os “artistas” que declararam uma “guerra santa” ao secretário são os salvadores do mundo, e muito menos da cultura local. O que se vê, em mais esse melancólico episódio da Belém tupiniquim, que se recusa a avançar no tempo, é a colocação na mesa de um discurso vazio, eivado de palavras de ordem - muitas delas já em desuso há muitos anos, como o famoso “Fora qualquer coisa que não atenda aos meus interesses”. O que querem os fariseus no templo? Incentivo à cultura? Valorização da arte popular? Maior aproximação com a cultura do interior? Mais dinheiro, mais espaços culturais, mais eventos? NÃO! ELES SÓ QUEREM A CABEÇA DO PAULO CHAVES. Uma frase repetida à exaustão, quase um mantra disseminado sem o mínimo de reflexão, sem avaliarem até que ponto os problemas culturais do Pará residem em uma única pessoa. Personalizaram e partidarizaram uma questão que se mostra ao público como uma mera antipatia pessoal. Não gostam dele e nem de seus métodos de trabalho. O chamam de arrogante, um déspota. Recusam-se a falar com ele, talvez porque seus argumentos não resistam aos primeiros cinco minutos de diálogo. Mas, onde será, realmente, que está a arrogância? Independentemente de suas qualidades ou defeitos pessoais, o secretário Paulo Chaves foi quem tirou Belém do circuito turístico “Bosque/Museu Goeldi e Ver-o-Peso” – porque era só isso que tínhamos para mostrar aos turistas, e para o nosso próprio lazer. Foi na gestão do secretário Paulo Chaves que Belém ganhou museus e espaços culturais, turísticos e de lazer dignos de uma capital. Aliás, espaços culturais que recebem aqueles que representam, verdadeiramente, a arte popular, como os grupos folclóricos e parafolclóricos, os bois-bumbás, os cabeçudos do interior, os grupos de teatro, os pássaros e quadrilhas juninas. Espaços onde arte e público se encontram todos os finais de semana, onde crianças têm a oportunidade de conhecer e aplaudir o trabalho de artistas que não precisam de holofotes, de megafones, de páginas de jornal de credibilidade mais que duvidosa. Para esses artistas, o “elitismo” de Paulo Chaves reservou a orla, o Anfiteatro São Pedro Nolasco e o palco deslizante da Estação das Docas; o Coliseu das Artes, no Espaço São José Liberto; o Teatro Gasômetro, no Parque da Residência; o espaço cultural do Mangal das Garças, e o Hangar, palco para artistas locais, nacionais e internacionais. Para todos os artistas, o secretário “que nada faz pela cultura do Pará”, revitalizou o Teatro da Paz e o Teatro Waldemar Henrique; criou um Sistema Integrado de Museus e Memoriais, para preservar a memória de um Estado onde a falta de memória – ou a memória seletiva de alguns - viceja como erva daninha. Obras de importantes nomes da nossa cultura, como o maestro Waldemar Henrique, estão preservadas, assim como o casario colonial da Rua Padre Champagnat, o Forte do Presépio, a Casa das Onze Janelas. Obras que já ultrapassaram uma década de existência, gerando empregos e renda, divulgando nossa cultura, fomentando o turismo, preservando o meio ambiente, atraindo grandes eventos, servindo de modelo para outros Estados, deleitando a população local e os visitantes, e sobrevivendo até ao descaso de gestores recentes – alguns, hoje, encabeçando a “Jirad” dos neoativistas. A cultura, ao contrário do que pensa (?!) esse grupo de caçadores, que está sempre de dedo em riste para acusar e massacrar quem dele discorda, é ampla, é um patrimônio que precisa ser visto por inteiro, e não apenas pela fresta de uma janela. Palcos vazios de conteúdo não comovem plateias, assim como discursos vazios não se sustentam. Muitos dos que hoje esbravejam - deixando escorrer pelo canto da boca a espuma verde da intolerância que juram combater -, já estiveram à frente do governo do Estado (e alguns até na própria Secretaria de Cultura), mas não promoveram a revolução que tanto apregoam. Incompetência? Falta de vontade política? Simples acomodação aos prazeres proporcionados pelo poder, mesmo que fugaz? Quem sabe, tudo isso junto. É lógico que muito ainda precisa ser feito, até mesmo porque a cultura é dinâmica, e o mundo atual gira a uma velocidade que não conseguimos acompanhar. No entanto, a solução não está na tirania – seja ela vestida de farda ou de jeans e camiseta, com bandana na cabeça. Ou será que colocar um governo contra a parede para exonerar um secretário não é tirania, arrogância, prepotência e partidarismo político? Os verdadeiros sábios não temem o diálogo com o oposto, porque têm consciência de suas verdades. Quem não gosta de Paulo Chaves Fernandes não precisa convidá-lo para tomar chá das cinco ou para ser seu amigo no facebook. Isso é um direito de todos. Mas só não gostar da pessoa Paulo Chaves não dá a ninguém o direito de colocá-lo em uma arena cercada de leões sedentos de sangue, e ignorar um trabalho cuja competência é reconhecida dentro e fora do Pará.
Posted on: Mon, 29 Jul 2013 21:25:41 +0000

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