Você está comprando uma viagem sustentável? Sustentabilidade - TopicsExpress



          

Você está comprando uma viagem sustentável? Sustentabilidade está parecendo aquela palavra que todos estão querendo usar, onde quem usa parece entender o que diz, e quem ouve parece compreender o que ouve. E tudo fica como está. No turismo o termo tem circulado pelos cinco continentes. O que mais se vê em simpósios e conferências é o sustentável no meio do título. Parece que o velho turismo ficou para trás e embarcamos numa viagem sem volta para uma nova galáxia. Para ajudar pessoas comuns, como eu e você, a compreender o que sustentabilidade significa, apelemos aos amantes e aos apaixonados. Sustentabilidade no amor à namorada apaixonada, ou amante embevecido, são situações que conhecemos. Ou melhor, todos nós sabemos diferenciar a relação amorosa sustentável da não sustentável. É só lembrarmos de nossos tempos de farras, dos amanhãs em que o prometido telefonema não chegava, das falsas juras de amor, e está aí a relação não sustentável. Relação sustentável nem precisa explicar. Todos nós sabemos, percebemos e sentimos quando nossa relação é de comprometimento, de respeito, de confiança, com planos de futuro, com a alma preenchida. E de mão dupla. Onde cada um dá o que pode para o benefício da relação. No turismo fazemos o papel de amantes, que podem ser predatórios, vampiros e unilaterais, ou cúmplices, dedicados, responsáveis e amigos. Para saber se a viagem que está comprando é uma viagem de turismo sustentável basta observar se: 1 – A operadora (agência que cria a viagem e a vende diretamente ou através de outras agências) inclui refeições em restaurantes de pequeno porte da gente local; 2 – A relação da operadora com os fornecedores locais (pousadas, restaurantes, barqueiros, guias, transportadores, artesãos etc) é sustentável. Isto é, se ela paga um preço justo pelos serviços, de maneira a não asfixiar o fornecedor, ou sem submetê-lo a pressões, do tipo “ou fecha conosco ou você irá quebrar”; 3 – A operadora valoriza a cultura e artesanato local, bem como a culinária da região, promovendo e atribuindo-lhes valor; 4 – A operadora investe parte de sua receita na educação de seus funcionários e prestadores de serviços, contribuindo para a melhoria do nível de vida da comunidade local 5 – A operadora respeita e convive bem com a concorrência, não pretendendo ter a parte do leão do turismo local, respeitando a diversidade e o direito à convivência; 6 – A operadora limita o envio de turistas à região de acordo com sua capacidade de suporte. O ingresso de turistas não deve tumultuar ou agredir a vida da comunidade local nem violentá-la, social e economicamente; 7 – A operadora compreende a importância de seu papel nos impactos que o turismo causa e poderá causar aos destinos e comunidades, avalia e mensura estes impactos, e limita os aspectos adversos, conscientemente; 8 – A direção comercial da operadora trabalha em sintonia fina com a gerência de meio-ambiente, não se sobrepondo a esta; 9 – A operadora faz um trabalho de conscientização ambiental com seus clientes e possui um código de ética e um código de conduta para com o ambiente e a comunidade. Estes códigos devem estar claros e bem divulgados pela operadora aos seus clientes, de maneira a que eles possam comprovar sua efetiva implementação; 10 – Você percebe ética e comprometimento por parte dos atendentes da operadora; 11 – Os grupos são pequenos. Ou pelo menos não vão chegar aos bandos ao destino; 12 – Você percebe que há bom senso na utilização dos recursos naturais, da água e da energia. Onde se privilegiem os transportes não poluentes que minimizem o consumo de combustíveis e a geração de poluição, e que se utilizem preferencialente de meios alternativos de locomoção; 13 – A comida é baseada nos ingredientes da região. Nada de salmão nos Lençóis Maranhenses ou caldo de piranha na Noruega; 14 – Dá-se preferência a hotéis e pousadas que valorizem as características culturais da região, no mobiliário e na decoração. Mármore na Chapada dos Veadeiros? Luz de vapor de sódio na Serra da Bocaina; 15 – A pousada ou o hotel estão construídos com materiais renováveis. Ao invés do mogno, o pinus reflorestado. No lugar dos estofados de couro, os de palhinha das palmeiras da região; 16 – Nas conversas informais os guias, motoristas, recepcionistas, camareiras, mostram o envolvimento da empresa com a melhoria das condições de vida da comunidade, com a valorização das pessoas e com o destino em si; 17 – A operadora oferece uma viagem com todas as peculiaridades da região, procurando mostrar as especificidades, a cultura e os valores de cada destino. E não apenas a famigerada palavra “pacote” passou a representar: passagem aérea, hotel, transfer e talvez um dos passeios; 18 – A operadora promove uma série de ações em prol dos destinos, visando recompor parcialmente os inevitáveis impactos que a visitação deixa, compensando-os com campanhas para coleta de lixo, programas de educação e conscientização, plantio de árvores, campanhas pelo consumo consciente, assessoria na criação de novos roteiros turísticos junto à comunidade local etc.; 19 – A operadora interrompe voluntariamente o envio de turistas a determinados destinos assim que constata a incapacidade física ou estética dos destinos em recebê-los, ou avalia que em determinadas épocas a sobrecarga turística impactará sobremaneira o destino; 20 – A operadora respeita as necessidades individuais dos clientes, respeitando aspectos como diversidade, individualidade, limitação, e direito de usufruir de uma viagem que lhe satisfaça por inteiro.
Posted on: Mon, 26 Aug 2013 22:51:09 +0000

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