Zé Maria - TODO O APOIO ÀS REVOLTAS POPULARES NA PERIFERIA DE - TopicsExpress



          

Zé Maria - TODO O APOIO ÀS REVOLTAS POPULARES NA PERIFERIA DE SÃO PAULO! Uma opinião na discussão acerca da violência nas manifestações A grande São Paulo viveu no início desta semana duas fortes revoltas populares em bairros da periferia – Vila Medeiros e Parque Novo Mundo, ambos na zona norte – em reação ao assassinato de adolescentes da região por policiais militares. Os assassinatos dos jovens, Douglas e Jean, ambos com 17 anos, aconteceram em circunstâncias pra lá de estranhas, o que já se tornou uma rotina na ação da PM na periferia das grandes cidades. Imediatamente governos e mídia tentam lançar uma cortina de fumaça sobre o que aconteceu, buscando descaracterizar a revolta popular e tirar-lhe a razão. O Jornal Nacional, da Rede Globo, na segunda feira, insistiu furiosamente em caracterizar os acontecimentos na Vila Medeiros e região como vandalismo. A imprensa, ontem e hoje, reverberando declarações do governo de São Paulo, falam na participação do crime organizado (PCC) nas manifestações, que seriam assim, “coisa de bandido”. O governo federal, depois de tirar uma “casquinha” do governo de São Paulo, criticando (por razões estritamente eleitorais) a violência da repressão, agora rasga o véu e ataca duramente as manifestações populares, colocando-as no mesmo patamar da atividade dos chamados Black Bloc, de novo com a cumplicidade entusiasmada da mídia. A presidenta Dilma, ela mesma responsável pela utilização do Exercito e da Força Nacional de segurança para agredir ativistas no Rio de Janeiro na semana passada, em entrevista à Rádios do Paraná, no dia de Hoje, clama para que a justiça e os órgãos de repressão coloquem fim à esta “barbárie”. Pois nós apoiamos incondicionalmente as revoltas que tem ocorrido em bairros da periferia contra a violência e os assassinatos praticados pela polícia militar. Estas duas vêm se somar a várias outras já ocorridas, no Rio e em São Paulo. Nós vivemos um verdadeiro genocídio praticado pelo Estado contra a juventude pobre e a juventude negra na periferia dos grandes centros urbanos. E o ideal é que houvesse uma revolta como essa toda vez que o povo pobre fosse vítima da violência e da prepotência policial. Talvez assim avançássemos para uma solução deste problema. São ações de massas, com amplo apoio na população local, ao mesmo tempo de denuncia e de defesa dessas comunidades ante a brutalidade do Estado e da polícia. Uma forma absolutamente legitima de resistência que merece e precisa do apoio de todas as organizações da classe trabalhadora e da juventude. Valeria a pena, inclusive, a partir das experiências vividas nos últimos meses, buscar formas de auto-organização das comunidades para a sua autodefesa frente à violência policial. Nós sempre defendemos e continuaremos a defender os Black Blocs da violência que sofrem da polícia e do Estado. Não são eles a origem da violência e sim o próprio Estado e da desigualdade e da injustiça vigente na sociedade. Mas, em nosso entendimento estas revoltas não tem nada a ver com as atividades dos chamados Black Blocs. Até a natureza de classe destas revoltas são opostas à ações de pequenos grupos de vanguarda, completamente descolados e em substituição das massas, como é a ação dos Black Blocs (já falei disto aqui em outros momentos, e não creio ser necessário repetir). Por outro lado, em se considerando que tenha mesmo havido participação de setores do crime organizado nas revoltas, isto teria se dado na medida das relações existentes nas comunidades, e não diminui em absolutamente nada a legitimidade das manifestações e da revolta da população. A organização das comunidades para a sua autodefesa é solução inclusive para este problema. A “confusão” que os governos (de São Paulo – PSDB, e federal - PT) e a mídia tentam fazer entre estas revoltas com os Black Blocs. Buscam enfraquecer e desqualificar as revoltas populares. Sabem o perigo potencial que ameaça a dominação capitalista na sociedade em que vivemos não vem das vidraças quebradas pelos Black Blocs, e sim da revolta dos milhões de trabalhadores e jovens que vivem em condições sub-humanas na periferia dos grandes centros urbanos. A relação que os governos tentam fazer destas manifestações com o crime organizado tem o mesmo objetivo. Tratam de buscar apoio na classe média e inclusive entre setores mais pobres da população com o discurso de “acabar com a baderna e com o vandalismo” ou “reprimir roubos e assaltos”, para reprimir ainda mais e com mais força estas expressões de rebeldia popular, e de quebra todas as demais manifestações da luta de trabalhadores e jovens. Querem retomar o controle que tinham antes de junho, evitando que cresçam e generalizem estas situações. Por isso mesmo é tarefa e obrigação de todas as organizações dos trabalhadores e jovens dedicarmos total apoio à luta do povo na periferia da cidade. É tarefa e obrigação de todas as instituições democráticas denunciarem a escalada repressiva e de criminalização da pobreza por parte do Estado. CHEGA DE VIOLÊNCIA CONTRA O POVO POBRE DA PERIFERIA! FIM AO GENOCÍDIO DA JUVENTUDE POBRE E NEGRA NA PERIFERIA DOS GRANDES CENTROS URBANOS! DESMILITARIZAÇÃO E UNIFICAÇÃO DAS POLÍCIAS! ELEIÇÃO E CONTROLE DE SEUS CHEFES PELA COMUNIDADE! PLENO DIREITO À AUTODEFESA DAS COMUNIDADES DA PERIFERIA!
Posted on: Thu, 31 Oct 2013 16:26:24 +0000

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