via Alzira Collares Biologicamente, somos todos seres humanos. Nós somos constituídos de milhões de genes e apenas quatro ou cinco desses milhões determinam a pigmentação da nossa pele. Insistir nessa conversa de raça é um manifesto de ignorância e obscurantismo, e só demonstra o quanto a humanidade é atrasada e mesquinha. O conceito de “raça” é absurdamente anticientífico. Não existe “raça negra” ou “raça branca”. A subcategorização do gênero humano em “raças” não resiste à mais superficial análise científica. E isso se dá justamente porque beira o ridículo criarmos categorias de seres humanos com base no critério de traços fenotípicos que são determinados por uma quantidade matematicamente irrelevante de genes. Mas se insistirmos em tratar as coisas nesses termos, então deveríamos ser coerentes e levar essa estupidez às últimas consequências, e, nesse caso, dar nomes a todas as raças que podem ser identificadas pelas características físicas dos sujeitos. Características igualmente determinadas por um ou dois pares de genes, em meio aos milhões que nos fazem HUMANOS. Por exemplo, se insistimos na existência das raças branca e negra, devemos também postular a existência da raça dos olhos verdes, raça dos olhos azuis, raça dos cabelos ruivos, raça dos que têm pelos nas orelhas, raça dos que têm os lóbulos das orelhas colados, raça dos que têm o segundo dedo do pé maior do que o dedão, e por aí em diante, até chegarmos ao ponto em que cada indivíduo será exemplar único da raça de si próprio. Tem cabimento? Essa falácia das raças só existe para categorizarmos psicologicamente as diferenças sociais, historicamente determinadas. É o darwinismo social, uma das aplicações mais descabidas de uma teoria científica a um terreno que lhe é absolutamente estranho, e que acabou redundando em distorções teórico-conceituais que se prestam a justificar práticas eugenistas e nazistas. via Rafael Patto
Posted on: Fri, 22 Nov 2013 22:32:05 +0000
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