É tanta dor, tanta violência... discursos midiáticos revoltantes, revoltantes! Prisões e tiros que todos os dias ferem direitos civis conquistados tão duramente. Bandeiras, liberdades, tudo rasgado de forma tão abrupta... Sinceramente, queria que essa porcaria de copa tivesse acabado ontem com o Brasil perdendo de lavada do nosso vizinho do sul Uruguai. Que acabassem essas merdas de jogos, já que o brasileiro não pode deixar de assistir a essa merda ou ir à porcaria do estádio. Nacionalismo embebido de cegueira! Cantar o hino e falar umas palavrinhas sobre discriminação no microfone, é piada? Sabe o que era bacana, uma cena para contar por gerações, ver a seleção e os "torcedores" saírem do estadio e se juntar à rua. Aí sim, eu daria o braço a torcer. O pior, é que fica cada vez mais difícil segurar a raiva. Ver pessoas tão sérias indo às ruas, ocupando seu espaço de direito, sendo tratadas como... nem sei como chamar isso! Já existem quantos depoimentos sobre infiltração de policiais à paisana e violação de direitos civis? Médicos que participam de manifestações dão depoimentos chocantes ao buscar cuidar dos feridos, advogados que também acompanham os movimentos e dão o suporte nas delegacias, já estão gritando faz tempo sobre o nível de violação. A imprensa televisiva já transformou tudo em um espetáculo e agora faz reportagem do alto. Os independentes continuam nas ruas levando tiro no olho e tendo suas máquinas quebradas ou filmes apagados. Por que ninguém investiga? Nem toca no assunto? Porque vende mais a ideia da arruaça, porque interessa a quem quer que saiamos das ruas. Ficar nas ruas, é permanecer atento, é permanecer construindo pautas coletivas, representativas, e estruturas de fiscalização. Sinto-me agredida cada vez que o Renan aparece para falar qualquer coisa! Que é isso? Que hipocrisia é essa? Não dele, nossa. Ele é o vândalo! E é nossa também quando vemos uma foto de criança roubando brinquedo na loja e achamos que é mais um infratorzinho se especializando na bandidagem. E a sociedade vai engolir o papo, continuar na frente da televisão, comendo pipoca e na sala de casa apontar: "tá vendo, só podia dar nisso, bando de arruaceiro e bandido". Ora ora... meu atual mantra: Eles não sabem o que dizem, estão cegos demais. Vivem o tempo de George Orwell, ou seja, são incapazes de acordar. O Ministério do Amor está fazendo a sua parte. Eu quero uma sociedade e um mundo melhor para meu filho, mas também para o filho do meu vizinho, do morro, da favela, do distrito, da mata, do sertão! Ele apenas pode se tornar um sujeito autônomo perante e na relação de autonomia do outro. Certas horas, tenho vontade de chorar...
Posted on: Thu, 27 Jun 2013 13:01:14 +0000
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