(…) É um desmascaro Singelo grito: "O rei está nu" Mas eu - TopicsExpress



          

(…) É um desmascaro Singelo grito: "O rei está nu" Mas eu desperto porque tudo cala frente ao fato de que o rei é mais bonito nu (…) O Estrangeiro De «O Estrangeiro», retiro admiração pela música de Caetano Veloso, com os dizeres em epígrafe. O seu subversivo remate, já que a Estética é a grande questão (nem sempre fácil, nem digerível), de ser «o rei é mais bonito nu». Terá lido Caetano Veloso «O livro do Riso e do Esquecimento», de Milan Kundera, para esse despertar poético? Quando o homem mata o outro por causa do sol e não há arrependimento, mas só julgamento, estamos perante o absurdo, disse o meu pai quando me dera a ler «O Estrangeiro», de Albert Camus. Desconcertada, a minha adolescência não racionalizava, embora lhe fascinasse Mersault e o «visto que Deus não existe e visto que se morre». Quem de nós não leva em si «O Estrangeiro», nalgum tempo ou lugar? Compagnons de route Há literatura que nos marca. Livros que entram em nós e já não saem. Há poucos dias, vendo, «Anna Karenina», belíssimo filme de Joe Wright, adaptado do romance homónimo de Leon Tolstoy, reparei que, apesar do frio da sala do cinema dir-se-ia a lembrar o da Rússia, estavas emocionada. Então, lembrei-me daquela de Simone de Beauvoir – e tê-lo-ei repetido nesse nosso «primeiro encontro» no Cafe Les Deux Magots, em Paris, que os companheiros que se amam, emocionam-se juntos. O resto seria um desandar da parada de Catorze de Juillet, um Pinot Noir, um brie e uma frutas vermelhas. Mais tarde, já vendo «José e Pilar», no Cine Belas Artes, em Belo Horizonte, atestámo-lo, também em suave lágrima e em quase «cinema paradiso», esse postular dos «compagnons de route»… Anagrama Filinto Elísio (para que nos entendamos) é anagrama que não ouso dizer. Só vos digo que foi escolha da minha mãe. É também pseudónimo de Francisco Manuel, cuja versificação, exuberante e com lustres pródigos, trouxera novas luzes à língua de Camões. Assim, sabe-se que Manuel Maria Barbosa du Bocage (entenda-se, não esse Bocage para o riso fácil dos labregos), dele, e com raro respeito, escrevera: «Zoilos, estremecei, rugi, mordei-vos! Filinto, o grão cantor, prezou meus versos!». Outrossim, guardava ele, por musa (e amada) uma senhora de nome Márcia, a quem suplicou «Ouve a meu saudoso canto/Que excede quanta mágoa arroja a sorte». Era seu eterno inspirar ou, como ora dizem os brasileiros, sua alma gémea. Conhecem-na? Mal haja quem tal disse. Bem, essa era do século XVIII...
Posted on: Mon, 10 Jun 2013 08:58:58 +0000

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