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0026 = O PODER DO SILÊNCIO É A CALMA O PODER DO SILÊNCIO É A CALMA A calma é nossa natureza essencial. O que é calma? É o espaço interior ou a consciência onde as palavras desta página são assimiladas e se transformam em pensamentos. Sem essa consciência, não haveria percepção, não haveria pensamentos nem mundo. Você é essa consciência em forma de pessoa. Quando você perde contato com sua calma interior, perde contato com você mesmo. Quando perde esse contato fica perdido no mundo. Sua mais intima noção de si mesmo, de quem você é não pode ser separada da calma. Ela é o EU SOU, mas profundo do que seu nome e sua forma externa. O equivalente ao barulho externo é o barulho interno do pensamento. O equivalente ao silencio externo é a calma interior. Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o. Isso significa: apenas perceba-o. Preste atenção nele. Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só através da calma que você pode perceber o silêncio. Veja que, quando percebe o silêncio à sua volta, você não está pensando. Está consciente do silêncio, mas não está pensando. Quando você percebe o silêncio, instala-se imediatamente uma calma alerta no seu interior. Você está presente. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano coletivo. Olhe para uma arvore, uma flor, uma planta. Deixe sua atenção repousar nelas. Note como estão calmas, profundamente enraizadas no Ser. Deixe que a natureza lhe ensine o que é calma. Quando você olha para uma arvore e percebe a calma da árvore, você também se acalma. Você se conecta à arvore num nível muito profundo. Você sente uma unidade com tudo o que percebe na calma e através dela. Sentir a sua unidade com todas as coisas é amor. O silêncio ajuda, mas você não precisa dele para encontrar a calma. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do espaço em que surge o ruído. Esse é o espaço interior da percepção pura, da própria consciência. Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreendem, para todos os seus pensamentos. Dar-se conta da percepção é o inicio da calma interior. Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo a sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é a calma. Sempre que aceitar profundamente o momento como ele é, qualquer que seja a sua forma, você experimenta a calma e fica em paz. Preste a atenção nos intervalos: o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração. Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de “alguma coisa” se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma. A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas é encontrada. Será que a calma e o silêncio são apenas ausência de barulho e de conteúdo? Não, a calma e o silêncio são a própria inteligência, a consciência básica da qual provêm todas as formas de vida. A forma de vida que você pensa que é vem dessa consciência e é sustentada por ela. Essa consciência é a essência das galáxias mais complexas e das folhas mais simples. É a essência de todas as flores, arvores, pássaros e demais formas de vida. A calma é a única coisa no mundo que não tem forma. Na verdade, ela não é uma coisa nem pertence a este mundo. Quando você olha num estado de calma para uma arvore ou uma pessoa, quem está olhando? É algo mais profundo do que você. A consciência está olhando para sua própria criação. A Bíblia diz que Deus criou o mundo e viu que era bom. É isso que você vê quando olha num estado de calma, sem pensar em nada. Você precisa saber mais coisas do que já sabe? Você acha que o mundo será salvo se tiver mais informações, se os computadores se tornarem mais rápidos ou se forem feitas mais analises intelectuais e científicas? O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria para viver. Mas o que é a sabedoria e onde pode ser encontrada? A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso nada, além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações. O reino da consciência é muito mais vasto do que aquilo que o pensamento é capaz de abranger. Quando você deixa de acreditar em tudo o que pensa, você sai do pensamento e vê claramente que quem está pensando não é quem você é essencialmente. Você se sente culpado por algo que fez, ou deixou de fazer, no passado? Uma coisa é certa: você agiu de acordo com seu nível de consciência que tinha na época. Se você estivesse mais alerta, mais consciente, teria agido de outra maneira. Toda a desgraça do mundo vem de uma noção personalizada do “eu” ou de “nós”. Essa noção encobre a essência de quem você é. Quando você não se dá conta dessa essência interior, acaba sempre causando algum tipo de desgraça. É muito simples. Quando não sabe quem é, você cria um “eu” amedrontado e carente. A partir do momento em que faz isso, sua grande força motivadora passa a ser proteger e valorizar essa falsa noção do “eu”. Há muitas expressões usadas frequentemente que mostram que as pessoas não sabem quem é. O mesmo acontece às vezes com a estrutura da língua. Dizemos: “Ele perdeu a vida num acidente de carro” ou “A minha vida”, como se a vida fosse alguma coisa que se possa possuir ou poder. A verdade é: você não possui uma vida, você é a vida. Você é a vida única, a consciência única que permeia todo o universo e assume temporariamente a forma de pedra, folha, animal, pessoa, estrela ou galáxia. Consegue perceber que, lá no fundo, você já sabe disso? Consegue perceber que você já é isso? Você precisa de tempo para a maioria das coisas na vida: é preciso tempo para aprender uma nova atividade, para construir uma casa, para se especializar em alguma atividade em alguma profissão, para preparar um chá. Mas o tempo é inútil para a coisa mais valiosa da vida, a única que realmente importa: a realização pessoal, o que significa saber quem você é essencialmente além da superfície do “eu”, além do nome, do tipo físico, da sua história. Você não pode encontrar a si mesmo no passado ou no futuro. O único lugar onde você pode se encontrar é no AGORA. Os que buscam uma dimensão espiritual querem a autorrealização ou a iluminação no futuro. Ser uma pessoa que está em busca significa que você precisa do futuro. Se for nisso que você acredita, isso se torna verdade para você: precisará de tempo até perceber que não precisa de tempo para ser quem você é. Sempre que puder, olhe para dentro de si mesmo e procure ver se você está inconscientemente criando um conflito entre as circunstâncias externas de um determinado momento, onde você está com quem está ou o que está fazendo, e os seus pensamentos e sentimentos. Você consegue sentir como é doloroso ficar se opondo internamente ao que é? Quando reconhece esse conflito, você percebe que agora está livre para abrir mão dessa guerra interna inútil. O “não” relativo é habitual fortalece o ego, o “eu” autoconcentrado. O “sim” o enfraquece. Seu ego não é capaz de sobreviver à entrega. “Tenho tanta coisa para fazer.” Muito bem, mas existe qualidade no que você faz? Falar com clientes, trabalhar no computador, realizar as inúmeras tarefas do seu cotidiano, você faz tudo isso com a plenitude do seu ser? Quanta entrega ou recusa existe no que você faz? É essa entrega que determina o seu sucesso na vida, não há quantidade de esforço empreendido. O esforço implica estresse, cansaço e necessidade de alcançar um determinado resultado no futuro. Você consegue perceber qualquer indício interior que você não quer fazer o que está fazendo? Se isso acontece, você está negando a vida, e é impossível chegar a um bom resultado. Se você perceber esse indício, é capaz também de abandonar essa vontade de não fazer e se entregar ao que faz? “Fazer uma coisa de cada vez”, como um mestre definiu a essência da filosofia “zen”, significa dedicar-se plenamente ao que está fazendo. É um ato de entrega, uma ação poderosa. A aceitação e a entrega se tornam muito mais fáceis quando você percebe que todas as experiências são fugazes e se dá conta de que o mundo não pode lhe oferecer nada que tenha um valor permanente. Ao aceitar e entregar-se, você continua a conhecer pessoas e a envolver em experiências e atividades, mas sem os desejos e medos do “eu” autocentrado. Ou seja, você deixa de exigir que uma situação, uma pessoa, um lugar ou um fato o satisfaçam ou o façam feliz. A natureza passageira é imperfeita de tudo pode ser como pé. E o milagre é que, quando você deixa de fazer exigências impossíveis, todas as situações, pessoas, lugares e fatos ficam satisfatórios e muito mais harmoniosos, serenos e pacíficos. Quando você aceita totalmente o momento presente, quando deixa de discutir com o que é, a compulsão de pensar diminuir e é substituída por uma calma atenta. Você fica plenamente consciente, mas sua mente não dá qualquer rótulo para esse momento. Quando você deixa de resistir internamente, abre-se para a consciência livre de condicionamentos, que é infinitamente maior do que a mente humana. Essa vasta inteligência pode então se expressar através de você e ajudá-lo tanto por dentro quanto por fora. É por isso que, ao parar de resistir internamente, você costuma achar que as coisas melhoraram. Você acha que estou lhe dizendo “Aproveite o momento. Seja Feliz”? NÃO. Estou dizendo para você aceitar esse momento tal como ele é. Isso já basta. A aceitação e a entrega existem quando você não se pergunta mais “Por que isso foi acontecer comigo?”. Mesmo nas situações aparentemente mais inaceitáveis e dolorosas existe um profundo bem. Dentro de cada desgraça, de cada crise, está a semente da graça. A história mostra homens e mulheres que, ao enfrentarem uma grande perda, doença, prisão oi a ameaça de morte iminente, aceitaram o que era aparentemente inaceitável e, assim encontrara, “a paz que vai além de toda a compreensão”. Aceitar o inaceitável é a maior fonte de graças que existe. Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua mente limitada. Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para dentro dele e o inspira. Às vezes, se entregar significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você não sabe. Dependemos da natureza, não apenas para a nossa sobrevivência física. Precisamos dela também para mostrar-nos o caminho para dentro de nós, para libertar-nos da prisão da mente. Ficamos perdidos fazendo coisas, pensando, lembrando, prevendo perdidos nas complicações e num mundo de problemas. Esquecemos o que as pedras, as plantas e os animais ainda sabem. Esquecemos como “ser” - ser calmos, ser nós mesmos, estar onde a vida está: AQUI E AGORA. Sempre o que você presta a atenção em alguma coisa natural, em qualquer coisa que existe sem a intervenção humana, você sai da prisão do pensamento e de certa forma entra em conexão com o Ser no qual tudo o que é natural ainda existe. Prestar atenção numa pedra, numa árvore, num animal não é “pensar” nele, mas simplesmente percebê-lo, tomar conhecimento dele. Então, algo da essência desse elemento da natureza se transmite a você. Sentir a calma deste elemento faz com que a mesma calma desponte no seu interior. Você sente como ele repousa profundamente no Ser, unindo ao que é e onde é. Ao se dar conta disso, você também é transportado para um lugar de repouso no fundo do seu ser. Ao caminhar ou descansar em meio à natureza, respeite esse reino deixando-se estar totalmente nele. Pare e fique em silêncio. Olhe. Ouça. Veja como cada planta e cada animal são completos em si mesmos. Ao contrario dos seres humanos, eles não se dividem. Não precisam afirmar-se criando imagens de si mesmo, e por isso não precisam se preocupar em proteger e realçar essas imagens. O esquilo é ele mesmo. A rosa é ela mesma. Tudo na natureza é um e, ao mesmo tempo, é um com o todo. Nenhum elemento se afastou do tecido do todo em busca de uma existência separada: “eu” e o resto do universo. Contemplar a natureza pode libertar você desse “eu”, que é o grande causador de problemas. Preste atenção nos inúmeros pequenos sons da natureza: o farfalhar das folhas ao vento, os pingos da chuva, o zumbido de um inseto, o primeiro trinar de um pássaro no alvorecer. Dedique-se inteiramente ao ato de ouvir. Para além dos sons existe algo maior: um sentido de sagrado que não pode ser entendido através do pensamento. Você não criou seu corpo nem é capaz de controlar as funções dele. Uma inteligência maior do que a mente humana encontra-se em ação. Você pode se aproximar dessa inteligência percebendo sua própria energia interna, sentindo a presença da vida dentro do seu corpo. A disposição e a alegria de um cãozinho, seu amor incondicional e sua presteza em festejar a vida a qualquer momento costumam contrastar muitas vezes com o estado interior do dono do cão, deprimido, ansioso, cheio de problemas, esmagado por pensamentos, ausente da única hora e do único lugar que existe: o Aqui e o Agora. A gente até se pergunta: como é que o cãozinho consegue continuar tão alegre e sadio vivendo ao lado dessa pessoa? Quando você percebe a natureza apenas através da mente e do pensamento, não pode sentir a força de vida presente nela. Você só vê sua forma e não se dá conta da vida que existe dentro da forma, o mistério sagrado. O pensamento reduz a natureza a uma mercadoria a ser usada para obter lucro, conhecimento ou qualquer outra vantagem utilitária. A floresta secular fica reduzida a madeira rentável, o pássaro se transforma num projeto de pesquisa, as montanhas são massas de pedra e terra a serem exploradas ou conquistadas. Ao se aproximar da natureza, deixe que haja espaços onde a mente esteja ausente e não existam pensamentos. Ao deixar-se estar dessa forma na natureza, ela vai lhe responder e participar da evolução da consciência humana e planetária. Perceba como uma flor é presente, como ela se entra na vida. Você já olhou bem atentamente para aquela planta em sua casa? Já permitiu que aquele ser familiar mas misterioso que chamamos de planta lhe ensine seus segredos? Já percebeu a profunda paz que emana dessa planta? Já sentiu como ela está cercada por um campo de calma? No momento em que você percebe a calma e a paz que emana de uma planta, ela se torna sua mestra. Observe um animal, uma flor, uma arvore, e veja como eles repousam no Ser. Sinta a imensa dignidade, inocência e dimensão do sagrado que existem neles. Mas, para perceber isso, você precisa superar o hábito de dar nomes e rótulos. Assim que consegue ver além dos rótulos impostos pela mente, você sente a dimensão inefável da natureza que não pode ser entendida pelo pensamento ou pelos cincos sentidos do corpo. Há uma harmonia, um sentido do sagrado que permeia não só a natureza como um todo, mas que também está dentro de você. O ar que você respira é natureza, como também é natureza o próprio ato de respirar. Preste a atenção na sua respiração e perceba que não é você que controla. É a respiração da natureza. Se você precisasse lembrar-se de respirar, morreria logo. E se tentasse parar de respirar, a natureza encarregaria de manter a respiração. Ao sentir a respiração e ao aprender a prestar atenção nela, você se conecta à natureza da forma mais íntima e poderosa. É um ato extremamente curativo e reabastecedor. Ele promove uma mudança, passando do mundo conceitual do pensamento para o mundo conceitual do pensamento para o mundo interior da consciência livre de condicionamentos. Você precisa da natureza como sua mestra para ajudar a religar-se com o Ser. Mas não é só você que precisa da natureza. Ela também precisa de você. Você não é separado da natureza. Todos nós fazemos parte da Vida Única que se manifesta de inúmeras formas no universo, formas completamente interligada. Quando você reconhece o sagrado, a beleza, a incrível calma e dignidade de uma flor ou de uma arvore, você acrescenta algo à flor ou à arvore. Através de seu reconhecimento, de sua percepção, a natureza também passa a ser perceber. Através de você, ela passa a perceber sua própria beleza e seu próprio caráter sagrado! Há um grande silêncio envolvendo toda a natureza num abraço. Esse silêncio também envolve você. Só quando mantém a calma e o silêncio em seu interior é que você pode alcançar a região de calma e silêncio onde vivem as pedras, as plantas e os animais. Só quando o barulho de sua mente silencia você se torna capaz de ligar-se à natureza num nível profundo e ultrapassar a sensação de separação causada pelo excesso de pensamento. Pensar é um estagio da evolução da vida. A natureza existe numa calma inocente que antecede o surgimento do pensar. A árvore, a flor, o pássaro e a pedra não tem noção de sua beleza e de seu caráter sagrado. Quando os seres humanos conquistam a calma, há uma dimensão adicional de conhecimento e de percepção que fica além do pensamento. A natureza pode levar você à calma interior. É um presente dela. Quando você sente a calma da natureza e participa dela, essa calma fica permeada e enriquecida pela sua atenção; Esse é o seu presente para a natureza. Através de você, a natureza toma consciência de si mesma. A natureza tal como é esperou milhões de anos por você. Quando concentra sua atenção no presente, em vez de usar o presente como um meio para atingir um fim, você ultrapassa o ego e a compulsão inconsciente de usar as pessoas como meios para valorizar-se ao se comparar com elas. Quando dá total atenção à pessoa com quem está interagindo, você elimina o passado e o futuro do relacionamento; exceto nas situações que exigem medidas práticas. Ao ficar totalmente presente com qualquer pessoa, você se desapega da identidade que criou para ela. Essa identidade é fruto da sua interrupção de quem a pessoa é e do que fez no passado. Ao agir assim, você se torna capaz de relacionar-se sem os mecanismos autocentrados de desejo e medo. O segredo dos relacionamentos é a atenção, que nada mais é do que calma alerta. Como é maravilhoso poder ultrapassar o querer e o medo nos seus relacionamentos. O amor não quer nem teme nada. Para conhecer outro ser humano em sua essência você não precisa nada a respeito do passado ou da história dele. Confundimos o saber a respeito de além com um conhecimento mais profundo que não é baseado em conceitos. Saber a respeito e conhecer é coisas totalmente diversas. Uma está ligada a forma; a outra, à ausência de forma. Uma age através do pensamento; a outra, através da calma e do silêncio. Saber a respeito de alguém ajuda por motivos práticos. Nesse sentido não podemos prescindir de saber a respeito de saber a respeito da pessoa com quem nos relacionamos. Mas quando essa é a única característica de uma relação, fica muito limitador e ate destrutivo. Os pensamentos e conceitos criam uma barreira artificial, uma separação entre as pessoas. Suas interações não ficam presas ao ser, mas à mente, o amor se torna naturalmente presente em todas as relações humanas. A maioria dos relacionamentos humanos se restringe à troca de palavras, o reino do pensamento. É fundamental trazer um pouco de silêncio e calma, sobretudo aos seus relacionamentos íntimos. Nenhum relacionamento pode existir sem a sensação de espaço que vem com o silêncio e a calma. Meditar ou passar um tempo juntos, em silêncio, na natureza, por exemplo. Se as duas pessoas forem caminhar, ou mesmo se ficarem sentadas uma ao lado da outra no carro ou em casa, elas irão se sentir bem por estarem juntas, em silêncio e na calma. Nem o silêncio nem a calma precisam ser criados. Eles já estão presentes, embora perturbados e obscurecidos pelo barulho da mente. Basta abrir-se para eles. Se faltares um espaço de silêncio e calma, o relacionamento será dominado pela mente e correrá o risco de ser invadido por problemas e conflitos. Se há silêncio e calma, eles se tornam capazes de dominar qualquer coisa. Ouvir com verdadeira atenção é outra forma de trazer calma ao relacionamento. Quando você realmente ouve o que o outro tem a dizer, a calma surge e se torna patê essencial do relacionamento. Mas ouvir com atenção é uma habilidade rara. Em geral, as pessoas concentram a maior parte de sua atenção no que estão pensando. Na melhor das hipóteses ficam avaliando as palavras do outro ou apenas usam o que o outro diz para falar de suas próprias experiências. Ou então não ouvem nada, pois estão perdidas nos próprios pensamentos. Ouvir com atenção é muito mais do que escutar. Ouvir com atenção é estar alerta, é abrir um espaço em que as palavras são acolhidas. As palavras se tornam então secundárias, podendo ou não fazer sentido. Bem mais importante di que aquilo que você está ouvindo é o ato em si de ouvir, o espaço de presença consciente que surge à medida que você ouve. Esse espaço é um campo unificador feito de atenção em que você encontra a outra pessoa sem se as barreiras separadoras criadas pelos conceitos do pensamento. A outra pessoa deixa de ser o “outro”. Nesse espaço, você e ela se tornam uma só consciência. Quando você observa uma pessoa e sente muito amor por ela, ou quando contempla a beleza da natureza e algo dentro de você reage profundamente, feche os olhos um instante e sinta a essência desse amor ou dessa beleza no seu interior, inseparável do que você é da sua verdadeira natureza. A forma externa é um reflexo temporário do que você é por dentro, na sua essência. Por isso o amor e a beleza nunca nos abandonam, embora todas as formas externas um dia acabem. Porque, como sabemos, não há outra pessoa. Você está sempre encontrando a si mesmo. Claro que você sabe que um dia vai morrer, mas isso permanece apenas como uma ideia, até que você seja confrontado pela primeira vez com a morte. Ela pode chegar através de uma doença grave, de um acidente que atinja você pessoalmente ou a morte de um ente querido. Nesse momento a morte entra em sua vida e você toma consciência de que é um ser mortal. A maioria das pessoas procura ignorar esse fato, mas, se enfrenta a realidade de que seu corpo é passageiro e pode acabar a qualquer instante, você consegue separar sua forma física do seu “eu”. Quando admite e aceita a natureza fugaz e passageira de todas as formas de vida, você é invadido por uma estranha sensação de paz. Ao encarar a morte de frente, sua consciência se liberta até certo ponto da identificação com a forma física. Por isso os monges de algumas tradições budistas costumam meditar no necessário, em meio aos corpos dos mortos. A cultura ocidental ainda nega amplamente a morte. Até as pessoas idosas procuram não falar ou pensar na morte. Até as pessoas idosas procuram não falar ou pensar na morte, e os corpos dos mortos são mantidos à distancia. Uma cultura que nega a morte torna-se inevitavelmente superficial, preocupada apenas com a morte torna-se inevitavelmente superficial, preocupada apenas com a aparência das coisas. Quando se nega a morte, a vida perde a profundidade. A possibilidade de saber quem somos para além do nome e da forma física; a nossa dimensão transcendental; desaparece, pois a morte é a abertura para essa dimensão. ******************************************************************** Eckhart Tolle nasceu na Alemanha, onde viveu até os 13 anos. Depois de formar-se pela Universidade de Londres, ele foi pesquisador e supervisor de pesquisas na Universidade de Cambridge. Aos 29 anos, uma grande mudança espiritual transformou sua antiga identidade e mudou sua vida. Nos anos seguintes dedicou-se a compreender, aprofundar e interagir essa transformação que marcou o início de uma grande viagem interior. Tolle não está ligado a nenhuma religião ou tradição religiosa. Em seus ensinamentos, ele transmite uma mensagem simples e profunda, com a clareza atemporal dos antigos mestres espirituais: há um caminho para deixar o sofrimento e atingir a paz. Tolle viaja muito, levando seus ensinamentos e sua presença ao mundo todo. Mora em Vancouver, no Canadá, desde 1996
Posted on: Mon, 05 Aug 2013 16:19:33 +0000

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