08 A professora segurou firme nas mãos o papel que o diretor - TopicsExpress



          

08 A professora segurou firme nas mãos o papel que o diretor havia lhe dado, começando a lê-lo - ela mesma se encontrava perplexa por alguém se interessar pelo concurso. - Aqui não exige muitas coisas, apenas um mínimo de três integrantes em cada banda ou grupo, e também não pode ser rock ou algum som muito pesado. Não deverá, também, ultrapassar o máximo de seis pessoas por grupo. - Ah, que isso! Sem rock? Fala sério!– Roxy sentando-se de lado, apoiando o braço sobre o encosto da cadeira e as costas na parede da sala. Derick arrastou sua cadeira, apoiando os cotovelos na carteira e inclinando o corpo pra frente, aproximando-se da colega: - Se ferrou! – Disse em voz baixa, provocando-a. Roxy revirou os olhos e o ignorou, voltando a se sentar do jeito normal. - Quanto estresse! – Derick se afastou. Inconformado com tanta grosseria. - Obrigado, professora – agradeceu Sean. - Então, ninguém vai querer se inscrever? – perguntou a Professora em uma última tentativa. A turma permaneceu no maior silêncio, até Ping se erguer toda chamativa, apoiando as mãos em sua carteira. - Professora, eu quero me inscrever – disse com um sorriso, voltando-se para os colegas sentados atrás dela. - Afinal, acho que não haverá competição esse ano e é óbvio que ninguém, – deu enfase a fala ao olhar para para Missy e Roxy.– Mas ninguém mesmo pode competir com o meu time de dança, não é mesmo? - Isso aí! – levantou-se Molly, batendo palmas. - Mas não pode competir só com duas. - interveio a professora, deduzindo que somente Molly pertencesse ao grupo de Ping. - É, verdade. Mas não precisa ser exatamente do colégio, não é mesmo? Então acho que posso arrumar três garotas para participar junto comigo – disse saindo de seu lugar e se encaminhando até a professora. – Pode colocar o meu nome aí. Desconfiada, a professora fez a anotação enquanto Ping se virava para os colegas, e desfilava entre as mesas, afirmando: - E é claro que eu irei ganhar, pra variar – deu uma risada debochada. Ao chegar perto de Derick, ela alisou o rosto dele com as unhas, sussurrando ao pé do ouvido do garoto: - Depois eu preciso falar com você, gatinho. - Bele... – Derick teve uma tremedeira, arrepiado com o toque sensual da outra. Loid suspirou apaixonado ao sentir o perfume de Ping vazar pelo ar. Ping por sua vez, fez uma cara de nojo ao se deparar com Loid sentado ao lado de Derick. Assistindo a toda aquela cena, Roxy ficou vermelha de raiva, contando mentalmente até cinqüenta, pulando de cinco em cinco números. Ela tentou não ligar para Ping, mas não conseguia esconder o ciúmes quanto a Derick admirar tanto a miss popularidade. Missy revoltou-se ao ver o sofrimento da amiga. Era uma pena que ela não tivesse o que fazer além de rezar para que Ping caísse de seu salto e quebrasse o nariz. Missy riu ao imaginar isso acontecendo. - Ninguém mais? - perguntou a professora. Missy mordeu o lábio, indecisa. - Ninguém? – a professora percorreu com o olhar por toda a sala. É agora ou nunca – empolgou-se Missy no instante em que pulou da cadeira, deixando seus colegas estagnados. - Eu quero inscrever a minha banda! – disse ela. A professora a olhou sem reação. E a pequena sorriu. Um sorriso aberto e esperançoso. - Ahn... Claro, Missy. Diga-me o nome dos integrantes. - Eu, a Roxy e o Sean. - O quê?! - Roxy deu um pulo, arregalando os olhos. Sean apenas sorriu, era como se ele soubesse que ela faria isso. - Calma, miga, vai dar tudo certo! - Disse ela, na tentativa de acalmar Roxy. - Pronto, professora? Já anotou? – quis espiar nos papéis da professora. - Aqui está. – Respondeu, lhe entregando um papelzinho de inscrição. Ansiosa, Missy pegou o pequeno papel e lançou um olhar a Ping: - Acho bom não se garantir muito, você não está sozinha nessa. Não mais. – alfinetou, retornando ao seu lugar. Ping arqueou uma sobrancelha. Fingiu não ter a escutado, mas na verdade, uma preocupação a afetou. Não esperava ter que competir com alguém tão forte como a banda de Missy e Roxy, ainda mais com Sean estando junto com elas. Mesmo assim, Ping continuou garantindo a vitória. Para ela era óbvio que com suas idéias, sua dança e beleza, seu grupo ganharia facilmente a disputa. - Ao se sentar, Missy agarrou a amiga e feliz vibrou com o papelzinho da inscrição nas mãos. Roxy, de repente, voou uma das mãos para a testa de Missy. - O que significa isso? – Missy perguntou a ela, olhando para cima, para a mão gelada grudada em sua testa. - Espera! – Roxy pegou na mão da amiga e mediu sua pulsação. – Você tá se sentindo bem? - Roxy, eu tô ótima! – Missy arrancou aquela mão gelada de seu rosto. - Você é doida então? Olha o que você fez! Missy serenamente sorriu, e confiante, garantiu: - A gente vai ganhar. Roxy queria estar relaxada como a amiga, mas não dava. Não era possível ficar sossegada sabendo que daqui a quatro semanas teria que se apresentar para um público gigantesco de alunos e pais. Entre tudo, Missy só pensava no quanto seria boa essa competição: tanto por que a aproximaria de Sean, quanto faria Roxy se distrair e parar de sofrer por Derick. A pequena só não queria perder para Ping. Isso só deixaria a rival mais convencida e insuportável. Agora, mais que tudo, era preciso se empenhar e fazer um bom trabalho, escolhendo a música certa. A música perfeita para a banda. Na saída do colégio, Sean foi falar com Missy sobre o ocorrido na aula anterior. - O que foi aquilo, Missy? Você me surpreendeu! - disse ele, num tom de admiração. - Ah, eu fiz isso porque achei que esse concurso podia ser legal, entende? – respondeu altamente empolgada. - É... Mas já que vamos ser da mesma banda, temos que ensaiar – disse ele coçando a nuca. Missy logo reparou que esta era uma das manias do garoto. - E quando começamos os ensaios? – quis saber olhando para a expressão pensativa no olhar dele. - Pode ser hoje? Quando você e Roxy forem à garagem lá pras quatro horas? - Ah, perfeito! Eu ainda nem falei com a Roxy, mas depois a aviso. - Firmeza. Tô indo nessa então. Até mais tarde – Despediu-se, seguindo ara o lado oposto do que Missy ia. - Até mais! - Missy quedou-se de pé na entrada do colégio, vislumbrando abobalhada Sean ir embora. Roxy chegou de surpresa, pulando na frente da amiga, dando-lhe um susto. - Ai, Roxy, você quer me matar do coração? Que droga! - Reclamou, colocando a mão por cima da blusa. Dando a entender que por mais um pouco sofreria um enfarte. Missy sabia bem ser dramática. - Eu não. É que você tava aí, toda idiota olhando pro Sean. E quer saber, miga? Eu já saquei que você está de olho nele – Roxy balançou a cabeça, convincente do que dizia. - O quê? Você está doida? Claro que eu não gosto dele, ele é apenas um amigo e nada mais – disse com a mão tremula, envergonhada. - Mas eu nem falei que você gostava dele, apenas disse que tava de olho. Olha você se entregando sozinha! – brincou Roxy, irritando a amiga. - Chega, Roxy! – exclamou. – E Vamos embora, temos um ensaio hoje à tarde – chiou, se agarrando ao seu fichário e seguindo pela calçada. - Ensaio? – Roxy franziu a testa. - Que ensaio? Ei! Me espera, Missy! - gritou, empurrando sua mochila pras costas e correndo atrás da amiga. As garotas sumiram ao virar da esquina, e exatamente às três horas e quarenta e cinco minutos, Roxy passou na casa de Missy. - Missy, anda logo! Senão a gente vai se atrasar! - berrava Roxy batendo na porta do banheiro do quarto da amiga. - Espera! Eu ainda não terminei de me arrumar! - Tá! Mas anda logo! – Roxy bateu mais uma vez na porta e se sentou no beirada da cama, esperando pela outra. - Ok! - Missy retrucou com a voz abafada pelo aperto do banheiro. A pequena colocava com dificuldade um vestido meigo, florido e justíssimo ao corpo dela. Depois de 10 minutos, mais impaciente, Roxy apressou novamente a amiga:- Anda logo, Missy! - Meu Deus, que pressa! – Missy finalmente destrancou a porta do banheiro. – Prontinho. Agora sim estou pronta – disse desfilando até onde a amiga se encontrava de pé. - Aleluia! – suspirou Roxy. – Nunca vi ninguém demorar tanto pra se arrumar! Já são quatro e dez! Ou seja, já estamos atrasadas! - Nossa, o tempo passou tão rápido que nem vi. - Nééé! Agora vai e pára de enrolar! - Roxy a empurrou para fora do quarto e fechou a porta. As duas saíram correndo da casa da Missy, e com belos vinte e cinco minutos de atraso, chegaram a moradia de Sean. - Tsc... Tsc. Estão atrasadas! - Sean disse complacente, consultando o relógio pendurado na parede interna da garagem. - É tudo culpa da Missy! – Roxy se jogou ao sofá velho que havia por lá. - Roxy! - esbravejou Missy, envergonhada. - Desculpa o atraso, você não sabe como é sofrido achar uma roupa legal pra se vestir hoje em dia. Péssimas desculpas, Missy. - Pega nada! Afinal, já era de se esperar que duas loiras juntas chegassem atrasadas. - Eu nem sou loira... Sou mais ou menos! – defendeu-se Roxy. - Engraçadinho! – retrucou Missy, de olhos cerrados e um sorriso separando os lábios. Sean riu, andando até Roxy. - O que foi, Sean? – Roxy olhou para ele parado em frente a ela, fazendo sombra. – Você está impedindo que a luz chegue até mim e irradie a minha beleza – brincou a roqueira. - Irradie? Sua beleza? Ahã!... – Fora debochado. Sean estendeu a mão para ela – Vem, levanta! Eu te ajudo. - Ah, mas eu quero ficar aqui – disse manhosa. – Porque eu tenho que levantar? - Vai logo, levanta! Você tem que cantar com a Missy! - Caaan-cantar? – Missy agora sim sofreria um enfarte. Ambos riram, porém Missy ficou a olhá-los e, sem alternativas, deixou escapar um risinho forçado. - Bandas costumam ter vocalistas. – Sean não perdia uma piada, era incrível. Roxy riu e Missy fez bico. Não gostava de ser zoada, ainda mais por ele. - Você sabe cantar? – perguntou Sean, ajudando Roxy a se levantar. - Mais ou menos – Missy. - Relaxa, miga! Aqui é tudo assim, ninguém sabe nada, mas no final dá tudo certo – disse Roxy subindo ao palco. - Vai lá e canta pra mim – Sean sorriu, ocupando a bateria. Ai, meu Deus! – desesperou-se Missy, em cima do palco. Ela apanhou o segundo microfone. O primeiro já havia sido pego por Roxy. Sean começou a tocar baixinho, igual havia feito com Roxy no outro dia, e Missy cantou, junto da amiga, algumas das músicas preferidas delas. Desajeitada e um tanto desafinada, ela se soltou na terceira música. Não se importando mais com a perfeição que teria de ser para impressionar Sean. Missy nunca havia cantado antes, não assim; em um palco e com um microfone de verdade. Cantar no chuveiro, de fato, era muito diferente do que em palcos. Mas era muuuito mais divertido compartilhar deste momento com a melhor amiga do que cantar só em baixo do chuveiro. - Você até que não canta tão mal. – pronunciou-se Sean, deixando a bateria. – Acho que pode ser uma das vocalistas. - Tão mal? Obrigada, hein! – Missy, timidamente, riu. - Então.- Roxy pulou do palco. - Já que a Missy sabe cantar tão bem quanto eu, vocês podem ficar aí ensaiando – a roqueira se direcionou para a saída da garagem. Estava tão entediada naquele ensaio, queria ir para casa e terminar de ajeitar a bagunça que continuava em seu quarto graças a suas recentes mudanças. - Por quê? Você não vai querer aperfeiçoar a sua voz? – Indagou Missy, olhando-a de cara feia, exigindo que a amiga permanecesse no local. - Er... Tipo, não é que eu não queira ensaiar. Mas a minha voz já é perfeita – brincou, arrancando uma risada irônica de Sean e um olhar cerrado de Missy. - Roxy! – estrilou a pequena. A roqueira começou a andar de costas, deixando aos poucos a garagem: - É que eu não posso ficar mesmo! Eu juro que se pudesse eu ficava. - Mas o que você tem de tão importante pra fazer? – quis saber Sean, cruzando os braços e apoiando o quadril próximo da bateria, sem fazer peso. - Eu tenho que ajeitar meu quarto antes que a minha mãe volte do Sul. A Missy sabe como ela é repentina. Foi visitar a minha irmã já faz mais de uma semana, e provavelmente volte entre hoje ou amanhã. – explicou. – Precisa estar tudo em ordem, entende? Ela já vai ficar uma fera quando souber que eu faltei uma semana no colégio. - Ahhhh, - Sean inclinou a cabeça ficando supostamente de boca aberta. – Então quer dizer que você aproveita as viagens da sua mãe pra não ir à escola? Que coisa de criança – provocou. - Sua mãe uma fera? – Missy não compreendeu. Solange, mãe de Roxy, como qualquer mãe ficava nervosa com a rebeldia da filha, mas não era de estrilar por um quarto bagunçado, constando que Roxy costumava aprontar milhões de coisas bem piores do que desorganizar roupas. - É, Missy. E eu não sou criança, Sean! – disse desaforada mostrando o dedo do meio ao amigo. Sean acenou para ela, e Roxy partiu, correndo para a casa, deixando os dois sozinhos. - Ei, espera! – Missy gritou na esperança de parar a amiga. Mas fora inútil. – Caramba, não acredito que ela foi embora. - Deixa ela ir – instigou Sean, tranqüilo. - A Roxy não tem jeito, viu! - Agora somos nós dois – disse ele apoiando o quadril e as mãos numa pequena mesinha cheias de CD’s. - E por onde a gente vai começar o ensaio? – perguntou entediada, quedando-se ao lado dele na mesinha. - Não sei. - Que ótimo. Se você não sabe, imagine eu. – Missy sorriu, fitando seu pé a balançar junto da sandália que calçava. - Você prefere começar por onde? – perguntou a encarando com um sorriso duvidoso. Ela o olhou sem entender: - Começar por onde... Como assim? Sean a admirou durantes alguns segundos e riu, balançando negativamente a cabeça. - Sean, qual a graça? – quis saber, ficando desconcertada perante os olhares do menino. - Nada... – Disse ele se desapoiando e movendo-se para a dianteira de Missy. Ele a olhava direto nos olhos quando raspou a mão na barriga dela, procurando a outra parte da mesinha, onde pretendia manter apoiadas as mãos. Ao notar a mão de Sean, Missy estremeceu. Ela olhou para baixo e pôs sua mão sobre a dele, o ajudando a encontrar o outro lado da mesa. Derrubaram juntos um CD ao chão e então riram, trocando olhares tímidos. Missy se sentiu sufocada, mas essa sensação só durou por um segundo, pois nunca havia se sentido tão bem perto de um garoto. Ela desceu o olhar para a boca de Sean e com a respiração fraca e a voz falha, tentou falar:- Sean... O que você vai... Sean aproveitou a mão que estava vaga e puxou o rosto de Missy para perto do dele, beijando a boca da garota de surpresa. Ela arrepiou-se ao sentir os lábios dele, parcialmente, encostarem-se aos seus. Sean beijou o canto da boca dela, e quando as bocas finalmente se encontraram foi que iniciaram um beijo. Missy inclinou o corpo para trás e apoiou as mãos na mesa, se sentando sobre ela. Assim que se sentiu segura, a pequena largou a mesinha e levantou as mãos as envolvendo devagar no pescoço de Sean. O garoto pressionou sua boca contra a dela, fazendo com que ela a abrisse devagar. As línguas se tocaram com cuidado, acostumando-se devagar com o espaço desconhecido. Missy respirou ofegante pelo nariz, tentando manter o fôlego intacto enquanto acompanhava com prazer o jeito de beijar de Sean. Ele, por sua vez, movimentou a mão que antes segurar o rosto de Missy, passando-a pelo o corpo dela. Acariciou a menina do rosto até a barriga. Missy sentiu cócegas e riu tímida entre o beijo. Sean arrastou a mão mais para baixo, e em um gesto nada gentil, tocou a coxa de Missy, apertando-a conforme erguia sem hesitar o vestido dela. Missy se assustou. Ela abriu os olhos, sem cessar o beijo. Não queria parar por nada neste mundo. Jamais um menino havia a tocado daquele jeito, tão direto e hostil. Missy se deteve para não quebrar o clima. Sean a fazia feliz, mesmo naquelas condições. Ela colocou a mão sobre a dele, tentando pará-lo, mas fora inútil. Sean continuou a subir o vestido dela enquanto mudava o ritmo do beijo – movimentando a língua de maneira rápida, forçando a garota a acompanhar os movimentos dele. Missy sossegou. Resolveu deixar rolar, tirando sua mão de cima da dele e tentando acompanhar a intensidade com que o garoto a beijava. Eles se beijavam ardentemente, até uma voz distante ecoar pelo ambiente: - Seeeeaaan? Sean afastou-se abruptamente de Missy, e ficou parado diante dela, com o olhar centrado para o lado de fora da garagem. Esperou escutar de novo alguém o chamar, mas isso não ocorreu. Sean sorriu sem jeito, retornando para perto de Missy e voltando a beijá-la. Selaram mais um beijo e a mesma voz ecoou, só que dessa vez mais próxima: - Sean?! – o chamou alguém parado em frente à garagem, criando sombra sob o casal. Missy e Sean se separaram. Perante o susto, a pequena deu um pulo na mesinha, fazendo com que esta desabasse. Sean a segurou pela cintura, não a deixando cair. Após, os dois se voltaram para a entrada da garagem, surpreendendo-se ao verem quem era: - Você? – disseram em coral.
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 00:32:19 +0000

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