A Cia. Língua de Trapo, de Planaltina (DF), não poupou esforços - TopicsExpress



          

A Cia. Língua de Trapo, de Planaltina (DF), não poupou esforços para executar a concepção visual do espetáculo e presenteou o espectador com uma bela composição de caixotes, formando uma moldura na boca de cena e ambientando os espaços cenográficos, além de trazerem sobre a rotunda, um painel com algumas inscrições e uma releitura da bandeira do nosso país. E por falar em Brasil, a Cia. escolheu um tema muito corriqueiro no cenário político: a corrupção – reavivando a obra “O Bem-Amado”, escrita em 1962 por Dias Gomes. Impressiona a tamanha malandragem de Odorico Paraguaçu, que vem trajado com uma camisa da bandeira do país, calça e paletó brancos, com muita semelhança ao personagem “Zé Carioca” – criado pela Disney para representar o Brasil em seus desenhos animados. Para interpretar o cidadão mais “cara de pau” da cidadezinha de Sucupira, a professora-diretora Isabel Cavalcante deve ter escolhido a dedo um jovem ator, que mantém-se enérgico e radiante durante todo o espetáculo. Talvez por sua energia em cena ser muito vibrante do início ao fim do espetáculo, vale à pena procurar modulações e curvas de intensidade da personagem, para que revele ao espectador nuances e outras qualidade na interpretação. Como diria Eugênio Barba “menos às vezes é mais!”. Dá para ver que o elenco foi bem preparado. Destaco a qualidade de dois atores em especial, que trocam de personagens e voltam irreconhecíveis. Esse tipo de façanha é difícil para qualquer profissional. Por fim, a adaptação dramatúrgica da obra para esta encenação deixou de trazer boas relações de conflito que ajudam a deixar, ainda mais dinâmica, a oposição a Odorico. Parabéns ao coletivo pela qualidade do trabalho! Resenha de Ricardo Carvalho de Figueiredo
Posted on: Mon, 21 Oct 2013 20:38:15 +0000

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