A demonização da privatização e do FMI - MAÍLSON DA - TopicsExpress



          

A demonização da privatização e do FMI - MAÍLSON DA NÓBREGA REVISTA VEJA Nos últimos anos, assistiu-se à desconstrução sistemática dos feitos da administração do PSDB sob a complacência dos tucanos. Nessa missão, o PT demonizou a privatização e o FMI, valendo-se dos preconceitos em relação ao setor privado e da desinformação. Recorreu a surrados conceitos de soberania e à xenofobia, ainda dominantes em grande parte da sociedade, para acusar a oposição de ter malbaratado o patrimônio nacional e submetido o país a interesses alienígenas. Comecemos pela privatização. A presidente Dilma se convenceu, contra seus instintos estatistas, da necessidade de atrair capitais privados para a infraestrutura de transportes. No pré-sal, o PT já percebera que faltavam à Petrobras robustez financeira e amplitude gerencial para tocar, sozinha, essa vasta província petrolífera. Mesmo assim, Dilma nega que privatize. Falou em rede nacional para afirmar que o leilão de Libra não teria sido uma privatização, mesmo que o Estado controle apenas 40% do campo. O setor público assumiu, durante anos, o suprimento de serviços de energia, telecomunicações e infraestrutura de transportes, e a produção de certos bens industriais. A decisão se justificava pela falta de capacidade do setor privado e pelo que dizia a teoria econômica. Assim que possível, caberia privatizar e concentrar as energias do Estado onde ele é insubstituível. O PT era contra a privatização, por razões ideológicas, e não por racionalidade econômica. Isso mudou em parte. Seria estupidez negar os benefícios da venda da Telebrás. O telefone celular, privilégio de poucos, tornou-se amplamente acessível. Empresas estatais viraram êxitos indiscutíveis após a privatização, como a Vale, a Embraer e as siderúrgicas. Quanto ao FMI, Lula se vangloria de ter resgatado a dívida com o fundo, livrando o país de sua interferência. É como se isso tivesse acontecido por um ato de pura vontade dele, e não por causa de condições excepcionais. Outros países também o fizeram, alguns antes do Brasil. Esperto, Lula explorou a boa-fé dos que enxergam o FMI como um bicho-papão a ser vencido pela valentia nacional. Muitos acreditam que ele pagou a dívida externa. Em cerimônia recente, Dilma citou o FMI na presença de um tucano paulista, Geraldo Alckmin. A gente tinha de pedir autorização ao Fundo Monetário para investir. Por isso foi tão bom, né, governador, a gente ter pagado a dívida do Fundo Monetário, que não supervisiona mais as nossas contas.” Não é verdade. O Brasil jamais precisou da autorização do FMI para investir. Acordos com o fundo costumam incluir cortes de gastos públicos para reduzir excessos de demanda, restaurar o equilíbrio macroeconômico e reconquistar a confiança. É o caso atual de Grécia, Portugal e Irlanda. Quem decide o que cortar é o país, e não o FMI. O fundo erra, mas jamais para prejudicar de propósito ou para servir a alguma potência estrangeira, como parecem sugerir certos petistas. É difícil acreditar que o equívoco da presidente decorra de mero despreparo. Como economista, ela tem procurado mostrar que conhece os meandros da economia e das finanças, nacionais e internacionais. É melhor acreditar que sua provocação a Alckmin foi mero fruto de deselegância e demagogia. Líderes políticos verdadeiros têm a missão de convencer a sociedade sobre assuntos complexos, incluindo, em muitos casos, a aceitação de sacrifícios necessários à restauração da solvência do Estado, à melhoria da gestão pública, à defesa nacional e ao enfrentamento de privilégios. No Reino Unido, o fracasso das empresas estatais deu lugar às privatizações do governo conservador de Margaret Thatcher, que continuaram em administrações trabalhistas. Ambos exerceram uma ação educativa para realçar a conveniência e as vantagens da privatização. Aqui, os governos do PT, motivados essencialmente por razões eleitorais, exercem papel exatamente oposto, isto é, o de reforçar o equivocado sentimento antiprivatização e tratar pejorativamente o setor privado. Ainda há quem se oponha à privatização por acreditar na utopia socialista, mas a maioria provavelmente se daria conta do contrário se não fosse deseducada por líderes populistas.
Posted on: Mon, 11 Nov 2013 20:53:36 +0000

Trending Topics



ut. But, this holiday always
Hey AIESEC! Greetings from PAVIA, ITALY! DO YOU WANT TO HELP
Woai news 4,2 caucasian guys drinking their coffee outside a
I feel very happy to meet Gwangju people who really want to know
Một số ca khúc bất hủ mà mình đã từng nghe Về
OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO NO PANAMÁ Por ocasião da visita

Recently Viewed Topics




© 2015