A espectadora Brenda Jaci divide com a gente o seu percurso ativo - TopicsExpress



          

A espectadora Brenda Jaci divide com a gente o seu percurso ativo na recepção do espetáculo Cavalos e Baias! Brenda, agradecemos as palavras e o carinho! Leiam: "O Baile da Dramaturgia Colaborativa em Cavalos e Baias No programa do espetáculo, pode-se ler: “Cavalos e Baias não é o término da pesquisa que iniciamos em janeiro de 2012. Este espetáculo não é um produto acabado; não é um somatório de respostas; não é a exibição de uma descoberta e tampouco um ponto final. É, ao mesmo tempo, caminho e descaminho, o vai-e-vem de uma negociação infinita. Costura lúdica, trajetória inquietante, errância calculada.” O que podemos vivenciar como espectador durante a viagem de tantos signos entrecruzados, ora poeticamente abstratos, ora quase palpáveis, não me permite de forma alguma tecer definições exatas ou pretender “entender” o que só é possível experienciar. Para mim, Cavalos e Baias é acúmulo de experiências sensoriais, corpóreas, visuais, que se apropriam de diversas linguagens como geradoras de outras experiências, as quais se dão no momento presente de cada ação, gesto e tempo. Ainda segundo o programa, Cavalos e Baias é um espetáculo produzido por Miúda, Núcleo de Pesquisa Continuada em Artes Cênicas, que conta com a colaboração de diversos parceiros e tem como foco de pesquisa o teatro colaborativo, a dança-teatro e a investigação de práticas formativas na cena. Técnica – temas – textos – músicas – vídeos – linearidade – espaço – relações Visto que a Miúda agrega diferentes frentes de pesquisa e trabalho, fica visível que há não apenas uma ou outra técnica, mas, sim, uma organização cênica que tenta equilibrar a polifonia de uma dramaturgia verdadeiramente colaborativa.Há pouquíssimos textos verbais orais. No entanto, são múltiplas as vozes que se relacionam ora em discursos monologais, ora em diálogos diretos, indiretos, interpessoais e/ou intergrupais. As relações perpassam por cenas cotidianas, como em um jantar, ou um homem que caminha pelas ruas de uma cidade, ou uma pista de dança, ou um enfrentamento de casais; mas, também, essas relações se dão em níveis subjetivos e até metalinguísticos, como no caso de cenas em que os atores dançam trazendo gestos, ritmo e posturas corporais que nos remetem à figura do cavalo, sua domesticação, sua natureza selvagem, sua submissão, sua dominação, em belíssimas metáforas acerca do comportamento humano. Nada é linear no sentido de uma construção dramatúrgica dita tradicional. No entanto, unem-se acontecimentos que guardam em si certa linearidade. As músicas e as projeções de imagens servem tanto para desdobrar o que se passa em cena, como para apontar, em relações paradoxais, contradições, incoerências, somas e paralelos das relações interpessoais das personas (personagens, performes) dentro da cena e/ou para com o público presente. A altura da voz é modulada de acordo com o pretenso equilíbrio e intenções da direção: há uma atriz que canta em cena, de costas, posição que interfere na acústica da sua voz; há um ator que anda com quatro apoios no chão, carregando um tijolo, e falando um texto em voz baixa, quase inaudível; há uma atriz que fala em francês que surge timidamente, emitindo algumas palavras, mas, que, em seguida, volta falando muito alto e rápido; há muitos silêncios... O tempo é outro. Há esgarçamento do tempo, tanto em relação às movimentos mínimos, quanto aos encontros e separações das personas. Há dança o tempo todo, ora espalhada pelo palco, ora em coreografias, coletivas e individuais, ora em entradas e saídas, ora em demonstrações explícitas, ora em gestos, como o ator cair de uma cadeira ou simplesmente carregá-la. Os objetos cênicos também dançam. Eles não são utilizados para fins utilitários, como os usamos no cotidiano, mas como pontos de apoio e passagem. São, inclusive, textos, memórias, vozes, continuação dos corpos. Apesar de tudo se passar, quase o tempo todo, em um palco nu, tanto os figurinos como os objetos constroem espaços novos a cada cena, sejam abertos ou fechados, objetivos ou subjetivos. Se pudéssemos apontar um tipo de dança específica nessa construção colaborativa, a melhor candidata seria a chamada dança contemporânea, com seus rolamentos, pêndulos, passagens pelo chão, saltos, gestos cotidianos, etc. Devem-se incluir, portanto, sem dúvida, nesse apontamento, a dança-teatro e algumas características da dança pós-moderna que abrange imensa diversidade de elementos, fragmentos, metalinguagens, intertextualidades, discursos e formas estéticas heterogêneas. Um bom exemplo disso é a relação com a platéia, cujo diálogo é, por muitas vezes, direto – característica não comum na dita dança ou no dito teatro tradicionais / clássicos. O tempo nosso de cada dia O que mais provocou a minha admiração, nesse espetáculo, foi a ousadia com que se usa o tempo. Vivemos em uma época que nos rouba o tempo de uma forma velocíssima e cruel. Não temos tempo. Corremos o tempo todo. Somos bombardeados com inúmeros chamamentos. Somos convocados à produção, como máquinas, a fim de entregarmos resultados, sempre para ontem. Iludimo-nos com a falta de interesse na análise dos pormenores, de um só programa, de uma observação por vez. Se não mudar a cena, fica entediante. Se não acontecer algo, queremos ir embora. Cavalos e Baias vai na contramão dessa sedução alucinada. Cavalos e Baias nos convida a nos deter, a nos ater, a nos deleitarmos, com calma, com tempo... com tempo para olhar, sentir, ouvir, pensar, viver, deixar fluir pelos poros.
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 00:54:28 +0000

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