"A esquerda transformadora pode e deve apresentar-se a eleições (tanto mais que torna mais visível uma certa aura de pluralidade) mas não pode cometer a ousadia de ganhá-las. Quando apelidamos as democracias parlamentares ocidentais de democarcias burguesas, assentam-nos alegremente o rótulo de dinossauros leninistas que vivem fora da realidade, mas a realidade é teimosa e o que aconteceu na Venezuela torna manifesto o que ocorreria aqui se alguma vez esse bipartidarismo servil para com a elite fosse derrotado nas urnas. Aqui a direita não é mais democratica nem mais civilizada, o que se passa é que ainda não perdeu. Basta lançar um olhar histórico e fazer a resenha das medidas de choque que perpetraram quando viram perigar a sua posição hegemónica, desde o general de Gaulle com os seus paraquedistas, prontos para arrasar o Maio Francês (estavam aguardando a ordem, no caso de a coisa se prolongar), até ao golpe dos coronéis na Grécia, passando pela estratégia de tensão em Itália com descarado terrorismo de estado por intermédio da rede Gládio. Sem dúvida que o caso mais paradigmático é o da Frente Popular e da República espanhola. A direita não pode perder e se perde organiza um golpe de estado que desemboca numa crua guerra civil e uma repressão que, até aos dias de hoje, paralisa as massas e lhes recorda que "é melhor não se meterem em política" dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=3353870&page=-1
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 11:41:33 +0000
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