A hipocrisia da satisfação Vê-se por aí, desde ontem, alguma satisfação pela diminuição da taxa de desemprego… A serem comparáveis, seria motivo real para estarmos todos satisfeitos, sublinho, todos! Mas não. Apenas alguns estão satisfeitos, ou aparentam estar, tal como aquele doente que está muito doente e diz que está tudo bem e não se passa nada. Ora, segundo os números apresentados pelo INE, a taxa de desemprego desceu 1,4% em relação ao primeiro trimestre do ano de 2013. Nada mais normal, tendo em conta que estamos a iniciar o período de verão (abril, maio e junho – 2º trimestre), havendo ainda a possibilidade de descer mais um pouco em relação ao 1º trimestre, quando em outubro saírem os resultados dos meses de julho, agosto e setembro. É o tal emprego sazonal. Mas a comparação real deve ser feita em relação a período homólogo (o mesmo período do ano passado), e quanto a isso, os números pioraram em 1,6%, o que corresponde a mais 59 mil desempregados. Os números reais são estes: 2º trimestre de 2012 - 827 mil desempregados; 2º trimestre de 2013 – 886 mil desempregados. Apesar deste aumento do numero de desempregados, registou-se uma diminuição de 2,2% da população ativa (população em idade para trabalhar), correspondente a 123.600 pessoas. Bem… menos população ativa e mais desempregados… Só pode estar satisfeito quem não está de boa fé. Comparemos os dados relativos ao 2º trimestre dos últimos 3 anos: Taxa de desemprego homologa: 2011: 12,1% 2012: 15,0% 2013: 16,4% (maior taxa de desemprego em relação a 2011 e 2012) População desempregada: 2011: 675.000 pessoas 2012: 826.900 pessoas 2013: 886.000 pessoas (mais desempregados em relação a 2011 e 2012) População empregada: 2011: 4.893.000 pessoas 2012: 4.688.200 pessoas 2013: 4.505.600 pessoas (menos população empregada em relação a 2011 e 2012) Mas voltando ainda à comparação entre os dois primeiros trimestres deste ano, que é aquele que convém para os mais satisfeitos, há ainda outros fatores que devem ser tidos em conta e que contribuíram para essa hipotética, para não dizer patética, satisfação: a emigração; aqueles a quem foi diminuído o tempo de subsídio de desemprego e que deixaram de aparecer nas listas dos centros de emprego, deixando de contar para as estatísticas; e aqueles desempregados que abriram atividade independente, para ganhar uns trocos, que também deixaram de contar para as estatísticas do desemprego. Acrescentando a isto há ainda aqueles que a troco de salários ridículos de 310€/mês passaram a fazer parte da lista de população empregada. Se assim não fosse os números seria catastróficos! É importante analisar os factos com alguma honestidade, antes de se mostrar essa tal satisfação… google.pt/url?sa=t&rct=j&q=taxa%20desemprego%20ine%202013&source=web&cd=2&ved=0CDMQFjAB&url=http%3A%2F%2Fine.pt%2Fngt_server%2Fattachfileu.jsp%3Flook_parentBoui%3D163384890%26att_display%3Dn%26att_download%3Dy&ei=3KkDUrCxKqXX7AbW8YHIBg&usg=AFQjCNFRXhgPdPCbkAVLOnKeknPDBZvblA
Posted on: Thu, 08 Aug 2013 15:15:51 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015