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A ideia deste texto do Sakamoto é dizer como é estranho as pessoas terem uma reação tão grande a notícia do maltrato de cachorros quando as mesmas são tolerantes com as notícias de maltrato a pessoas, na maioria das vezes pior do que o de animais e mais prejudicial a longo prazo. Eu já havia dito aqui que a população tem um protecionismo excessivo com a coisa privada. Dá até pra compreender isso, mas não vem ao caso. O fato é que a população fica o dia inteiro descascando o governo, os programas sociais, o PT, o PSDB, os deputados, senadores… Enquanto isso as empresas fazem a festa e ainda financiam as grandes campanhas políticas. Nas manifestações contra o aumento das passagens, xingaram até a mãe do prefeito, tinha muitos cartazes do tipo: Nem a mãe do Haddad vale 3 reais. Só que em nenhum momento foi citada uma empresa sequer do cartel que existe por aqui. Em muitas cidades sérias pelo mundo, a maior parte do custo do transporte público é pago pela empresa, a segunda maior parte pela prefeitura e a menor parte pelo usuário. Aqui em São Paulo o usuário paga a maior parte e a empresa de transporte a menor. E ainda sim, olha o salário que dão pra um motorista, pra um cobrador… Mas o Palácio Anchieta (Câmara Municipal) é mesmo uma casa democrática espúria, exemplo mesmo é a Cooperativa de Transportes Alternativos Nova Aliança, deve ser por isso que chama cooperativa, né? Porque só coopera com o povo! Às vezes, pode parecer, mas eu não sou um anti-capitalismo. Quando você critica o governo não significa que você seja um anarquista, tal como se você critica o mercado, não significa que você seja comunista. Você só quer que as coisas sejam geridas de forma descente. A questão é que aconteceu agora um espetáculo de resgate de cães da raça beagle no Instituto Royal, que por sua vez está mais interessado em denunciar a violação de sua propriedade do que em prestar esclarecimentos à sociedade. E o fenômeno sempre renovável da comoção pública sensacionalista toma conta das redes sociais. A questão é: O quão seletiva é a comoção pública? Será que um dia vão trocar dos livros de história a clássica foto do menino carvoeiro (bit.ly/15RN2YT) pela dos beagles? Vou citar uma curiosidade. O dinheiro que circula nos petshops de São Paulo é o dobro do PIB do Haiti, no entanto os exploramos. O Brasil é o país mais desenvolvido da América Latina, e vive-se não só no Haiti que é o país mais pobre da América, mas em vários lugares do mundo, o sonho brasileiro (principalmente depois de alcançarmos o 6º maior PIB anual), que tem feito cada vez mais vítimas de visto falso pra entrar aqui. O imigrantes do Haiti geralmente imigram pro estado do Acre, e os maltratos são comuns. No entanto, o brasileiro não só está pouco se lixando pra isso, como diz que o Acre não existe. (O que é, inclusive, uma piada falha, pois o estado mais várzea é Roraima, infelizmente.) Então as pessoas se arriscam pra entrar no Brasil e tem gente que ainda se aproveita disso vendendo passaportes falsos pra mesmas. Eu nunca tive dúvidas de que se o Brasil se tornar uma potência algum dia, a postura dele e de seus cidadãos para com o mundo subdesenvolvido não vai ser mais simpática do que a das potências de hoje. Então se você exige que os dirigentes da Royal sejam mais humanos. Que tal começar exigindo que todos os seres humanos passem a ser considerados e tratados como humanos? bit.ly/19hSGEc
Posted on: Sat, 19 Oct 2013 17:46:16 +0000

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