A manipulação da opinião pública feita no “Expresso da meia - TopicsExpress



          

A manipulação da opinião pública feita no “Expresso da meia noite” Pág. 1 Eugénio Rosa – Economista – este e outros estudos disponíveis em eugeniorosa A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA REALIZADA PELO SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO “EXPRESSO DA MEIA NOITE” E A EXCLUSÃO DOS SINDICATOS DA FUNÇÃO PÚBLICA DO DEBATE SOBRE A APOSENTAÇÃO A proposta de lei do governo que altera profundamente o sistema de aposentação e que pretende fazer um corte retroativo nas pensões, violando a própria Constituição da República tem sido “negociada” entre o governo e os sindicatos da Função Pública. É uma “negociação” que à partida estava viciada porque o governo recusou qualquer alteração significativa na sua proposta. O “Expresso da meia noite” organizou, na noite de 13.9.2013, um debate sobre o sistema da CGA e sobre o corte retroativo nas pensões de aposentação. E para esse debate convidou apenas uma parte (o governo, representado pelo S.E. da Administração Pública, precisamente o representante governamental nas “negociações”) e excluiu qualquer representante da outra parte (os sindicatos da Função Pública) e, em sua substituição, os responsáveis do “Expresso da meia noite”, jornalistas do semanário “Expresso (Nicolau dos Santos e Ricardo da Costa) selecionaram, dois ex-secretários de Estado da Segurança Social de governos anteriores, que não dominavam o sistema da CGA, tendo um deles mesmo declarado que estava de acordo com o corte nas pensões de aposentação apresentando como única razão que o sistema da CGA tinha um “pecado original”, e uma representante da associação de pensionistas, a Apre. A CGTP, que se tinha disponibilizado para indicar um representante que participou nas negociações entre os sindicatos da Função Pública e o governo, e que por isso conhecia o processo e dominava o sistema da CGA, tal proposta foi pura e simplesmente ignorada e excluída. Os responsáveis do “Expresso da meia noite” podem dizer que a SIC é uma televisão privada e que podem escolher quem quiserem mesmo enviesando o debate. Pode-se aceitar tal argumento, mas o que não podem depois é vir dizer que fazem jornalismo objetivo. Desta forma, o Secretário de Estado da Administração Pública ficou sem contraditório, devido à falta de conhecimento revelada pelos restantes membros do painel sobre o sistema da CGA, incapazes de analisar a consistência técnica das justificações do governo, e este pôde, livremente, levar a cabo a sua ação de engano e de manipulação da opinião pública contra os trabalhadores da Função Pública e contra os aposentados em que parece estar empenhado. Mas assim vai a nossa “informação objetiva” em Portugal e a dos responsáveis do Expresso. Uma mentira, sem contraditório, repetida muitas vezes acaba por passar como verdadeira. E isso também se consegue através de uma escolha seletiva dos participantes nos debates, excluindo à partida todos aqueles que podem pôr em causa, de uma forma fundamentada, a opinião governamental. É também uma forma subtil de censura, conseguida pela exclusão, que o “Expresso” nos tem habituado. CONTRARIAMENTE AO QUE AFIRMOU O S.E. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O ESTADO DESCAPITALIZOU DURANTE MUITOS ANOS A CGA Uma das afirmações que o atual Secretário de Estado da Administração Pública fez no “Expresso da meia noite”, e que não teve contraditório, é que o Estado não descapitalizou a CGA, que sempre cumpriu a sua parte, e que é preciso acabar com tal mito. Vamos provar que isso é uma mentira. Para que o leitor possa concluir rapidamente que aquelas afirmações do Secretário de Estado não são verdadeiras basta observar os dados do quadro 1 da CGA Quadro 1- Quotizações dos trabalhadores e contribuições dos empregadores públicos para a CGA ANOS Subscritores Remunerações sobre as quais descontou para a CGA Milhões € Quotizaçõe s dos trabalhadores Milhões € Contribuições das entidades empregadoras Milhões € Quotizações dos trabalhadores para a CGA em % das remunerações Contribuições das entidades empregadoras públicas para a CGA em % das remunerações 2005 739.664 15.310 1.531 494 10,0% 3,2% 2006 708.997 14.840 1.484 607 10,0% 4,1% 2007 675.560 14.770 1.477 814 10,0% 5,5% 2008 636.110 14.330 1.433 865 10,0% 6,0% 2009 603.840 14.290 1.429 1.425 10,0% 10,0% 2010 586.391 14.040 1.404 2.050 10,0% 14,6% (*) 2011 559.104 12.982 1.428 1.932 11,0% 14,9% (*) 2012 531.184 10.955 1.205 1.622 11,0% 14,8% (*) 2012-2005 -208.480 -4.357 -326 +1.128 (*) Só em 2010 é que as contribuições das entidades empregadoras publicas foram aumentadas para 15% e , em 2012, para 20%, no entanto como mostram os dados do quadro 1 as contribuições reais tem valores mais baixos FONTE: Relatórios e Contas - CGA - 2005-2012
Posted on: Tue, 17 Sep 2013 13:36:58 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015