A relação entre ter e poder Paul Claval afirma que “poder - TopicsExpress



          

A relação entre ter e poder Paul Claval afirma que “poder alguma coisa é estar em condições realizá-la” e “poder não é apenas estar em condições de realizar por si mesmo as coisas, é também ser capaz de fazer com que sejam realizadas por outros”. Além disso, ele diz que “o poder puro só é efetivo quando acompanhado de um controle permanente, ou quando força um receio que aumente a eficiência desse controle. De início, nenhuma preparação psicológica é necessária para exercê-lo: o chefe não tem necessidade de se fazer conhecer, de se fazer amar e de persuadir os dominados, de que sua posição é bem fundamentada”. Já Brakemeier entende que “[...] a vida do próprio Jesus era simples. Não tinha onde reclinar a cabeça (Lc. 9:58). Conforme Jo. 12:6, ele e seus discípulos tinham caixa comum. Jesus se opõe à divinização das posses, responsável não só pela perversão da fé como também pela miséria dos pobres e o desequilíbrio social”. Esse mesmo autor afirma que Jesus “não questiona a legitimidade da propriedade particular, antes, com muita naturalidade a pressupõe, evidenciando-se mais esta vez como herdeiro das tradições vétero-testamentárias. Corresponde a isto que Jesus, de modo algum, ser asceta. Não desprezava festas, nem comida, nem bebida (Mt. 11:19; Lc. 14:1ss etc). O pão de cada dia (Mt. 6:11) é considerado ingrediente indispensável da vida condigna. No Reino de Deus há fartura. Para ilustrá-lo, Jesus usa a figura do banquete (Mt. 25:1ss; Mc. 14:25 etc)”. A postura de Jesus em relação aos bens, Brakemeier esceve que “[...] o que merece a crítica de Jesus não é a propriedade como tal, nem os bens em geral, mas sim o apego indevido a eles, o culto à riqueza e sua concentração nas mãos de poucos. Os bens estão aí para servirem as necessidades humanas. Mas há neles um perigo latente: podem escravizar o ser humano, adquirindo então caráter demoníaco. Isto acontece sempre que se registra a presença de pobres. Uma sociedade que com ela se conformar, deve aprender a distribuir para ser salva. Os reflexos desta visão crítica de Jesus estão presentes em praticamente todo o Novo Testamento, embora nem sempre com a mesma intensidade. Na teologia de Paulo, por exemplo, o problema das riquezas não ocupa lugar central. Mas algumas passagens altamente significativas. Aliás, é interessante que na comunidade de Tessalônica o fervor da esperança imediata induzira alguns membros a julgam desnecessário cuidar de seu sustento. Paulo os exorta a trabalharem com as próprias mãos para não abusarem da caridade dos outros (I Ts. 4:11). Em II Ts. 3:10 essa exortação é resumida na sentença categórica: ‘se alguém não quer trabalhar, também não coma’. Preguiça é roubo. À dessemelhança da comunidade de Jerusalém, pois, Paulo insiste na atividade produtiva dos cristãos. Devem ganhar seu pão de cada dia no suor de seu rosto (Gn. 3:19).
Posted on: Wed, 26 Jun 2013 04:46:21 +0000

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