ADEUS AUSTERIDADE Isto da Troyka tem muito que se lhe diga. Há - TopicsExpress



          

ADEUS AUSTERIDADE Isto da Troyka tem muito que se lhe diga. Há qualquer coisa de errado nisto tudo. Até já nem reconheço os novos tempos que para aí anunciam aos quatro ventos. Definitivamente isto já não é para mim. Uma boa Troyka não se comporta nestes termos. Um bom e velho governo à Vítor Gaspar não era nada disto. Antigamente é que era bom. Mal o nosso Gasparzinho chegava àquelas intermináveis comissões parlamentares, e era rir a bandeiras despregadas. Agora não. Puseram no seu lugar uma insípida tecnocrata, jeitosa sim, mas uma autêntica sensaborona. Aquilo não tem piada nenhuma. Até o inestimável Honório Novo - o adversário de estimação do Gasparzinho - se foi embora. E consigo levou o seu gato Gaspar, que tem nome de ministro. Agora vai ter mesmo de arranjar forma de comunicar com o gato, talvez por mímica ou telepatia, porque acabou-se a mina de mandar vir o ministro para questioná-lo e dizer-lhe algumas das boas, as verdades que ele tinha de engolir. Agora também a Ana Drago, do Bloco de Esquerda, se vai embora. Temo que seja tudo por solidariedade com o ex-Ministro das Finanças. Mal por mal, tínhamos ali alguém que sabia como passar uma bela tarde sonolenta. Da forma como encaixava os agravos e as provocações, sem pestanejar nem alterar uma linha do rosto, estávamos em presença de alguém com o verdadeiro espírito de "fair play". Em todas as paragens de autocarros, nos empregos e nos locais públicos, deixaremos a chacota à volta do tema de eleição a nível nacional. Os Gatos Fedorentos perderam o filão da representação do Gasparzinho. Agora apenas destilaremos o fel e o azedume pelo estado do país. Faltará a risota e o humor gratuito por conta do ministro. Até isso nos roubaram. Quer queiramos quer não, ele foi um grande mestre do disfarce e da dissimulação. Há oito meses que já se tinha demitido e aguardava apenas o sim do (PM) Primeiro-Ministro. Por isso nos embalava com a conversa da meteorologia, para ganhar tempo. Grande tirada a dele: que a crise e a recessão eram devidas à meteorologia. O executivo passaria a partir dali a guiar-se pelo Almanaque do Borda-d´Água. Magnífico e genial. Um golpe digno dos melhores. Nem os onze do "Ocean Eleven" inventariam uma destas, como manobra de distração. Nesta como noutras os portugueses dão lições. Não lembraria nem àqueles parlamentares mais calejados de Westminster. E muito menos aos espertalhaços de Washington, com aquelas leis inacreditáveis que permitem aos congressistas estarem horas e dias seguidos a falar para impedir a promulgação de uma lei. Connosco é outra coisa. Basta uma piadinha e aí estamos nós apanhados pelo beicinho. Agora os financiamentos e as linhas de crédito estão na ordem do dia. Ele é ajudas para aqui, crescimento para acolá. Diz o PM que são os primeiros sinais da recuperação. Será que descobriram finalmente algum veio importante de petróleo em águas profundas? Tudo isto faz-me desconfiar deles. Trago a pulga atrás da orelha. Pela minha parte, o PM acaba de gastar o pecúlio de confiança que ainda lhe restava. Até aqui sempre lhe dei o benefício da dúvida. Agora cavou a sua própria sepultura. Levou-me a velha e boa da austeridade. Agora que eu e muitos como eu nos começávamos a educar e a comportarmo-nos como cidadãos conscientes; agora que nos habituávamos a gastar só aquilo que podíamos; Agora que eu já aprendera a regatear a hortaliça e o belo do carapau. Vou fazer como eles, como o Honório e a Ana Drago. Também me vou embora. JLF
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 18:41:55 +0000

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