AFINAL, O QUE É A PERDA? [de Elias Gomes Soares] Hoje, após dois dias do sepultamento do meu querido, guerreiro e heroico pai, Antenor Soares, começo a refleti sobre a vida e tentar entender a causa de tantas coisas que pensamos ou mesmo pensávamos que nunca aconteceria conosco, pois achamos, e só vemos acontecer na grama do vizinho, e nunca partilhamos dessa experiência. Nunca vamos querer que aconteça conosco, mas um dia acontece. Isso é o que podemos ter certeza nessa vida, nascemos, vivemos e tem um dia que despedimos desse mundo, o dia quando morreremos. A perda é difícil de lidar. A única coisa que consola a nossa alma é o Espirito Santo de Deus. Meu pai sempre me ensinou que quem não sabe perder não está pronto para ganhar, e que se um dia temos, ou tivermos uma vitória em algum aspecto ou coisa da vida, nunca poderemos humilhar quem perdeu, antes, uma derrota seria muito melhor. Meu pai, um grande homem de Deus, ganhou muita coisa, dada por Deus, conquistou muitas coisas, mas foi perdendo algumas outras que tinha conquistado ao longo de sua vida. Lembro-me, na minha infância e começo de adolescência em que muita coisa começou a mudar em sua vida - e consequentemente nas nossas também - e as perdas foram inevitáveis, e ele nunca desistia, e voltava a lutar e conquistar tudo novamente e era sempre velado e cuidado com amor e carinho do nosso Pai Celestial, Deus. Acompanhei a sua luta pela conquista e recuperação de sua saúde, algumas perdas materiais, mas acompanhei também, muitas vitórias e conquistas, que foram maiores que as perdas. Aprendi a entender que quando a mente está cativa do amor de Deus, todas as perdas são ganhos; e, ao final, o coração fica mais forte, mais amoroso, mais doce, mas esperançoso, e, infinitamente menos agoniado acerca de tudo. E quem não aprende a considerar toda perda como lucro por amor a um amor maior, que é o amor de Deus por nós – esse jamais saberá qual será a verdadeira jornada do discipulado no caminho da vida. Ele, o meu pai, não media esforços para [re]continuar a trilhar o caminho [bom], seja ele qual fosse, e foi esse o maior dos ensinamentos, o importante é que seja um caminho de paz, e um caminho que não venha ferir ou machucar o próximo. O que levamos da perda é a experiência e o crescimento. Do meu pai, levo ótimas lembranças e bons ensinamentos, e a luta de um guerreiro que lutou pela vida com braveza para ver nós [os seus filhos queridos] crescerem e se tornarem grandes seres humanos. E isso, Deus deu como um grande presente à ele. O cuidado de Cristo foi constante em sua vida, e nós só temos a agradecer a Deus por isso. E hoje, eu paro, para meditar e entender os aspectos da vida e vem grandes lembranças, todas muito boas na nossa vida [na nossa família], mas o que interessa nesse momento, é somente agradecer a Deus. Eu não quero ser como os noves leprosos que após serem curados por Jesus Cristo não voltou para agradecer à Ele, pelo contrário, quero voltar e agradecer a Jesus Cristo por tudo que ele tem feito na vida do meu pai por todos esses anos, em que ele lutou com bravura para manter-se perto de nós [da família]. E posso considerar como um grande milagre, pois Deus o livrou da morte muitas vezes e poupou a sua vida até o momento que Deus achou melhor chamá-lo para Si. Pois, “enquanto ficava fraco, era amado e cuidado. Enquanto sucumbia à doença, era amado e cuidado. Enquanto falia dia a dia, e gemia em dores, até esvair-se, e morrer, era, todavia, muito amado”. E quem o amou e tanto o cuidou? Sem dúvida, foi Deus. Isto é o que significa a afirmação de Paulo acerca de que nada, em nenhuma dimensão, pode nos separar do amor de Cristo. Para ele falar do amor de Deus, não era isso, uma obrigação, pelo contrário, era sua alegria, sua paixão, uma espécie de vício santificado, o sentido, a razão do seu viver. Não precisou ele ser um ministro, um pastor, um reverendo, um apóstolo; ele apenas falava do evangelho genuíno de Cristo sem medo, sem esperar por um interesse de obter poder, crescimento, de ser um pastor famoso, o que, aliás, ele não precisou ser para falar do amor de Cristo. Trazia a palavra de Deus de forma natural dentro do seu ser. Foi ele, um bom pai a cada dia, ao invés de ser apenas um pai bom. E essas são as melhores memórias que levarei dele, e não me esquecerei de seus conselhos e recomendações que hoje fazem todo o sentido para mim e meus irmãos. As lembranças ficaram e serão eternas enquanto aqui eu viver. E elas fará com que fiquemos sempre próximo à ele e sentimos seu carinho e atenção por nós, pois foram as melhores memórias que tivemos. O que eu posso concluir nisso tudo é que em tudo devemos amar a Deus; e não se sentir jamais perdendo nada. No máximo que foi uma “muda”, como um pássaro perdendo as penas, mas preparando-se para uma nova estação: mais madura e de vôos mais certos e leves em outra dimensão. E “passar da morte para a vida” é a garantia que Jesus nos dá quanto ao fato de que agora tudo é nosso, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas do presente ou do porvir, tudo é nosso, e nós de Cristo, e Cristo de Deus. O que posso dizer são as próprias palavras do apóstolo Paulo: que dêem ouvidos à voz do que clama no deserto que diz para prepararmos no deserto o caminho do Senhor, endireitando no sertão uma estrada para o nosso Deus, plantando a justiça e não a injustiça nos jardins de nossas casas, e abrindo as portas dos nosso corações para que Deus entre e nos visite para sempre. Pois, no final tudo isso aqui acaba, e o que resta? Serão apenas lembranças e o que fizemos de bom nessa vida, ou seja, os bons “frutos” que deixamos. compartilho com: Obede Gomes, Isaias Gomes (Zak Gom), Edna Gomes, Elioenai Gomes [Elio Gomes], Douglas Lima, Pamela Poliana Gomes, Abigail Fernandes, Danilo Pereira, Anália Gomes, Edmeia Gomes, Romi Gomes, Alex Gomes, (Lex Gomes), Emilia Soares, Fabiano Soares, Aparecida Ferreira e outros familiares e amigos. [obrigado pelo carinho, afeto e pela força; Deus abençoe a todos]
Posted on: Mon, 01 Jul 2013 04:34:48 +0000
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