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Alijó Arqueólogos e estudantes aproveitam as férias para trabalhar Arqueólogos, estudantes e até populares estão a aproveitar as férias para investigarem voluntariamente a ocupação humana em Pegarinhos, concelho de Alijó, num projecto que inclui a reconstrução de um lagar de vinho romano.Enquanto muitos procuram a praia ou passeiam neste mês de agosto, voluntários aproveitam as férias para escavarem junto à aldeia de Vale de Mir. O projeto de investigação sobre a “Ocupação Humana em torno da Aldeia de Pegarinhos” arrancou no verão de 2012 e deverá prolongar-se, pelo menos, até 2015. A espanhola Andreia Ramirez está a estudar Conservação e Restauro e quer especializar-se em Arqueologia. Para aprender e praticar, fez questão de vir até Trás-os-Montes. Soube do projeto através de um colega. “Em Espanha para fazer qualquer tipo de prática tem que se pagar”, referiu. Aliciante é também o facto de ser apenas o segundo ano de escavações. “Está tudo novo, encontram-se muitos materiais e é uma boa forma de aprender”, sublinhou. Os trabalhos de campo estão a ser dirigidos por Pedro Pereira e Tony Silvino, arqueólogos do Centro Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e do UMR 5138 do Centro Nacional de Pesquisa Científica (França). Tony Silvino veio também de férias para Pegarinhos. É para si “um sonho e um orgulho” escavar na terra dos seus pais. O objetivo é investigar a evolução da ocupação humana entre a proto-história e a época romana. “A nível histórico estas escavações são importantes para a região de Trás-os-Montes, porque conhecemos mal a ocupação romana nesta zona”, frisou. Os trabalhos decorrem no vale do Douro onde, segundo Pedro Pereira, existem vários lagares de vinho romanos escavados na rocha. Devido à importância da produção de vinho neste território, o projeto em Pegarinhos contempla a preparação de uma estrutura de lagar romano, na qual o arqueólogo espera que possa ser produzido vinho já em 2014. O objetivo final, de acordo com o responsável, é colocar a funcionar pelo menos um dos três lagares escavados na rocha que são conhecidos na localidade “Para nós, o importante é mostrar às pessoas como era produzido o vinho no período dos romanos. É sobretudo importante no contexto da arqueologia experimental”, frisou. Pedro Pereira acredita que foram os romanos que trouxeram o vinho para o vale do Douro. “E hoje em dia o vinho tem uma importância fulcral não só no vale do Douro, mas também para a economia nacional”, acrescentou. O responsável defende que estas estruturas podem aproveitadas turisticamente para mostrar como se faziam as lagaradas no tempo dos romanos. A produção de vinho no tempo dos romanos, primeiro no vale do Douro e depois na Lusitânia, é precisamente o tema dos trabalhos de mestrado e de doutoramento de Pedro Pereira. Este ano, segundo o arqueólogo, as escavações já permitiram revelar um muro que aparenta ser um edifício do povoado e também um reservatório de água romano, com duas secções para abastecimento em aqueduto. A mão-de-obra é voluntária e, segundo o responsável, o projeto de investigação em Alijó só é possível devido ao mecenato de empresas, apoio da junta de Pegarinhos, Câmara de Alijó até do Regimento de Infantaria nº13, de Vila Real.
Posted on: Wed, 21 Aug 2013 10:49:19 +0000

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