Antes da mídia apoiar os manifestos, eles tinham poucas pessoas - TopicsExpress



          

Antes da mídia apoiar os manifestos, eles tinham poucas pessoas lá, e quase todos anarquistas, comunistas, sindicalistas, socialistas, etc. Cantávamos "sou de esquerda, sou radical, a minha luta é contra o capital"; "o povo unido governa sem partido"; "sem pátria nem patrão, viva a autogestão"; "proletários não têm pátria"; "no poder só tem playboy, a crise é do rico e o pobre é que se fode"; entoávamos coros contra o neo liberalismo, o liberalismo, o elitismo; gritávamos pela democracia direta. Protestamos contra o fato de que o Estado vai cortar verbas públicas para compensar as empresas de ônibus pela diminuição da tarifa. Ocupamos a prefeitura, onde tivemos debates sobre o movimento negro, feminismo, política nacional e internacional. Hoje, com a mídia apoiando os manifestos, vi nacionalistas em uma oposição ao PT, exercendo sua liberdade de opressão contra aqueles que levantavam bandeiras do comunismo e anarquismo, entoando inteligentíssimos coros do tipo "ei Dilma, vai tomar no cu". Quando os manifestos começaram, ele era em prol do povo, que vinha às ruas prontos pro combate, tanto é que os guardar da prefeitura nem tentaram nos enfrentar, só deram a volta e saíram pelo outro lado. Tanto é que as atividades por lá foram encerradas mais cedo. Havia no máximo mil manifestantes, isso chutando bem alto, numa cidade de 500 mil que é Londrina. Hoje, sábado, está havendo uma marcha com cerca de 15 mil pessoas... Contra a corrupção. Manifestar-se contra a corrupção é algo tão inútil, tão imbecil... Quando você se manifesta contra o capitalismo, é por que tem gente que é a favor. Quando você se manifesta contra a criminalização do aborto, é por que tem gente que é a favor. Mas quem é a favor da corrupção? Enfim, isso não importa. Poderia ser o tema do manifesto e ainda assim ter ideais fortes. Mas o fato é que isso não é uma "marcha contra a corrupção", como eles dizem. É uma marcha contra o PT. Massa de manobra da direita, simplesmente isso. Eles gritam "fora Dilma" e pedem Joaquim Barbosa para presidente, o mesmo cara que passou batido quando comentaram com ele sobre o mensalão do PSDB comandado por Aécio Neves nos anos 90, o mesmo cara que está gastando 90 mil dos cofres públicos simplesmente para reformar o banheiro, o mesmo cara que é um possível candidato a presidente por um partido militarista de direita que me esqueci o nome agora. Diga-se de passagem, lá no grupo onde estavam marcando os eventos, censuraram o texto de uma mulher que estava postando sobre democracia direta; logo em seguida, outra pessoa postou pedindo, seriamente, pelo retorno da ditadura militar. http : / / www1 . folha . uol . com . br /poder /2013 /06 /1299095-joaquim-barbosa-lidera-corrida-presidencial-entre-os-manifestantes . shtml - Joaquim Barbosa, o reacionário parcialista, em primeiro lugar; - Marina Silva, a falsa ecologista, em segundo lugar (ecologismo está diretamente ligado ao anticonsumismo e cinismo [de Diógenes, não no sentido moderno], mas essa cidadã tem jatinho particular, wtf?) - Dilma Roussef em terceiro; - Aécio Neves em quarto. São pessoas que estão usando a máscara de Guy Fawkes, um extremista religioso que planejava explodir o parlamento inglês, para pedir "manifestos não-violentos". Elas provavelmente não fazem ideia da existência deste homem. Possivelmente não conheciam nem o filme V For Vendetta, onde o protagonista também usa a força bruta para suas ações (nunca vi o filme, mas sei do que se trata). Um dos manifestos em que eu estive, percebi todo esse nacionalismo podre, conservadorismo, essa obediência inconsciente ao senso comum, oposição feroz ao PT sem nem perceber que isso vinha da mídia, e não da reflexão própria. É fácil você perceber quando uma pessoa se opõe ao PT por influência externa ou interna. O posicionamento é bem diferente. A foto do meu perfil foi tirada justo nesse manifesto; e bem no momento em que eu discursava, tentando lembrar as pessoas do real propósito dele. Infelizmente, o microfone estava falhado e eu estava com pressão baixa no dia. Mesmo assim, tentei passar a mensagem, e pelo o que eu pude perceber pouquíssimos a captaram. COMO SEMPRE. Eu, como rapper e administrador de uma página razoavelmente grande, nunca deixo de tentar passar essas mensagens, mas a gigantesca maioria só fala "aêêêê mano, muito bem, falou a verdade!" sem realmente entender. Quem realmente entende é quem eu sei que já conhece o assunto e não precisa de um texto para lembrá-los, tanto é que quando eu vejo alguém entendendo algum dos textos que eu publico aqui já adiciono a pessoa (exceto naquele feminista que por alguma razão misteriosa teve 76 mil views só aqui, aí não tinha como adicionar todo mundo). É decepcionante ver tanta gente que tanto se diz revolucionária sem realmente ser, tanta gente se recusando terminantemente a passar pela revolução da mente, que é a primeira que se deve passar para entrar neste mundo, e que nunca acaba. "O mundo tem 365 dias de revolução" - Keny Arkana. "Se queres mudar o mundo, comece pela mudança de si mesmo" - Leon Tolstoi A corrupção política é um problema? É claro que é... Só que limitar seu protesto a isso não adianta nada. Principalmente por que ela não é uma causa, é uma consequência. O protesto tem que se expandir, e tem que começar pela raiz, e não pela copa da árvore. A corrupção é a ponta do iceberg. E tem uma maneira bem fácil de resolvê-la sem mudar nosso sistema: aderindo ao anarco-capitalismo, uma forma de capitalismo extremado sem Estado. Imagina que louco, vivermos numa sociedade como a que temos hoje, mas sem Estado, sem leis, sem direitos? Sem salário mínimo, aposentadoria, direitos trabalhistas, hospitais ou escolas públicas? Pois é, e o melhor de tudo, não teria corrupção política, por que simplesmente não existiria um Estado para os políticos "governarem" (alguém aí ainda acredita que o poder estatal não está submetido ao poder econômico? Hm). Enfim, contemplem este mundo sem corrupção política. Agora, voltando ao mundo real. A corrupção política tem que acabar sim, mas ela é apenas uma das trilhões de coisas que têm que acabar. Uma instituição religiosa, que usa seu poder para tornar as pessoas massa de manobra de suas opiniões, que usa seu poder para impor suas doutrinas à toda sociedade; ela não tem que acabar? Um dono de terras. Por que ele é dono dessas terras? Ele não a fez. Ele a comprou de outro homem. Ou então ele ou seus ancestrais mataram os indígenas ou animais que viviam ali antes e tomaram aquele terreno para si. Ele não é dono de nada, mas como todos acreditam que ele é, ninguém o tira dali. Vamos olhar para a nossa situação como brasileiros descendentes de europeus, negros, árabes e/ou japoneses, talvez alguns com sangue indígena. A casa onde você hoje mora, a cidade onde você hoje vive; o que teve que ser destruído para que ela fosse pavimentada e estruturada aí? E o vândalo é o cara que destrói isso? Vândalo foi quem construiu isso, isso sim! Ou melhor, retiro o que disse, por que os vândalos foram um povo germânico que respeitou o povo romano, e justamente por respeitar as terras do povo romano e desrespeitar a elite, o termo "vândalo" se tornou pejorativo, sabia? Pois então agora não vou mais usar vândalo da mesma forma que no senso comum. Eu vou usar "romano" para substituir a palavra. Romano é quem construiu isso, isso sim! Uma manifestação começa com coisas simples, mas se limitar-se aos pequenos traços da sociedade, nada mudará essencialmente. A tarifa voltou ao preço antigo, o Estado vai cortar investimentos públicos para compensar as empresas, e pronto. Tudo voltou ao que era, as empresas lucraram de novo, o povo se fodeu e pensa que se deu bem, o Estado continuou submetido ao interesse privado. Agora então, temos que continuar protestando com ainda mais ferocidade contra este corte dos investimentos públicos! Temos que ter pessoas mais politizadas e espiritualmente desenvolvidas conversando com os manifestantes durante as manifestações, não como um chefe, e sim como alguém que, por conhecer essa selva, se propõe a ajudar os que não conhecem a atravessá-la. E essa pessoa tem que ser alguém que também escutará os manifestantes, até que todos estejam no mesmo nível intelectual e espiritual; isso analisando uma forma de se organizar essa revolta. Esses manifestantes têm que permanecer informados sobre o jogo daquele que eles combatem. Marcar cada passo de suas vidas, dar o troco pela vigilância constante. Isso é uma oposição real, uma oposição que merece créditos, e não gritar "ei Dilma, vai tomar no cu". https:// fbcdn - sphotos - b - a . akamaihd . net / hphotos-ak-prn1/1010545_276314839175175_308925355_n . jpg Também não é revolta nem oposição cantar o hino nacional, composto pela e para a elite; não é revolta comprar ingressos para o estádio só para vaiar a Dilma e nem cantar o hino nacional novamente. O Joseph Blatter falou que o povo não tinha educação, mas aposto como ele estava pensando "pqp, que povo burro, tão protestando contra nós mas me deram 400 paus cada um". A bandeira nacional é outra: com um lema mentiroso e ambíguo, atendeu apenas aos ideais da já tão citada elite até hoje. "Meu país é meu partido". Parabéns, você está repetindo o jargão dos integralistas. Para quem não sabe, o integralismo foi o "nazismo brasileiro". Apartidarismo é diferente de anti partidarismo, e temos muitos partidos que já estavam lutando há muito, muito tempo. "O gigante acordou" é o CARALHO, VOCÊ que acordou (ou PENSA que acordou) seu imbecil, alienado (fazia muito tempo que eu não falava essa palavra, mas vocês me obrigaram a usá-la novamente), massa de manobra! E SÓ PENSA! Por que não acordou porra nenhuma! Tem ideias semelhantes às que eu tinha quando comecei a me importar com política, com uns 11 ou 12 anos de idade, mas mesmo eu naquela época já tinha mais maturidade que você. Eu não tenho partido, e nem pretendo ter. Mas tenho amigos filiados ao PSOL e inclusive já entrevistei o candidato a prefeito pelo PSOL na minha cidade ano passado. Minha opinião? Ele tinha dez vezes mais ideal que qualquer um dos pseudo revolucionários, pelo simples fato de ser um verdadeiro revolucionário, mesmo que ainda acreditasse no sistema de democracia por representação partidária. Seu nome era Valmor Venturini. O PSTU caiu muito no meu conceito desde que fez um artigo criticando Cuba no melhor estilo reacionário e mais ainda quando veio falar que o anarquismo e o liberalismo econômico são a mesma coisa, mas ainda assim vi muitos filiados dele nas manifestações, e seus filiados também eram verdadeiros manifestantes, pessoas com verdadeiros ideais. Os manifestantes que vieram por mídia acabaram de chegar. Ainda não têm a menor ideia de política. Ainda são só aspirantes, mas já querem tomar as rédeas. Eles não podem expulsar os partidos e partidaristas que estão na luta há tanto tempo. São neo integralistas infiltrados e nem sabem disso. Querem ser fascistas? Façam seu próprio grupo! Façam seu próprio manifesto! "Reaça, vaza dessa marcha!", como vi um amigo comentando certa vez. Mas saiam daqui! Melhor mil pessoas com um manifesto verdadeiro do que quinze mil rebeldes sem causa! Há dois dias, eu queria ter ido para o manifesto de hoje. Ontem, já comecei a perder a vontade. Hoje, desisti. Não fui. Não vou ir para ficar cercado por uma porrada de reacionários imbecis. Não vou ir para fazer número num manifesto que está tendo os ideais pervertidos. Os falsos manifestantes, quando a moda acabar, vão vazar e ponto. Aí eu me sentirei confortável para voltar. Aí eu me sentirei fortalecendo um movimento verdadeiro. Mas este, que quer que a Dilma abdique da presidência, que quer que o Joaquim assuma, que não liga para os cortes nos investimentos públicos, que em alguns setores apoia até uma volta da ditadura militar, que é adepta do anticomunismo mais reacionário que existe, que tanto se diz "livre" mas é incapaz de aceitar anarquistas ou filiados de partidos (principalmente socialistas) em suas fileiras? Diga-se de passagem, foram os anarquistas, socialistas e partidaristas do PSOL, PSTU, PCO e PCB que começaram o manifesto. E eu sou anarquista. Fui socialista insurrecionário até os 14/15 anos e desde então sou anarquista. Eu estou nessa luta desde muito cedo, e só fiz 17 anos no dia 20 deste mês. Mesmo que eu sempre tenha sido mais um escritor e um orador que alguém voltado à ação popular, eu sempre estive ali. Eu e todos os outros que hoje não são aceitos em tantos lugares. Aqui em Londrina, por ter sido desde o começo algo mais pacífico que em São Paulo, talvez não fosse haver agressões físicas, mas a expulsão foi ideológica. Entraram no manifesto e em questão de dias o perverteram de dentro para fora, como um câncer que se espalhou rapidamente. Pedro César de Carvalho Melo, adm T Verbal.
Posted on: Sat, 22 Jun 2013 19:34:18 +0000

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