Antes de Dilma falar ao país, mas já depois da explosão das - TopicsExpress



          

Antes de Dilma falar ao país, mas já depois da explosão das ruas, eu conversava com convivas refletindo o seguinte: entre a multidão das ruas e o poder instituído há um link; e esse link é a participação popular direta. Agora, a decisão de se consultar o povo - sim, o povo todo - via plebiscito (antes) ou referendo (depois) é uma decisão a ser adotada no âmbito da política representativa, pelo Parlamento. Foi a minha conclusão do que se delineava à época. Nos meios em que lancei essas observações, ouvi considerações reticentes do tipo "é... vamos ver..." Mas nenhuma negativa veemente à ideia de consulta popular. Quando veio a público em rede nacional, Dilma lançou a ideia de debatermos um plebiscito para oxigenar uma reforma política emperrada há décadas. Primeiro a ideia da constituínte exclusiva (torci o nariz, mas achei relevante o debate proposto; o debate) e, superada a ideia, as proposta de consultas pontuais conexas à reforma política (que recebi com entusiasmo) via plebiscito. Aí os posicionamentos políticos cotidianos eclodiram com força. Com o repertório introduzido pela oposição midiática, as reticências se foram. E o mais do mesmo reinou: quem era antipático ao Governo Federal, foi contra. Dos argumentos, porém, destaco: o custo (discurso do "contribuinte de bem") e a ignorância do povo (discurso da "inteligência" superior da elite/inferior do povo). Ambos elitistas. E ficamos como dantes: allegro, ma non troppo. O curioso/incoerente é ver que a "revolta contra os políticos" não sobrevive à oposição ao plebiscito. É dizer: quem se opõe à ideia do plebiscito parece confiar na atividade parlamentar, agora. Dóceis, nossos convivas passaram a confiar no "nós faremos" da oposição moribunda. Que diabos! E "o povo não entende disso", "isso é muito caro" e até "é golpe" pulula por aí. A quem isso interessa? A quem sempre interessou: a quem não nos representa. Então por que refutar a ideia da presentação via particiação direta (sim, presentação sem "re" antes mesmo). Plebiscito sim. Ao menos para uma única pergunta sobre o financiamento das campanhas. Uma só, ao menos isso. Para valer já em 2014. Senão, só para a legislatura que terá início em 2019 (se as coisas não esfriaream até lá). E "até lá", continuaremos reféns do capital que financia nossos parlamentares. É o mínimo, minha gente. Reflitamos. P.S.: a mim parece claro que a ideia de plebiscito merece repúdio quando se der acerca de temas referentes a costumes ou ao direito de minorias, pena de tornar-se uma ferramenta de pasteurização ditada pelas massas. Mas como forma indelével de pressão popular para a inadiável reforma política, acho válida, defensável e sobretudo justa. Não devemos temer o povo. Afinal, ele não é bobo.
Posted on: Wed, 10 Jul 2013 19:52:04 +0000

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