Ao ler a notícia abaixo, a frase de Marx A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, não poderia guardar contexto mais preciso. Seguindo o script combinado, Gilmar Mendes repete a fala que deveria ter ficado reservada aos bastidores: a prisão de Ze Dirceu será usada como exemplo, como símbolo...De que mesmo? Do fim da impunidade? Parece que é esta sensação catártica que a prisão exemplar pretende causar. Depois dela, a sociedade poderá respirar aliviada e dizer pelo menos um foi preso. Enquanto, regozija-se, o Judiciário poderá voltar a não julgar o mensalão tucano, arquivar em pastas erradas as denúncias de corrupção do caso Alstom ( o trensalão tucano), acusar o secretário de governo de Haddad pela corrupção cometida no governo Kassab, liberar o assassino de Dorothy Stang (o fazendeiro Regivaldo Gabão, o Taradão), conceder habbeas corpus para Daniel Dantas e Roger Addemlmassih (o médico estrupador)... Pelo menos um..., dirão. Não escolhido ao acaso, é claro, tal como os sorteios de Poncio Pilatos em praça pública, mas com um alvo bem definido, como na prisão e morte exemplares de Tiradentes, coincidentemente, o único da conspiração que não fazia parte da pequena burguesia e elite local...Contudo não existem coincidência na história,o que existe é um padrão classista, que de tão persistente acaba sendo naturalizado no imaginário social até o ponto que ninguem estranha mais, sintoma da normalidade sofrente, do tolerar o intolerável. Para satisfazer a sede de justiça e sangue, vamos aceitar condenação sem provas e esquecer que o Judiciário não é neutro....porque afinal de contas, pelo menos um será preso...
Posted on: Wed, 13 Nov 2013 18:28:40 +0000
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