Apesar de estar absolutamente chocado com a covardia cometida contra Selma Barbosa, uma pessoa única e sempre gentil para com todos que sempre recorriam a ela, evitei tecer algumas palavras acerca do fato. Nestes últimos dias, preferi acompanhar as manifestações de outras pessoas que a conheciam, colegas de faculdade, professores e amigos. Todos foram unânimes em sua dor e, via de regra, reiteraram uma compreensão, bastante comum hoje em dia de que a criminalidade é um problema que, a despeito de sua complexidade, tem unicamente na educação o seu fator de resolução, como se a barbaridade que a vitimou não ensejasse nenhuma outra consideração que não a de que somente a educação não apenas reduziria os altíssimos índices de criminalidade em nosso país (o que eu, aliás, concordo), como também extinguiria a incidência de violências covardes como a cometida contra ela por gente que tem absoluto desvalor pela vida humana. Neste sentido, as palavras do irmão de Selma são importantíssimas na medida que saem do lugar comum, do mantra determinístico social e politicamente aceito que hoje é predominante nas discussões a respeito da criminalidade. Reproduzo-os abaixo não apenas pela sua coerência e lucidez, mas, sobretudo, por uma questão de princípio. "Eu não posso dizer que estou indignado porque isso tem feito parte da nossa rotina. Estou sofrendo a perda de uma pessoa que eu amo e esse sentimento é pessoal. Como esse caso se tornou público, ganhou repercussão, eu acho que serve para que as pessoas reflitam. Eu perdi minha irmã, mas tem pais que estão perdendo filhos pelo mesmo motivo. A falta de respeito à vida, a banalidade com que está sendo tratada a vida não merece a compreensão de direitos humanos. Eu não chamo um criminoso frio que tira a vida de um ser humano sem nenhum motivo de animal, é um bárbaro, selvagem. E a sociedade precisa ter leis próprias para bárbaros e selvagens." (Lenilson Barbosa)
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 22:37:52 +0000
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