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Artigo produzido pela professora Ana Fernandes, professora da UFBA. O artigo fala dos meléficios trazidos com a construção da Linha Viva em Salvador, mostrando como afetará diretamente a população, que alias, são os que menos estão interados nesse projeto. Mais uma vez a população foi posta para escanteio. Excelente Artigo ! O artigo pode ser encontrado no site : pt.scribd/doc/175013649/Linha-Viva-Desastre-a-Evitar-Por-Ana-Fernandes Ana Fernandes Professora da Faculdade de Arquitetura da Ufba [email protected] Em artigo de 05/07/2013, levantei aqui três argumentos acerca desse indesejável projeto para nossa cidade: forma restrita e pontual das soluções de mobilidade; destruição topográfica e ambiental; descaso com as áreas habitadas. Passados três meses e considerando a superficialidade com que o projeto dessa rodovia urbana vem sendo implementado, trago mais três ordens de considerações (de um sem número possível) acerca dessa proposta, defasada em, pelo menos, 40 anos. Primeiro, esse não é um projeto complexo, como afirma a Casa Civil da Prefeitura de Salvador. Muito pelo contrário, ele é um projeto urbanisticamente simplório. Para não ficarmos no âmbito local, que parece não gozar de muito crédito, podemos recorrer à festejada visita a Salvador de Peñarosa, ex-prefeito de Bogotá, que, num TCA lotado e em várias reuniões, defendeu até a exaustão que zelar pelas cidades significa restringir severamente o espaço dos carros e, na mesma medida, aumentar o espaço destinado aos transportes coletivos e às áreas públicas de convivência. Relembrando, a Linha Viva rouba de Salvador 4 milhões de m², o equivalente a sete bairros da Barra, inteiramente dedicados aos automóveis. Nem ônibus, nem bicicletas! Ainda segundo a Casa Civil, o uso da via é “um ato de livre escolha”. Novamente, trata-se de raciocínio simplório, a montante e a jusante. A montante, o cidadão não participou de debate público para a escolha do projeto. Este simplesmente apareceu e sequer oferece parâmetros para a sua adequação. Por exemplo, como 40% do trânsito da Paralela será deslocado? Quais os indicadores utilizados para essa afirmação? Ou como afirmar que a velocidade mediana Linha Viva será de 100 km por hora (algo inadmissível em área urbana!)? Basta olharmos notícias recentes sobre a Linha Amarela, no Rio de Janeiro,pedagiada e explorada por holding que reúne fundos públicos de pensão e a OAS, e com princípios muito semelhantes de funcionamento: “Trânsito segue lento na Linha Amarela”; “Linha Amarela tem lentidão em ambos os sentidos”...A jusante, o raciocínio é também simplório, pois não se trata apenas de levar em consideração potenciais usuários da via. Como não considerar todos aqueles que passarão a ter, na sua janela, uma vizinhança automotiva barulhenta,poluente e perigosa, sobretudo considerando a velocidade proposta? Como não considerar todos aqueles que serão removidos em função dessa via? Como não considerar o impacto da via sobre as áreas verdes e de proteção ambiental, vales e talvegues? Segundo, como bem observou o Prof.Luiz Antonio de Souza (Uneb), o argu-mento da Casa Civil de que não serão utilizados recursos públicos para a construção da indesejável Linha Viva não isenta o município da responsabilidade da condução da política pública. Isso significa que a proposição da via é da Prefeitura de Salvador, independentemente a fonte de recursos. Ou seja, o município está decidindo sobre 35 anos de nosso futuro, sem sequer uma audiência pública! Isso porque a tumultuada audiência que aconteceu em 16/09, sob forte policiamento e com aguda restrição de participação, seguiu os trâmites da Lei de Licitações e não os do processo democrático d e elaboração de uma política urbana, concebida a partir dos interesses de todos os cidadãos. Um retrocesso institucional... e político! Por fim, um conjunto infindável de elementos indicam o processo fragmentado e precipitado da licitação da vi. Ali estão erros básicos, como o projeto não disponibilizado para consulta; o estudo de impacto ambiental 2012 realizado pela mesma empresa que elaborou o projeto; a não previsão de estudo de impacto de vizinhança e nem de dimensionamento de custos de relocação demoradores. Frente a tantas lacunas e arbitrariedades, a esperança é que, no julgamento da modulação do PDDU na próxima segunda-feira, o Tribunal de Justiça da Bahia mantenha a sua posição de defesa dos princípios democráticos da construção da cidade brasileira e baiana e garanta que possam vir À tona projetos consequentes de mobilidade urbana para Salvador. Linha Viva, não! ESTE ARTIGO RESPONDE AO DE ALBÉRICOMASCARENHAS E TARCILA REIS (7.10.13) E QUE PODE SER LIDO NO PORTAL A TARDE ATARDE.COM.BR/OPINIAO Publicado por Jessica Cruz
Posted on: Mon, 21 Oct 2013 22:36:36 +0000

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