As causas e efeitos das tragédias de outubro de 2013 no - TopicsExpress



          

As causas e efeitos das tragédias de outubro de 2013 no Amapá O mês de outubro de 2013 ficará marcado, para a sociedade amapaense, como um mês trágico. Um naufrágio ceifou 18 vidas; um grave acidente automobilístico quase acaba com uma família (uma vítima fatal e três gravemente feridos); uma explosão atinge embarcações, causando morte e destruição; um incêndio de grandes proporções destruiu mais de 200 casas, deixando mais de 1000 pessoas desabrigadas. Os trágicos acontecimentos, que tanto abalaram o outubro dos amapaenses, levam-nos a algumas reflexões sobre as causas e os efeitos destes sinistros. Se poderiam ser evitados e se poderão se repetir. Embora o laudo pericial que apontará as causas do naufrágio do Barco Reis I ainda não foi apresentado. Há veementes indícios de superlotação, passageiros desprovidos de coletes salva-vidas, navegação indevida em águas rasas, levando a colidir com o banco de areia. Destarte, inegável que houve falta de fiscalização da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros. Além do mais, este não estava devidamente aparelhado para diminuir o número de vítimas com uma rápida e eficiente intervenção. No dia 13, a família do mecânico Marcelo Paz, ao sair do Culto na Igreja Betel em seu veículo, foi atingida por outro veículo conduzido por um adolescente de 17anos, que avançou a preferencial. A jovem, filha do Mecânico, veio a óbito. O acidente deu-se no cruzamento da Rua Manoel Eudóxio Pereira com a Av. Mendonça Júnior. A despeito do adolescente não ser habilitado, aquele cruzamento é palco de inúmeros acidentes quase que semanalmente. É óbvio que já passou da hora de se instalar ali um semáforo, mas o descaso dos governantes não permite. No dia 18, uma embarcação que transportava combustível de forma irregular, explodiu no Rio Matapi, duas outras embarcações ancoradas próximo foram atingidas, cinco pessoas tiveram seus corpos incendiados, uma delas já veio a óbito. O Corpo de Bombeiros aponta como causa o armazenamento irregular de combustível. Após o sinistro, a Polícia Militar intensificou a fiscalização, apreendendo grande quantidade de combustível depositado de forma ilegal, o que caracteriza crime. A questão é por que só depois da tragédia o Estado faz a lição de casa? Infelizmente, no dia 23, repetiu-se uma tragédia já ocorrida há 15 anos, agora numa proporção bem maior. Cerca de 290 casas foram destruídas por um incêndio, iniciado por jovens consumidores de drogas. São mais de 1500 desabrigados, que perderam tudo. O Governo do Estado decretou estado de emergência, decidiu entregar às famílias vitimadas apartamentos do Condomínio Popular Macapaba, ainda não inaugurado. Elogiável a a ação do Governo, contudo, poderia ser preventiva, já que a tragédia era anunciada. As vítimas sobreviventes destes infortúnios vão se soerguer das cinzas, quiçá serão mais fortes. Nós seres humanos, diante das tragédias da vida, tornamo-nos resilientes, ou seja, temos a capacidade de nos recuperar, voltando à forma anterior, até mesmo prosperar depois do caos. A exemplo da sociedade japonesa, que, após a destruição causada pela 2a Guerra Mundial , tornou-se mais forte e desenvolvida. Assim, esperamos ocorra com os sobreviventes das tragédias que assolaram o Amapá neste sinistro mês de outubro. Todavia, esperamos que os episódios acima lembrados façam nossos governantes pensarem em políticas públicas que possam prevenir esses infortúnios. Na segurança pública a sociedade precisa de mais prevenção e menos repressão. As autoridades não podem fazer vistas grossas às irregularidades que poderão ensejar o perecimento de vidas. Comunidades em estado de risco social, a exemplo da que foi atingida pelo incêndio no Perpétuo Socorro, precisam ser eficientemente socorridas, antes que a desgraça lhes atinja. Esses moradores das palafitas e alagados precisam ser remanejados para moradias populares, construídas com Recursos Federais disponíveis. As áreas antes ocupadas precisam ser ambientalmente restauradas ou ocupadas por equipamentos sociais, havendo um cuidado para impedir que outras famílias venham se instalar nestas áreas. O ideograma chinês para a palavra crise traz duas ideias: perigo e oportunidade. Este outubro no Amapá mostra que estamos enfrentando muitos perigos na área de segurança pública e de desenvolvimento social, mas temos, ainda que em meio a dor, vislumbrado grandes oportunidades de construirmos um futuro melhor para o Amapá, a final outros outubros virão. Maurício Silva Pereira Advogado Criminalista Conselheiro Seccional da OAB Pastor Evangélico Enviado via iPad
Posted on: Sat, 26 Oct 2013 22:22:19 +0000

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