As pedras continuam no caminho Para se abrir um caminho é preciso - TopicsExpress



          

As pedras continuam no caminho Para se abrir um caminho é preciso remover os obstáculos, principalmente às pedras. Mas nas terras tupiniquins, elas adquirem vida própria – e por conta disso não conseguimos ter um serviço público com qualidade condizente com a alta carga tributária que pagamos. E parece que o horizonte esta ficando cada vez mais nebuloso. As manifestações que paralisaram o país arrefeceram e já não metem mais medo na maioria dos nossos políticos. Dizem alguns entendidos que nossa vingança será nas urnas, mas estamos chegando à conclusão que só isso não basta – temos que mudar a conduta. A cama já esta sendo montada. O dinheiro para socorrer a educação e a saúde vai chegar com força total, e por uma feliz coincidência em um ano de eleitoral – aí é só falar o que o povo quer ouvir, e cair nos braços da galera. O dom de iludir faz parte da índole dessa gente – ultimamente tenho ouvido falar da existência de escolas de tempo integral, tanto estaduais como municipais. Nas escolas estaduais, segundo palavras do governador; “os alunos estão ficando oito horas por dia dentro das escolas – e com isso vai melhorar a qualidade do ensino”. Os pais desinformados que ouvem este tipo de noticia acham que a redenção educacional dos seus filhos finalmente chegou – e na escola municipal a coisa se repete. Deve estar havendo algum mal entendido. O Ministério da Educação preocupado com a qualidade da educação básica lançou um projeto chamado Mais Educação, e segundo o coordenador é um projeto que vai servir de parâmetro para a implantação do ensino integral – pois as maiorias dos prédios não estão adequados para receber todos os alunos em um único turno. Mas no entender dos gestores estaduais e municipais esse embrião já é o ensino de tempo integral sonhado por todos. E esse tipo de comportamento deixa uma porta aberta para desconfiarmos que os recursos adicionais que a educação receberá continuará indo para o ralo. A escola ideal, que forme um cidadão autônomo, critico, ético e independente, fica cada vez mais distante. O grande problema é conseguir criar um novo cidadão dentro de um ambiente totalmente contaminado – e tendo uma maioria que prefere deixar as coisas como estão. O ditado que no passado fez muito sucesso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, conseguia deixar aprisionado dentro dos parâmetros estabelecidos a maioria dos jovens. O novo ensino de tempo integral, não pode ser só mais tempo dentro da escola – tem que ter uma visão holística. Mas aí entra o fator complicador: além dos prédios não adequados, temos também uma parcela significativa dos docentes presos na escola do passado. Numa roda de alunos, uma menina contava para os colegas à experiência que teve em outra escola. Contava que nessa escola o aluno escolhia qual matéria iria estudar primeiro, e por quanto tempo. Todos se tratavam com respeito, alunos, professores e funcionários, ninguém gritava ou falava alto. As aulas complementares como teatro, cinema, artesanato e prática esportiva, eram para todos. (Diferentemente das escolas de ensino fundamentais municipais “ditas integrais” – que absorvem apenas 1/3 de seus alunos por um curto período). Deixou os colegas de boca aberta quando disse que se tratava de uma escola pública. Ela estava falando da Escola Municipal Amorim Lima, que fica na cidade de São Paulo. Imaginem os sonhos que essa história despertou em seus colegas. Aí vemos que uma escola pública de qualidade é possível, e temos urgência. Chega de remover as mesmas pedras do caminho! José Eugenio Kaça Artigo publicado no jornal Tribuna Ribeirão no dia 12/09/2013
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 21:09:13 +0000

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