As promessas de Deus: tema das lições bíblicas para o quarto - TopicsExpress



          

As promessas de Deus: tema das lições bíblicas para o quarto trimestre O estudo das promessas de Deus, nas lições bíblicas do quarto trimestre, enseja a grande oportunidade de melhor conhecermos a forma como são apresentadas na Bíblia e de que maneira interagem conosco, na condição de crentes fiéis a Deus. A escolha do tema não decorreu simplesmente de uma decisão de currículo, mas, sobretudo, em razão de ter-se tornado, hoje, o foco principal de muitas pregações evangélicas e o profundo anelo de todos os cristãos. O que se vê, aqui e ali, de forma bastante generalizada, são as famosas frases de efeito do tipo: “Deus tem promessas para você”, “determine e receba o que Deus prometeu para a sua vida” ou “a promessa é sua, receba em nome de Jesus!”, sem que as pessoas muitas vezes conheçam realmente, à luz da Bíblia, o que as promessas realmente representam. Na visão utilitarista das pregações motivacionais e de auto-ajuda, elas se tornaram uma espécie de “amuleto” ou de “palavra mágica” que os crentes lançam mão, à hora que bem entenderem, para transformar pedra ou qualquer outra coisa em “ouro”, como se fossem um Midas da vida! Há até a tradicional caixa de promessas, que se tornou uma espécie de “horóscopo dos crentes”, os quais, ao invés de mergulharem nas profundezas da Palavra de Deus como um hábito salutar para o crescimento de sua fé, preferem fazer daquele objeto o seu oráculo de todos os dias. Não saem de casa sem tirar um versículo e, caso a mensagem não lhes agrade, voltam tantas vezes até que saia a promessa de sua predileção, aquela que fará bem aos seus ouvidos. Diante dessas e de outras distorções, o nosso objetivo, com a iluminação do Espírito Santo, foi buscar nas Escrituras o que as promessas verdadeiramente significam à luz da soberania de Deus e de seus propósitos para a vida humana. Esses dois aspectos foram bastante enfatizados em todas as lições como conceitos-chaves para se entender como as promessas de Deus podem ser aplicadas na vida do cristão. Por soberania, compreende-se que Deus não está sujeito a nenhum outro domínio, sendo este um de seus atributos exclusivos. Assim, ele age soberanamente à luz do plano que traçou para a raça humana. Quanto aos propósitos, nada do que Deus faz tem a finalidade de produzir sensacionalismo ou fazer por fazer, mas cumpre objetivos coerentes com os seus desígnios soberanos. Em outras palavras, as promessas de Deus, quando aplicadas à nossa vida, só fazem sentido se tiverem em conta a soberania de Deus e o seu propósito em cada ato. Outro ponto que procurei estabelecer, como conceito-chave, foi para quem Deus pronunciou suas promessas na Bíblia. É importante essa definição porque nem todas se aplicam especificamente aos crentes da atualidade, embora as verdades espirituais que expressam tenham o mesmo valor para hoje. Nessa perspectiva, podemos classificar as promessas em quatro grupos distintos: 1) promessas gerais; 2) promessas individuais; 3) promessas para Israel, e 4) promessas para a Igreja. No primeiro grupo estão, entre outras, as promessas da salvação, do batismo no Espírito Santo e da cura divina. Elas são para os que crêem. O segundo grupo compreende as promessas dadas individualmente aos vários personagens bíblicos, como Abraão, Isaque, Jacó, Noé, Ana, Raabe e muitos outros. Elas foram específicas e não podem ser tomadas como algo que deva acontecer da mesma forma hoje, ainda que o seu conteúdo espiritual permaneça válido. O terceiro grupo refere-se às promessas de Deus para Israel.. Infelizmente algumas heresias têm sido fomentadas nos arraiais evangélicos porque algumas dessas promessas são tomadas como se fossem também para a Igreja. Por último, o quarto grupo trata, aí sim, das promessas de Deus para a Igreja, como, por exemplo, a promessa da segunda vinda de Cristo. Classificar as promessas dessa forma contribui para que o crente entenda o seu significado e não atribua para si algo que foi especificamente prometido para outra pessoa na história bíblica. O fato de Deus ter prometido a Ana um filho não significa agora que essa promessa, necessariamente, se estenda a todas as mulheres estéreis, embora Deus possa repetir o mesmo milagre segundo a sua soberania e o seu propósito, como demonstra a vida de piedosas servas de Deus ao longo do tempo. Ou seja, trata-se de uma promessa individual que Deus deu exclusivamente à Ana. Outro conceito-chave destacado nos comentários, para o correto entendimento das promessas de Deus, é que elas sempre são condicionais. “Se” é uma partícula de extrema relevância que sempre acompanha as promessas na Bíblia. Elas representam uma espécie de pacto onde se espera que as partes cumpram as cláusulas prescritas. No que se refere a Deus, não há qualquer dúvida quanto ao seu compromisso em cumprir aquilo que promete desde que o homem aceite e se submeta, pela obediência, às condições estabelecidas. Isso é perceptível na história do povo de Israel, que vem sofrendo ao longo dos séculos, muitas vezes de maneira violenta, os efeitos de sua rebeldia contra Deus. Fosse outra nação que experimentasse os mesmo sofrimentos, já teria sido há muito tempo extinta. No entanto, Israel aí está com sua pujança como o centro das atenções do mundo. Que explicação há para isto? A resposta está lá atrás, na história bíblica, quando Deus chamou Abraão do meio de sua parentela e lhe fez promessas que dependiam de sua obediência. A partícula “se” estava aí implícita. Como ele obedeceu, Deus sempre tratará Israel à luz do pacto feito com Abraão. A segurança que as promessas de Deus trazem ao crente é, também, outro conceito-chave que nos ajuda a apreender todo o seu conteúdo espiritual. Assim como Deus cumpriu, no passado, as promessas feitas aos patriarcas e a outros personagens bíblicos, bem como ao povo de Israel, ele há de cumprir também as promessas feitas as salvos e à Igreja de maneira geral. Essa correlação entre as promessas de Deus cumpridas na história humana e aquelas que hoje alcançam o povo do Reino na face da terra assegura aos fiéis a segurança necessária para atravessar “montanhas e vales” até tomar posse da herança definitiva – a morada celestial. Em outras palavras, as promessas de Deus não representam simplesmente recursos para suprir os crentes de bens materiais, como se fosse esse o maior objetivo da vida. Elas não são receitas prontas que cada um, a seu bel-prazer, tira da gaveta e aplica a cada caso conforme a sua própria disposição mental. Essa tônica predominante nas pregações atuais cria uma atmosfera de soberba e arrogância, que passa aos crentes a idéia de que são pequenos seres divinos, deuses diminutos do panteão pós-moderno, com poderes para “determinar” o que bem quiserem. É uma espécie de humanismo religioso em que Deus torna-se o “serviçal” do ser humano (meus lábios estremecem de temor ao pronunciar essa palavra!) e este o centro absoluto do Universo. Que inversão blasfema! É verdade que esse tipo de mensagem exerce atração sobre as pessoas e, vez ou outra, nós mesmos somos tentados a encampá-la. Quem não deseja viver num “mar de rosas”? Quem não gostaria de ver-se imune às aflições e angústia tão comuns entre nós, simples mortais? Assim, qualquer coisa que ofereça solução imediata para tais situações as pessoas tratam como bem-vinda, mesmo que não tenha consistência com a verdade bíblica. Essa percepção é notável na correlação entre os chamados “cultos da vitória” e os cultos de ensino. Aqueles estão sempre cheios; estes, via de regra, vazios! No entanto, quando estudamos as promessas de Deus percebemos que foram dadas em atos soberanos e sempre para cumprir algum propósito. Deus tirou Abraão de seu meio idólatra através de promessas que tinham por objetivo escrever a história da salvação humana. De igual modo, as promessas de Deus a Israel cumpriram o mesmo objetivo de apontar para o salvador do mundo. Mesmo naqueles casos de promessas individuais, como a que fez o Senhor a Ezequias, através do profeta, de prorrogar a sua vida por mais 15 anos, o propósito foi livrar Israel das mãos de Senaqueribe, ainda que subjacente estivesse a própria cura da enfermidade. Assim, com os conceitos-chaves aqui apresentados, podemos olhar as promessas de Deus, hoje, sem condicioná-las simplesmente ao que queremos ou necessitamos, mas ao que Deus, em sua soberania e seu propósito, quer realizar através de nós. Muitas vezes seremos afligidos, pois assim o foram os heróis do Antigo Testamento, mas também, se tivermos a Deus como o nosso Supremo Bem, muitas vezes ele nos livrará sempre para cumprir alguma finalidade através da nossa vida, e não para atender os desejos do nosso egoísmo. Em síntese, este é o propósito pelo qual as lições do quarto trimestre foram escritas. Serão três meses em que passearemos pela Bíblia com o objetivo de inculcar em nosso coração o verdadeiro significado das promessas de Deus para nós. Minha oração é que, no decorrer do trimestre, muitos crentes sejam batizados no Espírito Santo e outros curados, mediante a compreensão dessas promessas, e possam então tornar-se ainda mais ativos no serviço do Mestre.
Posted on: Thu, 24 Oct 2013 12:26:32 +0000

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