Avenida Rio Branco a antiga Avenida Central (Rio de Janeiro) O - TopicsExpress



          

Avenida Rio Branco a antiga Avenida Central (Rio de Janeiro) O Rio de Janeiro dos primeiros anos da República ainda conservava grande parte da sua malha urbana colonial, que a esta altura parecia ultrapassada e anacrônica tanto em termos arquitetônicos quanto urbanísticos. Além disso, o velho centro colonial da cidade era superpovoado e propenso a doenças, como a febre amarela e a varíola. Nesse contexto se encaixa a abertura da avenida Central, parte de um grande programa de modernização do Rio de Janeiro seguindo cânones europeus urbanísticos e sanitários. O responsável pelas reformas foi o engenheiro Francisco Pereira Passos, designado prefeito do Rio de Janeiro (então o Distrito Federal brasileiro) pelo presidente Rodrigues Alves em 1902. Francisco Pereira Passos tinha uma excelente formação profissional, pois, em março de 1852 ingressou na então Escola Militar, atual Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro - antiga Universidade do Brasil onde se formou em 1856 como Bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas o que lhe dava o Diploma de Engenheiro Civil. Foi colega de turma de Benjamin Constant. Estudou na França de 1857 ao final de 1860, onde assistiu a reforma urbana de Paris promovida por Haussmann. A estada em Paris exerceu profunda influência em Passos, que iria dedicar-se à engenharia ferroviária e ao urbanismo. O conselheiro do Clube de Engenharia, Pereira Passos apresentou os projetos de melhorias do centro da cidade do Rio de Janeiro, ao Conselho Diretor do clube de Engenharia, onde sempre enfatizou a " missão civilizatória da engenharia". As obras iniciaram-se em março de 1904 com a demolição de 641 casas, desalojando quase 3.900 pessoas. Após seis meses de trabalho estava aberta de ponta a ponta. Ao mesmo tempo, abriu-se a avenida do Mangue, arrasou-se o Morro do Senado, alargaram-se ruas do Centro, urbanizou-se parte da orla da Baía de Guanabara e iniciou-se a urbanização de Copacabana, entre outras reformas. Ao final do governo de Pereira Passos, em 1906, a cidade já tinha cara nova. Quem circula pelo centro da cidade do Rio de Janeiro, mal sabe o que ali abrigava no início do século XX, um dos marcos de mudança arquitetônica e da história do Rio. Sob a batuta de Pereira Paços, foi aberta a Avenida Central, que ligava em 1800 metros, o novo porto da cidade à Glória, que à época se desenvolvia plenamente. Foi um tempo em que as ruas do centro foram alargadas, a orla da Baía de Guanabara fora totalmente urbanizada e alguns morros foram destruídos para que a maior, até então, avenida da cidade fosse aberta. Em 21 de fevereiro de 1912, passou-se a chamar Avenida Rio Branco, em homenagem ao Barão do Rio Branco, diplomata, que por meio de tratados garantiu fronteiras nacionais e morrera no dia 11 do mesmo mês. Concreto armado desfigura história do Rio e legado Pereira Passos. Com o advento dos grandes prédios de concreto armado, pouco a pouco, a Avenida Rio Branco foi perdendo seu brilho arquitetônico cuidadosamente construído sob o olhar do engenheiro Paulo de Frotin, que tinha posto de pé o melhor estilo europeu de construir, com elementos do neogótico, neoclássico, entre outros estilos. A foto ao lado mostra a esquina com a Rua Visconde de Inhaúma. Hoje ali está o novo prédio da ESPM. A avenida que à sua esquerda mantinha de pé o morro do castelo, como pode ser visto em foto abaixo, tinha um canteiro central arborizado com iluminação elétrica, muitos cafés, confeitarias e uma cidade que pulsava elegância. Hoje são dias de correria, momentos de indigência total, tanto nas pessoas, quanto nas construções. A obra de derrubada do morro do castelo que previa, entre outras coisas, a melhor circulação de vento na cidade, pouco faz sentido, uma vez que, um prédio de 20 e poucos andares cumpre com louvor o mesmo papel. Com a inexistência do Iphan, não havia o que segurasse monumentos de pé. Estavam sempre sujeitos aos intempestivos momentos de loucura dos governantes do poder. O carnaval de rua mantém sua história O que de positivo há naquelas ruas, ao se falar de história, é a manutenção do carnaval carioca e suas manifestações populares pelas ruas do centro. Ao menos, todo ano o local é enfeitado para se celebrar a alegria carioca. É o mínimo, já que, a cada dia de pesquisa sobre a cidade, mais tristeza tenho de constatar o nível de destruição imposto aos cidadãos. O Palácio Monroe, antigo Senado, que será falado em breve é um dos que sucumbiram aos surtos de loucura dos governantes desta república, que, constato, pessoalmente, preferia que continuasse como Império. Onde haviam apenas cortiços, miséria e doenças, erguia-se a Av. Central, na belle epoque do Rio de Janeiro, no alvorecer do século XX.
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 23:47:02 +0000

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