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BACTÉRIA PODE DESEMPENHAR UM PAPEL NO CANCRO DO PÂNCREAS O cancro do pâncreas é um dos piores tipos da doença: por ser de difícil detecção, é particularmente mortal, devido ao diagnóstico tardio e ao seu comportamento agressivo. “É o cancro com a maior taxa de mortalidade – 96%”, diz Wasif Saif, director do programa de oncologia gastrointestinal do Centro Médico Tufts, em Boston (EUA). Agora, um novo estudo da Universidade de Brown (EUA) indica que as infecções bacterianas podem desempenhar um papel no desencadeamento da doença, avança o site HypeScience. Segundo Saif, embora o cancro seja extremamente fatal, os investigadores ainda não conhecem as suas principais causas. Os principais factores de risco conhecidos – como tabagismo, obesidade, diabetes tipo 2, alcoolismo e pancreatite crónica, que é a inflamação do pâncreas – representam menos de 40% de todos os casos. Enquanto isso, um número crescente de pesquisas sugerem que infecções, principalmente do estômago e da gengiva, afectam o cancro do pâncreas. “A principal conclusão desta pesquisa é a possibilidade de que a infecção bacteriana possa estar a levar ao cancro do pâncreas”, afirma Saif, que não esteve envolvido no estudo, publicado na edição de 10 de Julho da revista Carcinogenesis. Os cientistas descobriram que duas infecções bacterianas em particular são fortemente ligadas ao cancro do pâncreas na literatura científica: a Helicobacter pylori, uma bactéria que está relacionada com cancro de estômago e úlceras pépticas, e a Porphyrmomonas gingivalis, uma infecção envolvida na doença periodontal e má higiene dental. O que é que a bactéria tem a ver com isso? A ideia de que algumas infecções bacterianas podem conduzir a certos tipos de cancro não é um conceito novo. Investigadores têm analisado essa conexão ao longo da última década e encontrado evidências desta associação em cancros do sangue e tumores sólidos. Cancro do fígado, por exemplo, está ligado ao vírus da hepatite B e C. Já o cancro do colo do útero está estreitamente ligado ao vírus do papiloma humano (HPV), e cancro de nariz e da garganta está associado ao vírus de Epstein-Barr. Uma melhor compreensão do papel das infecções bacterianas no cancro do pâncreas pode proporcionar novas oportunidades para a detecção e tratamento precoce da doença, o que deve aumentar muito as hipóteses de sobrevivência dos pacientes, bem como ajudá-los a entender por que acabaram com a doença – uma questão que afecta o psicológico de pacientes de cancro. Hipóteses Várias teorias podem explicar por que essas infecções podem estar a contribuir para a progressão do cancro do pâncreas. Uma é que as infecções causam inflamação corporal, que é conhecida por desempenhar um papel no cancro do pâncreas. Um segundo mecanismo possível é que essas infecções bacterianas levam a alterações no sistema imunitário. Quando o sistema imunitário está enfraquecido ou é alterado por uma infecção, não funciona bem para defender o organismo contra o cancro. Além disso, factores de risco para o cancro do pâncreas, como tabagismo, obesidade e diabetes, podem suprimir a resposta imunológica, abrindo a porta para infecções oportunistas. Outras teorias propostas no estudo são que estas infecções bacterianas podem activar directamente vias de sinalização tumorais pancreáticas, tais como as que promovem o crescimento de novas células sanguíneas que alimentam um tumor. Outra possibilidade é que as infecções indirectamente activam vias cancerígenas do pâncreas, que desencadeiam uma resposta imune no ambiente circundante ao cancro, mas não no próprio tumor.
Posted on: Sun, 15 Sep 2013 10:42:39 +0000

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