BAFANA O MEU AMIGO DO LUBANGO — Aló? — atendi o telefone com - TopicsExpress



          

BAFANA O MEU AMIGO DO LUBANGO — Aló? — atendi o telefone com impaciência. Tinha acabado de percorrer mais de 400 quilómetros no trajecto Lubango-chibia-Gambos-Lubango. Foi um dia de trabalho cansativo. Por isso, naquele principio de noite, a minha disposição nao estava muito católica. E foi com alguma rabugice que atendi aquela chamada. — Aló Samaria tudo bem? — respondeu com muito boa disposição o interlocutor do outro lado da linha. O número era estranho e a voz também. — Sim graças a Deus. Quem fala? — Respondi com a maior rispidez que podia conseguir àquela hora. — Comué fixe? É o Bafana. — Bafana? Oh! Respondi num tom que misturava admiração e surpresa. O número de telefone era estranho mas o nome nao. Bafana é uma figura bastante conhecida nas hostes da socialyte Huilana. Tive o prazer de privar com ele nos tempos da minha adolescência/juventude e éramos amigos até altura que deixei a cidade do Lubango para radicar-se em Luanda. Fisicamente Bafana era um figurão. E no Lubango, quem nao o conhecia, morria de curiosidade o fazer. Pois, em cada bairro, rua ou beco da cidade, deixava sempre um rasto da sua presença qual uma cauda sem fim. Bafana nao era rico bonito ou famoso ao contrario, era igual há muitos cidadãos invisíveis deste País. Nasceu anónimo e podia morrer como tal, nao fosse o seu "CARISMA". Em todo o lugar por onde passasse Bafana procurava sempre fazer-se notar. Era um jovem bastante comunicativo. Sabia um pouco de tudo e todos. Baixinho e rechonchudo, o que lhe faltava na beleza compensava na perspicácia e simpatia. Desta forma, Bafana tornou-se num caso de sucesso improvável, nas noites e consequentemente na mulherada. De ridiculo, Bafana passou a ser invejado por muitos marmanjos desejosos de a mesma simpatia com as belezuras da banda. Foi assim que o meu amigo Bafana ganhou estatuto e passou a ser incluído no rol de amizade de muitos homens e mulheres da elite lubanguense. Conviver com o Bafana passou a ser sinónimo de estatuto. Foi por isso que, depois de quase 5 anos sem o ver, lembrei-me dele com muita facilidade. Fui ter com ele e nos cumprimentamos com entusiasmo. Nao foi surpresa notar que o meu velho amigo estava mais fino, mais vaidoso, mas sempre com a mesma lata, o mesmo xaxu. Em pouco tempo me envolvi na conversa. Mas tinha compromisso e precisava deixa-lo. Ficou triste mas deu indicações para que, enquanto estivesse no Lubango podia contar com para ele para qualquer coisa em que ele pudesse ajudar. — O telefone é 24h sobre 24h meu. — Disse quando já me levantava para sair. — Já agora, se tas apressado podes levar umas birras no saco ne? — Sim posso levar, nao tem makas meu. Mas vou te procurar antes de ir a luanda. — Epa vou ficar a espera meu. Sabes que aqui os mambus nao param a vida é FUDIDA. — ta fixe meu to a bazar. Com o meu saco de birras na mão, despedi-me do BAFANA o meu velho amigo do Lubango.
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 08:22:33 +0000

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