Cada vez mais bêbados: “3 cem” Este post pode em algum momento ferir a sensibilidade de alguns amigos, mas a opinião só faz sentido quando é expressa de forma livre e sem julgamentos tendenciosos. O título supracitado acredito que vocês já devem ter visto escrito em alguns estabelecimentos comerciais com alguma regularidade. Estou a falar da recente promoção de cerveja nacional e não só que tem sido vendida na capital do país a preço quase de convidar todas as classes sociais a enveredar pelo mundo dos “bêbados”. Este preço vem de certa forma consubstanciar os vários comentários que tem sido feitos em relação aos jovens que recebem nomes como: bêbados, distraídos, despreocupados, vândalos, apáticos com as questões que preocupam a nação moçambicana. Mas o que dizer de uma sociedade que quer embebedar cada vez esta classe (juventude) com esta retumbante promoção que até mudou de nomenclatura em alguns lugares para ”4 cem ou 5 cem”. A empresa responsável pela produção e distribuição da cerveja em particular tem a sua responsabilidade nisso, e esta virá obviamente no final do ano dizer que registou um crescimento na ordem de Y% fruto da marginalização das mentes por meio da bebida. Em economia quando se aborda a questão de tributação, a bebida inclui-se num grupo em que em casos de se pretender o aumento de algum imposto para galvanizar a economia de um país opta-se pelo aumento do seu preço sendo este produto de consumo das minorias e por vezes de luxo, mas em Moçambique a coisa é diferente podendo estar mais barato comprar uma cerveja do que um quilograma de arroz. Alguns questionamentos podem ser levantados sobre esta promoção sem utilidade: 1. Talvez seja uma forma encontrada de no período de inverno que o país atravessa tendo em conta que a cerveja não está a ter a devida saída e essa é solução mais viável; 2. Outra hipótese pode ser levantada relaciona-se com a tentativa de manipulação por parte de algum grupo que pretende desviar a atenção dos jovens sobre a situação de tensão actual do país, remetendo os jovens a bebedeira e a diversão sem fim e para depois a chamar apática; 3. A última hipótese pode ser a de que a empresa responsável por esta acção tenha tido uma superprodução e pretende por via disso esvaziar o seu “stock”. “Quando a esmola é demais, o santo desconfia...”
Posted on: Fri, 05 Jul 2013 09:31:32 +0000
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