Caso inspirou várias produções. Há 60 anos, no começo de - TopicsExpress



          

Caso inspirou várias produções. Há 60 anos, no começo de julho de 1947, ocorreu algo muito estranho na cidade de Roswell, no estado norte-americano do Novo México. “Algo” caiu do céu no começo do mês, muito próximo do feriado da Independência americana. Os Estados Unidos estavam, então, experimentando o que os ufólogos chamam de “onda” ufológica, uma grande quantidade de avistamentos de objetos estranhos nos céus. O fenômeno vinha se intensificando desde o dia 24 de junho, quando o piloto civil Kenneth Arnold viu, enquanto sobrevoava o Monte Rainier no estado de Washington, “nove coisas”, segundo sua descrição, “que voavam como discos lançados sobre a água”. Nesse dia 24 de junho, o fenômeno, que ocorre ao menos desde a Antiguidade, foi batizado, e seu estudo sistemático teve início. Até hoje, o dia 24 de junho de 1947 é reconhecido como o Dia Mundial dos Discos Voadores, e marco zero da ufologia mundial, como modalidade de estudo. Retornando a Roswell, sabe-se hoje que os militares já vinham rastreando um objeto não identificado pelo radar antes de julho. No dia 4, perderam-no das telas, e uma operação para resgatá-lo teve início. A queda foi testemunhada por William Woody, que junto com seu pai tentou chegar ao local da queda dois dias depois, sendo impedidos por um cerrado cordão de isolamento militar. Brazel, nesse meio tempo, foi verificar o que a tempestade da véspera havia feito a sua propriedade, e ficou surpreendido ao ver um extenso campo de destroços. No dia 6, levou alguns dos mesmos a Roswell, mostrando-os ao xerife George Wilcox. Nenhum dos dois soube determinar a natureza daquele estranho material, e Wilcox sugeriu chamarem o major Jesse A. Marcel. É muito importante salientar isto. Jesse Marcel era oficial de inteligência do grupamento de bombardeio 509, da Base Aérea de Roswell, até então a única unidade, em todo o mundo, equipada com armas atômicas. Os bombardeiros B-29 que lançaram as duas bombas atômicas sobre o Japão, em Hiroxima e Nagazaki, ao final da Segunda Guerra Mundial, estavam originalmente baseados em Roswell. Marcel dirigiu-se a propriedade de Brazel com um companheiro militar, e todos examinaram os estranhos restos. O major chegou mesmo a levar uma grande quantidade dos mesmos para casa e mostrá-los a sua família. Eram um estranho metal, extremamente leve, e que retornava ao formato original após ser dobrado. A área onde recolheram os mesmos tinha de 200 a 300 me de extensão, por dezenas de metros de largura. Nesse meio tempo, os militares já haviam encontrado o local da queda do objeto. A nave, ou suposta nave de Roswell, segundo algumas testemunhas, não seria exatamente um disco voador, mas teria um formato similar ao de uma arraia. Décadas depois, testemunhas que alegaram haver participado do resgate afirmaram que havia quatro seres estranhos na nave, um deles ainda vivo. Na tarde do dia 5, Glenn Dennis, funcionário da Funerária Ballard, recebeu o telefonema de um oficial da base, que lhe perguntou qual o menor tipo de caixão que possuía, como vedá-lo hermeticamente, e a melhor maneira de conservar corpos severamente queimados. Dennis pensou que havia ocorrido um desastre aéreo, e ofereceu-se para ajudar. O oficial disse que não seria necessário, e desligou. Mas a seguir Dennis foi chamado com urgência para dar os primeiros socorros a um soldado. Feito isso, Dennis dirigiu-se para a Base de Roswell, e enquanto passou por algumas ambulâncias estacionadas, percebeu que uma delas continha algum tipo de destroço. Anos depois, disse que alguns deles pareciam conter alguma inscrição, como hieróglifos. Ele a seguir encontrou-se com uma enfermeira conhecida, que recomendou-lhe, muito nervosa, a sair dali. A seguir Dennis foi interpelado rispidamente por militares, que depois de literalmente o expulsarem da base, o seguiram até o trabalho. Já no dia 7, no Pentágono, os generais Curtiss Lemay e Hoyt Vandenberg têm uma séria conversa sobre o incidente em Roswell, enquanto o general Nathan Twinning prepara-se para viajar ao Novo México. Décadas depois, descobre-se que Twinning foi um dos membros do suposto grupo secreto Majestic 12. Em 8 de julho, o coronel William Blanchard, comandante do grupo 509, tem uma reunião com Jesse Marcel, e a seguir com oficiais da força Aérea. No dia 9 Blanchard decide fazer o sensacional comunicado a imprensa: Os muitos boatos acerca dos discos voadores ontem se tornaram realidade quando o assessor de imprensa divulgou que o Grupo de Bombardeio 509 da Força Aérea teve a sorte de chegar a possuir um disco, tudo isso graças a cooperação de um rancheiro local e um xerife. O objeto aterrissou em um rancho perto de Roswell na última semana. Como o rancheiro não tem telefone, guardou o disco até poder informar ao xerife, que por sua vez notificou o major Jesse Marcel. Imediatamente, entramos em ação, e o disco foi resgatado do rancho, sendo depois inspecionado na Base Aérea de Roswell e encaminhado a uma repartição superior”. No mesmo dia, começa a ser divulgada a sensacional notícia. O Daily Roswell a publica na primeira página, uma das imagens mais famosas da ufologia. A Associated Press espalha a notícia pelo mundo. Horas mais tarde, o escritório do xerife Wilcox recebe telefonemas de todas as partes do mundo, incluindo Roma, Londres, Paris e Tóquio. Mas lamentavelmente, logo começam a circular ordens, na forma de telex, para parar os comunicados. A alegação também se tornaria um clássico, razões de segurança nacional. No mesmo dia 8, Dennis recebe um telefonema da amiga enfermeira, que diz precisar falar com ele. Muito abalada, descreve o que testemunhou em uma sala de exames do hospital da base. Descreve os seres mortos, com corpos franzinos, cabeça grande, enfim, os clássicos seres cinza, de tantas produções e tantos casos ufológicos. Em pouco tempo, a moça é transferida para a Inglaterra, onde continua a corresponder-se com Dennis. Mas após semanas sem notícias, ele recebe a notícia que a enfermeira morrera em um acidente de avião. No mesmo dia pousa em Roswell um avião vindo de Washington, com técnicos e fotógrafos. Os destroços são transferidos para a Base Aérea de Wright-Patterson em Ohio. No mesmo dia Marcel voa para Fort Worth, mostrando os destroços ainda em seu poder para o general Ramey, comandante da 8° Força Aérea. O grupo ausentou-se do escritório do general, onde haviam posto o material, e quando voltaram os mesmos haviam sido substituídos por um balão meteorológico. Marcel foi obrigado a posar com os mesmos, para fotos batidas pelo relações públicas de Fort Worth, Charles Cashon. Os jornais logo publicam a notícia, “general Ramey esvazia o disco de Roswell”. O Campo de Wright Field, em Wright-Patterson, era então o principal local de pesquisas da Força Aérea, e foi alvo de intensa movimentação e inúmeros vôos naqueles dias. Os esforços de acobertamento estavam, então, em pleno andamento. Testemunhas como Dennis e Brazel foram hostilizadas e ameaçadas, em um esforço para silenciar todas as testemunhas, incluindo civis. A cidade estava, por sua vez, tomada por boatos. Dizia-se que os “marcianos” haviam caído, e que um deles ainda estava vivo. Outra versão foi que o sobrevivente havia escapado e andava a solta pelas noites. No dia 9 de julho o presidente Truman se encontra em Washington com o senador do Novo México, Carl Hatch, e a partir do dia 11, começam as seções com os soldados que participaram da operação. Em grupos, recebem severas preleções, quando lhes é dito que tudo que experimentaram é assunto de segurança nacional, sobre o qual devem manter total sigilo. No espaço de um mês, são transferidos a outros locais, bem longe de Roswell e uns dos outros. O esforço militar para encobrir os fatos tem sucesso. Os militares, afinal, haviam vencido a guerra e destruído a ameaça nazista, por que o povo e a imprensa em geral não confiariam neles? O assassinato de Kennedy, o Vietnã, Watergate e outros escândalos da vida americana ainda estavam muito longe de acontecer. Apenas em 1978 o caso saiu de sua longa hibernação, quando o físico nuclear e ufológico Stanton Friedman localizou e entrevistou Jesse Marcel, então no fim da vida, que relembrou todos os acontecimentos daquele extraordinário julho de 1947. A partir daí, o interesse em Roswell não parou mais de crescer. Tamanho interesse até obrigou a Força Aérea Americana, nos anos 1990 a tomar uma posição. Em 1995 a mesma liberou um comunicado, reconhecendo que de fato a versão do balão meteorológico era falsa. Na verdade, a mesma fora divulgada para encobrir a recuperação de um balão secreto do Projeto Mogul, que se destinava a detectar explosões nucleares na União Soviética. Por fim, em 1997, a USAF alegou em novo comunicado que os estranhos corpos descritos pelas testemunhas eram na verdade bonecos de teste do projeto chamado High Dive. Há inúmeros problemas com as versões da USAF. Balões meteorológicos não eram estranhos aos militares de Roswell, nem mesmo a um oficial da inteligência como Jesse Marcel, muito menos a população da cidade e arredores, que os viam cair a todo momento. Quanto ao balão Mogul, o mesmo possuía um refletor construído com madeira balsa e papel alumínio. Acreditar que o oficial da inteligência da única base no mundo dotada de armas nucleares confundiria tais materiais com pedaços de disco voador é pedir um pouco demais. Quanto aos experimentos com os bonecos do High Dive, ocorreram anos depois de Roswell, nos anos 1950! Como encaixar tal versão nos fatos ocorridos em 1947? E naturalmente, os militares mentiram em 1947 com o balão meteorológico, quem garante que não estariam mentindo agora? O próprio Stanton Friedman tem incansavelmente buscado provas documentais do caso, obtendo pela força da Lei de Liberdade de Informação centenas de documentos militares. Muitos dos quais grosseiramente censurados com tarjas negras. E ele pergunta, “A USAF ainda vem dizer que não tem nada a esconder!?”. A busca pela verdade prossegue, e não se faz a menor idéia de quando se terá uma comprovação definitiva quanto ao que aconteceu. Uma das pistas que os pesquisadores seguem são as fotografias da coletiva de imprensa, quando o general Ramey “esvaziou o disco” em 1947. Nas fotos, Ramey aparece agachado, e com um papel em sua mão. Os pesquisadores têm se debruçado sobre a Mensagem do general Ramey, como o mesmo tem sido chamado, e alegam que a mesma contém um texto onde é confirmada a queda da nave e a recuperação dos corpos dos alienígenas. Mas tudo ainda é incongruente demais para auxiliar na elucidação do caso. Roswell tem influenciado a mídia e o entretenimento desde sua redescoberta ao final dos anos 70. O Caso Roswell, filme para a TV de 1994, é praticamente um documentário que reconstrói toda a trajetória de Jesse Marcel e do incidente, com Martin Sheen e Kyle McLachlan. Naturalmente temos que nos lembrar da série Roswell, sobre o trio de jovens alienígenas tentando viver na cidade que dá nome a série. Em um dos episódios, foi recontada a história conforme teria acontecido em 1947, numa bela reconstrução. Em Jornada nas Estrelas, Deep Space 9, no episódio Little Green Men, após uma viagem ao passado, Quark e sua turma de ferengis se tornam os protagonistas do Caso Roswell, num episódio muito divertido. A sensacional série Dark Skies não durou muito, mas sua caracterização de época em plenos anos 1960, seguindo-se ao assassinato de John F. Kennedy no episódio piloto, mostrou uma das mais elaboradas conspirações da Ficção Científica. Personalidades reais foram representadas na série, como Robert Kennedy, o futuro presidente Ronald Reagan e até o astrônomo Carl Sagan. Em Seven Days a tecnologia de viagem no tempo veio de trabalhos sobre os destroços de Roswell, e em Futurama a turma mais maluca do ano 3000 também viajou acidentalmente a 1947, na mais engraçada versão do famoso incidente. Mas foi sem dúvida em Arquivo-X que o Caso Roswell foi mais explorado, já a partir do segundo episódio, A Verdade Está Lá Fora. A instigante conspiração, a luta incansável de Mulder e Scully por revelar a verdade, e os momentos do mais engraçado humor com o trio de hackers conhecidos como Pistoleiros Solitários tornaram a série um clássico. Um pouco desse clima foi recuperado recentemente, na fabulosa minissérie em dez episódios Taken, mais uma obra-prima do mestre da Ficção Científica Steven Spielberg. No primeiro capítulo de Taken, o Caso Roswell é enfocado em sua quase totalidade, com as normais adaptações artísticas. Demos ainda lembrar o especial sobre os 50 anos de Roswell, apresentado aqui no Brasil exatamente em 4 de julho de 1997 no antigo USA Channel, atual Universal Channel. Apresentado por Jonathan Frakes, o comandante Riker de Jornada nas Estrelas A Nova Geração, apresenta um enfoque ainda muito atual do caso. Também o Discovery Channel rendeu-se as evidências, apresentando no final dos anos 1990, na Semana da Invasão Extraterrestre, uma ficção-documentário intitulada What If, aqui traduzida como “O Que Aconteceria Se?”. Utilizando a versão da USAF para o balão Mogul, mostrava entretanto que o mesmo, em 1947, havia captado uma transmissão de rádio de uma inteligência extraterrestre, que pôde ser decifrada quando uma nova transmissão foi captada, agora em 1997. Um enfoque bem diferente mas ainda muito interessante, e o programa foi encerrado afirmando que várias mensagens captadas pelo SETI, a busca por inteligência extraterrestre, permanecem inexplicáveis. A verdade sobre Roswell ainda não é conhecida, e não se sabe quando o será. Só se sabe que ainda está lá fora...
Posted on: Mon, 08 Jul 2013 18:01:26 +0000

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