Concepções sobre a aprendizagem, na antiguidade: Sócrates O - TopicsExpress



          

Concepções sobre a aprendizagem, na antiguidade: Sócrates O conhecimento preexiste no espírito do homem e a aprendizagem consiste no despertar esses conhecimentos inatos e adormecidos. Para ele, o método da “maiêutica” ou partejamento das idéias é que disciplinaria o espírito e revelaria as verdades universais. Platão Formulou uma teoria dualista que separava o corpo (ou coisas) da alma (ou idéias). Expôs as idéias de seu mestre Sócrates, elaborando-as com a formulação de sua doutrina das “reminiscências”. A alma está sujeita à metempsicose e guarda a lembrança das idéias contempladas na encarnação anterior que, pela percepção, voltam à consciência. Assim, a aprendizagem nada mais é do que uma reminiscência. Aristóteles Apresenta um ponto de vista, definidamente científico, ensina que todo conhecimento começa pelos sentidos, rejeitando a preexistência das idéias em nosso espírito. Lançou, portanto, o fundamento para o ensino intuitivo. Utilizou o método dedutivo, característico de seu sistema lógico, e, o método indutivo, aplicando-o em suas observações, experiências e hipóteses. Infelizmente, por séculos, suas conclusões foram aceitas como irrefutáveis, mas foi esquecido o fato de que ARISTÓTELES acreditou e utilizou os procedimentos científicos da observação e experimentação. Organizou a teoria da associação com os princípios de semelhança, de contraste e de contigüidade. Combatendo a preexistência das idéias, formulou a célebre afirmação de que “nada está na inteligência que não tenha primeiro estado nos sentidos”. Santo Agostinho Poucos tentaram reviver o método indutivo, como Santo Agostinho, que adotou a introspeção, para registrar suas próprias experiências mentais e esposou a teoria das faculdades mentais. Santo Tomás de Aquino Distinguiu as verdades científicas, baseadas na pesquisa e experimentação, e as verdades religiosas, baseadas na autoridade divina. Para ele, o principal agente da aprendizagem é a atividade de quem aprende. Considerava a aprendizagem como um processo inteligente, dinâmico e auto-ativo. Juan Luis Vives Insistiu nos métodos indutivos em psicologia e filosofia. Contudo, através de toda a Idade Média e no começo dos tempos modernos, homens com idéias, como as de Santo Tomas de Aquino e Juan Luis Vives, eram exceções, porque a ênfase na educação permaneceu teológica e teórica. Havia, apenas, a explicação do pensamento, das idéias e da memória verbal ou dialética, elaborada segundo a filosofia das concepções antigas. Contribuições Modernas para a Conceituação da Aprendizagem Alguns pioneiros que lançaram os fundamentos da ciência moderna como COPÉRNICO, BACON, GALILEU, DESCARTES, LOCKE, etc., voltaram a usar método indutivo de ARISTÓTELES, exigindo as provas experimentais e a evidência empírica, para justificar as generalidades sobre o homem e a natureza. BACON, DESCARTES E LOCKE, propagaram uma nova fé no conhecimento, baseado no senso-percepção e no raciocínio lógico. Assim, o método científico de análise e de predição de eventos, estabeleceu-se, requerendo a observação e a experimentação, como também a medida e a classificação da experiência. Afinal, neste clima de progresso científico, vão surgindo as modernas concepções de aprendizagem. Locke No século XVII, retorna o princípio aristotélico: “Nada está na inteligência que não tenha estado primeiro nos sentidos”. Combate a concepção das idéias inatas de Platão e insiste em que o espírito seria uma “tábula rasa”. Combate também a idéia da “disciplina formal” ou a crença de que o espírito, se pudesse formar por um simples exercício de suas “faculdades”. Admitiu já a transferência e a generalização dos conhecimentos. Suas idéias tiveram enorme influência direta e indireta sobre a compreensão psicológica da educação na Inglaterra, na Alemanha e nos Estados Unidos. Em certo sentido, Locke fez trabalho precursor para Comenius, Fröbel e Pestalozzi. A sistematização de muitas de suas idéias veio a ser feita por Herbart. Herbart (1776-1841) Estabeleceu a doutrina da “apercepção” e os “Passos Formais” do ensino (preparação, apresentação, associação, sistematização e aplicação). Embora combatesse a doutrina das “faculdades” e desenvolvesse a idéia da educação como fundamental na formação humana, ainda o fazia tocado pela influência das idéias intelectuais da tradição grega e medieval – “a educação pela instrução”. A influência de Herbart foi muito grande e ainda é patente nos trabalhos relativamente recentes de MAC MURRAY, MORRISON (autor do Plano de Unidades Didáticas) e DECROLY. Em toda a segunda metade do século passado, a pedagogia aceitava com entusiasmo o chamado “método intuitivo” de ensino com coisas ou das “lições de coisas”. Este movimento provinha de PESTALOZZI, mas foi fortalecido por HERBART. Lloyd Morgan No fim do século, formulava sua teoria de “ensino-e-erro”, aceita logo por SPENCER que introduziu o darwinismo na psicologia, acontecimento de grande importância nas teorias modernas de aprendizagem. Assim, ao invés do exercício intelectual, ou das idéias colhidas pela impressão das coisas (sensações, imagens, generalizações, idéias, juízo, raciocínio), começava-se a admitir a ação, os comportamentos como base da aprendizagem. No Brasil Rui Barbosa O movimento do “método intuitivo” refletiu-se com a tradução do livro de CALKINS, “Lições de Coisas”, feita por Rui Barbosa e com as idéias de seus “Pareceres” sobre o ensino, apresentados à Câmara dos Deputados, em 1882. Outras Contribuições Atuais Foi, sobretudo, a contribuição dos criadores da psicologia pedagógica moderna, como HERBART, BINET (um dos pioneiros da medida em psicologia), DEWEY, THORNDIKE, CLAPARÈDE e PIAGET, bem como a dos reflexologistas como PAVLOV e BECHTEREV, a dos behavioristas, como WATSON e LASHLEY, a dos gestaltistas, como KOFFKA, KÖHLER e WERTHEIMER, que mais influiu sobre a formulação das novas teorias da aprendizagem. Sem pretender organizar uma teoria da aprendizagem, também o psicólogo de campo K. LEWIN ofereceu apreciáveis contribuições para o estudo dos fatos da aprendizagem. É interessante assinalar também a influência que já começaram a exercer, sobre as teorias contemporâneas da aprendizagem as teses psicanálise de FREUD, ADLER, JUNG, FROMM; da fenomenologia de HUSSERL, SCHELER e MERLEAU PONTY; e do existencialismo de HEIDEGGER, JASPERS e SARTRE. Outra realização a repercutir na aprendizagem, que se pode mencionar, é a instrução programada, baseada na situação do condicionamento operante, proposta por B. F. SKINNER, psicólogo norte-americano, neobehaviorista e autor de uma das teorias modernas da aprendizagem. Ainda as novas perspectivas dos estudos sobre a Psicolingüística e a Teoria da Informação, têm oferecido substancial contribuição à psicologia da aprendizagem, como é o caso de J. S. BRUNER, que não está relacionado de modo algum com o movimento da Teoria da Informação.
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 23:51:38 +0000

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