Corrupção no setor público é crime que mais ocupa PF Desvios - TopicsExpress



          

Corrupção no setor público é crime que mais ocupa PF Desvios investigados pela Polícia Federal chegam a R$ 1 bilhão. Operações contra crimes de colarinho branco superam narcotráfico e contrabando Policial federal apreende documentos no Centro de Atendimento ao Trabalhador, em São Paulo Policial federal apreende documentos em ONG suspeita de corrupção em São Paulo - 03/09/2013 (Divulgação/PF) Chega a 1 bilhão de reais o volume de recursos que a Polícia Federal (PF) suspeita ter sido desviado do Tesouro por meio de fraudes, corrupção, licitações dirigidas, convênios fictícios e compras superfaturadas de administrações municipais, autarquias e repartições estaduais em todo o país. Pela primeira vez na história, segundo o comando da corporação, as investigações de crimes do colarinho branco suplantou as ações contra o tráfico de drogas e o contrabando. Entre janeiro e agosto deste ano, a caça aos malfeitos com verbas públicas foi responsável por 20,7% do total de missões desencadeadas pela PF nos estados e em Brasília - os dados não abrangem falcatruas na Previdência. Ações contra o narcotráfico somam 16,9% dos casos. No início da semana passada, foram presos oito alvos da Operação Pronto Emprego, que investiga desvios de convênio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). "Temos hoje 1 bilhão de reais sob investigação, 28 operações especiais de combate a desvios de recursos do Tesouro apenas este ano. Podemos afirmar que em 2013 inúmeras organizações criminosas foram desarticuladas pela PF", diz o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello Coimbra. Leia também: Assessor do MTE é preso por receber propina de R$ 30 mil Ministério suspende pagamento de ONG e exonera servidor investigado pela PF As 27 operações deflagradas pela PF em 2013 levaram à cadeia 210 acusados de causar prejuízos aos cofres públicos. "A PF tem priorizado a atividade de combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos", afirma Coimbra, segundo quem a corporação tem atuado em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU). Os relatórios técnicos e auditorias desses dois órgãos são usados para fortalecer as provas nas investigações. O avanço dessas ações policiais consta do histórico do departamento. Em 2011, elas representavam 15,3% do total dos casos. Um ano depois, chegaram a 16,1%. O combate ao tráfico de drogas, que vinha sempre no topo das ações da PF - 24,9% das missões em 2011 e 27% em 2012 - caiu em 2013 para aquém dos 20%. Ainda assim registrou mais prisões (284) que os inquéritos envolvendo corrupção. Daiello, chamado ao comando da PF no início do governo da presidente da República, Dilma Rousseff, diz que essa inversão não significa a diminuição da atuação no combate às drogas. "Sempre combatemos tráfico de drogas. Isso é uma rotina natural para a PF", afirma o diretor-geral. O número de operações, diz ele, vem crescendo desde 2008, quando a instituição realizou 217. Em 2012, os dados mostram que elas somaram 292 em todos os 26 estados e no DF. Além de ultrapassar os casos de tráfico de drogas, a corrupção deixou para trás também outra tradicional área de atuação dos federais, os crimes fazendários. Em 2012, eles responderam por 21% das operações no país (62 casos). Até agosto deste ano, somavam 13,8% das ações e haviam provocado a prisão de servidores. Ao todo, 29 foram presos por suspeita de corrupção. São Paulo concentrou o maior número de operações nos oito primeiro meses do ano - dezenove, de janeiro a agosto. O Rio Grande do Sul, com dez casos, ficou em segundo nesta estatística e Minas Gerais (oito operações) em terceiro lugar. PEC 37 - Para a cúpula da PF os números só reforçam a versão de que o órgão tem capacidade para investigar os desvios de recursos com independência e isenção. Os delegados federais estiveram entre os maiores defensores da proposta de emenda constitucional que limitava a ação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal para apurar crimes, a chamada PEC-37, derrotada no Congresso Nacional após as manifestações de junho, que identificaram a medida como uma forma de ajudar os corruptos. "Eu sou contra o Ministério Público investigar, promotores e procuradores não podem exercer a função policial", alerta o delegado Roberto Troncon, superintendente regional da PF em São Paulo. (Com Estadão Conteúdo)
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 14:59:48 +0000

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