DEVOCIONAL: “UM POUCO DE LUZ” (12/08/13) NO DIA 12 de agosto de 1859 chegava ao Brasil o missionário Ashbel Green Simonton, pastor presbiteriano e missionário estadunidense, nascido na Pensilvânia no ano de 1833. Ele era o nono e ultimo filho de um conceituado médico, deputado federal e cristão professo. Simonton sabia do voto feito por seus pais, quando de seu batismo, dedicando-o a Deus e ao ministério cristão, mas ele não se sentia um bom cristão, nem a chamada de Deus para corresponder a esse voto de seus pais. Em seu diário, transcrito em parte no livro “Simonton”, podemos ver essa luta interna para achar a resposta de Deus; mas aos 22 anos sentiu a necessidade de buscar seriamente a Deus pela oração e cuidadosa leitura da Bíblia, e toma uma decisão: Fez sua pública profissão de fé e buscou conhecimentos no seminário de Princeton; pois a ideia em ser missionário o inquietava, até que escreveu a junta de missões se oferecendo para o trabalho no Brasil. Aceito, e embarcando rumo ao Brasil, num barco a vela, depois de 54 dias, em agosto de 1859 ele chegava ao Brasil, e diz sem eu diário: “É difícil descrever as emoções com que saudei esses píncaros elevados” (o Pão de Açúcar e Corcovado). Mas o sentimento predominante de alegria não deixava de ser perturbado pelo temor e a responsabilidade que o esperava numa terra desconhecida e hostil a fé evangélica, pois o catolicismo ainda era a religião oficial, e havia tolerância religiosa graças a uma intervenção do governo britânico, mas a liberdade religiosa só veio com a Proclamação da República que declarou o Brasil um Estado laico; preceito violado constantemente e claramente quando da visita do papa Francisco. O primeiro desafio de Simonton foi aprender a língua portuguesa a fim de poder se comunicar; pois ele tinha em mente que seria impossível alcançar um país tão vasto e implantar o Reino de Deus, sem o auxílio da imprensa, e já no ano de 1864 ele publicava o primeiro jornal evangélico. Imaginem o impacto causado com as primeiras teses Protestantes que confrontavam a religiosidade dominante! Mas a meta não era discutir teses apologéticas, mas edificar os primeiros crentes, informar, anunciar o amor imensurável de Cristo pelos pecadores, e imprimir as primeiras revistas para a Escola Bíblica, que ele considerava o primeiro passo; e começou reunindo crianças da vizinhança; e, imprimir os primeiros hinários. Deus honrou o trabalho de Simonton, sobretudo a sua humildade, e uma das primeiras conversões, e a ordenação do primeiro pastor evangélico brasileiro, foi do ex-padre José Manuel da Conceição, excomungado pela igreja, considerado um “herege”; e só conseguiu ser sepultado dignamente com a intervenção do Rev. Blackford; o que causou indignação do bispo católico D. Lacerda. Três anos depois seus restos mortais foram transferidos para o cemitério dos Protestantes em SP. (os protestantes e outros “pecadores” tinham que ser sepultados separados dos católicos por serem considerados hereges). Quando sua irmã perguntou quem o sucederia, Simonton respondeu: “Deus levantará alguém para tomar o meu lugar”. E assim nosso Deus tem feito! Apenas uma breve lembrança de nossa história evangélica, e de homens que enfrentaram tempos hostis, tempos de grandes desafios, mas disseram como Paulo: “Não me envergonho do Evangelho de Cristo” (Rm 1.16). Seja esta a nossa meta: Nenhum orgulho denominacional; humildade em reconhecer os que nos antecederam, e nunca nos envergonhar do Evangelho de Cristo, poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Posted on: Mon, 12 Aug 2013 09:32:39 +0000