DIGA NÃO AO ASSÉDIO MORAL NAS ESCOLAS! Na história da - TopicsExpress



          

DIGA NÃO AO ASSÉDIO MORAL NAS ESCOLAS! Na história da sociedade, todas as vezes que a classe oprimida se colocou como sujeito, questionador e transformador, foi reprimida de alguma maneira. Em alguns casos a repressão é mais escancarada, por isso, perceptível. É o caso das ações da polícia contra diversos movimentos grevistas. Outras são mais escondidas, veladas, como é o caso dos diversos assédios morais que as/os trabalhadoras/es sofrem cotidianamente por seus chefes e superiores. No nosso caso, professoras/es por coordenadores, diretores e vice diretores. Essa forma velada de repressão trás consigo todo o peso da ilegitimidade desses cargos. Uma vez que muitos desses são cargos de confiança, com gratificações e proximidade com a burocracia do governo, materializada no dia-a-dia através dos supervisores das diretorias de ensino. A pressão impõe a esses setores que se adaptem à burocracia e pressionem os/as trabalhadores/as contra sua própria categoria, dividindo e enfraquecendo as mobilizações. Em alguns casos, se escondem por trás de recados mal dados, ou “muito bem” dados. Em uma discreta sala, longe dos ouvidos alheios. Um recado, um aviso, um “conselho”. “Conselhos” estes que visam dividir a categoria para enfraquecê-la, ou mesmo inibir qualquer ação mais concreta que vise organizar as/os trabalhadoras/es gerando debate, questionamento e politização. Quero deixar meu caso como exemplo. Sou professor da rede estadual e na escola que trabalho estava tentando construir uma atividade de debate entre professores, funcionários e estudantes para o dia 14/03, primeiro dia da paralisação nacional. A direção, percebendo o caráter avançado desse tipo de mobilização - mobilização de base,- com debate democrático, reunindo todos os setores da escola, ficou bastante contrariada. Na segunda feira, antes da paralisação a direção me chamou em sua sala para conversar. Eu, achando que era algo relativo a meu contrato (uma vez que acabei de me efetivar), fui. Ao entrar na sala, longe dos ouvidos e olhos alheios comecei a ser questionado sobre a proposta de atividade para a paralisação. Fiz-me de desentendido até que a direção deixou claro que já sabia o que queríamos organizar e não iria permitir. Que havia entrado em contato com a supervisão e que não autorizaria. Ainda recebeu respaldo da APEOESP, pois a direção do sindicato deixou claro que “não é a linha do sindicato esse tipo de atividade”. Como se não bastasse o ataque da direção da escola, o representante da APEOESP tirou o corpo fora. Por fim, percebendo minha resistência em acatar a ordem recebi a cartada final. Sem titubear a direção da escola me disse com essas palavras: “Não encare isso como ameaça, mas lembre que você está em período de estágio probatório”, deixando claro que está totalmente disposta a colocar meu emprego em xeque caso avance na proposta. Essa postura nos mostra como, os 3 anos de estágio probatório, nada mais são do que um longo período de chantagem e ameaça para disciplinar e educar professores sob as rédeas de seu projeto. Devemos travar uma forte campanha contra o assédio moral e a chantagem como formas de calar as lutadoras e lutadores. Não podemos permitir que o governo tente nos derrubar puxando o tapete das nossas companheiras e companheiros. Precisamos criar espaços de debate na base, tendo como referência as unidades escolares. É preciso construir uma nova prática, totalmente distinta dessa direção de nosso Sindicato que tenta responsabilizar os professores pelo imobilismo, mas cuja prática em nada fortalece a discussão e mobilização cotidiana, já que seu interesse é estabelecer com a categoria uma relação clientelista e de controle. Transformar as escolas em polos difusores da luta das trabalhadoras e trabalhadores, com atividades, cine debate, grupos de discussão, para que a mobilização de nossa categoria seja viva e orgânica, esse é o desafio colocado. Manter as escolas abertas aos professores e professoras mobilizados para que possam travar o debate com seus companheiros/as além de fomentar o debate entre os alunos e a comunidade. Os comandos de mobilização devem ser mais do que instrumentos de divulgação, deve se colocar como centro de organização das lutas e provedor de debates.
Posted on: Sat, 10 Aug 2013 16:16:04 +0000

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