De cajados, mochilas e calçados Caminhar na Estrada Real exige - TopicsExpress



          

De cajados, mochilas e calçados Caminhar na Estrada Real exige planejamento; é necessário reconhecer o percurso, visitar as pousadas, informar-se sobre os atrativos, programar as paradas; os dados, as informações, a sinalização, a infra-estrutura são deficientes ou até inexistentes. Durante o caminhar, as pessoas permitem-se quebrar o gelo da letra fria, agrupam-se e se dispersam, conversam e calam-se, alegram-se e são tomadas pela depressão; mas, sabem que uma pousada foi reservada, um caminho foi estudado, opcionais foram levantados e chegam ao destino. O trecho entre Córregos e Conceição do Mato Dentro foi um grande teste; o reconhecimento fora realizado no período chuvoso e agora era pura poeira vermelha, quando se retoma à estrada que liga o Serro a Conceição; certamente foi um dos momentos mais estressantes de nossa jornada. Enquanto aguardávamos o almoço, conhecemos um grupo que havia percorrido a pé o Caminho de Santiago; naquele dia tinham ido até Córregos e retornado de carro, para conhecerem o trecho; a conversa rendeu muito e se tratou justamente de equipamentos e afins. É repetitivo dizer que cada caminhante é diferente do outro; existem os técnicos e os esportistas, os cuidadosos e os despreocupados, os rápidos e os acompanhantes. Antes e no início da caminhada, é normal que haja preocupação com mil itens, das roupas à comida, dos calçados aos remédios, dos protetores às bebidas. A experiência acaba mostrando que, como na vida, nem tanto à terra nem tanto ao mar; afinal, sempre haverá uma hospedaria no Caminho de Santiago ou um carro de apoio na Estrada Real; mas, a ausência de sinalização ou uma placa errada podem custar quilômetros de cansaço e desânimo, porque dependemos de nossas pernas; uma bolha mal cuidada, então nem se fala, é o fim ! Na jornada do CAIA na REAL utilizamos um carro de apoio que levava as malas e os mantimentos para o dia, além de socorrer os desamparados; não tivemos, pois, a oportunidade de testarmos as mochilas plenamente, ao contrário do que ocorre na caminhada espanhola; sem dúvida, naquela circunstância é um elemento básico, cujo tamanho e peso são vitais para o sucesso do empreendimento. Alguns utilizam cajados, das mais variadas formas; está comprovado que o principal benefício é facilitar a circulação nas mãos, havendo necessidade de alternância na condução do mesmo; em princípio, o cajado teria a função precípua de manter o corpo ereto e, às vezes, sustentá-lo em caso de extremo cansaço. Para outros, o cajado tira a mobilidade e a manutenção da circulação regular do sangue nas mãos pode ser garantida com a elevação das mesmas, de tempos em tempos; aparentemente não é imprescindível. Protetor solar, chapéu e água ? Não queira enfrentar o sol da montanha ou do planalto sem eles; garantem a saúde, o ritmo e o bom humor. Capa de chuva, botas e protetor para as vistas ? Como a chuva é inevitável, esteja preparado ou nem café com cachaça irá colocá-lo de pé. Durante o dia, além da água, sucos, frutas e barras de cereais garantem o bom desempenho e o prazer de andar; à noite, bem a noite é uma criança em todos os lugares e há tempo para recuperação após um lauto jantar com frango ao molho pardo, leitoa, caldo, costelinha, cerveja, cachaça e... boa noite ! Ainda poderíamos tratar dos medicamentos, das roupas, do dinheiro e mais. Entretanto, o fato de termos alterado nosso projeto inicial de duas etapas de quinhentos quilômetros para várias de cerca de duzentos e cinqüenta cada, eventuais dificuldades tiveram impacto menor. Veremos como será em Santiago de Compostela, em Cuzco-Machu Picchu, no caminho histórico entre Cruz Alta ( RS ) e Sorocaba ( SP ), na Muralha da China... E os calçados ? Somente não vale pé no chão, pois caminhar já é a pé ! Botas, sandálias, tênis, botinas... Pé de anjo ou com pé de lã, se levar ao pé da letra e bater o pé, pensando que vai dar pé e vai em frente com pé direito, num pé só ou com um pé nas costas, é melhor ficar de pé ante pé ou de pé atrás, não arredar o pé, apertar o pé e ter os pés fincados na terra, porque há o risco de meter os pés pelas mãos, com pé esquerdo, não chegar aos pés da serra e acabar com o pé na cova, tendo que negar a pés juntos para tirar o pé da lama.
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 01:39:29 +0000

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